Existem dois tipos de pessoas: As que gostam de dormir e as que não gostam. Ys fazia parte do grupo de pessoas que não gostavam de dormir. Tinha dificuldade e achava perda de tempo. O homem não gostava de dormir, mas detestava acordar. E aí entramos em mais dois grupos diferentes de pessoas. As que acordam sorrindo e as que acordam querendo explodir o mundo. O draconato acordava dos dois jeitos. Era uma particularidade sua. Eram cinco minutos querendo explodir tudo e depois já conseguia sorrir. Ys ainda dormia quando Kryos jogou o bilhete por baixo da porta. Acordou sentindo calafrios e era assim sempre que aquele homem transitava pela casa e pegava Kil desprevenido. Como se precisasse o dono do Coven ainda deu três batidas na porta. Ys chegou a soltar um grunhido com raiva.

– Coisa ruim da porr*! Que horas são? – O homem sentara na cama, Estava apenas usando sua calça habitual. O cabelo cumprido, todo desgraçado por todo seu rosto amassado. O bigode ainda molhado da baba que escorria de sua boca enquanto estava dormindo. Apertou os olhos para ver a hora no relógio que estava pendurado na parede do quarto. – Sete e meia da mamãe! Put*quilpar*u! SETE! S-E-T-E! Tá maluco! Que porr* de guerra acontece ás sete e meia da mamãe! Ninguém tem disposição pra guerrear esse horário! – Terminou seu desabafo e ficou em pé. Do alto dos seus 1.90 de altura bateu com as duas palmas da mãs em sua bochecha para acordar, foi quando pisou em um bilhete no meio do quarto. – Que merda é essa?

Desgrudou o bilhete agora amassado do pé e leu que teriam aula às nove da manhã na biblioteca.  Ys ponderou em voltar a dormir, para ele ainda faltava muito tempo até as nove, mas não gostava de dormir. Calçou as botas e foi até onde ficava as janelas e abriu as cortinas. Colocou a mão no rosto para aliviar a claridade em seus olhos recém despertados. Em seguida abriu as janelas para renovar o ar do quarto. Colocou o chapéu que estava na cômoda ao lado da cama, colocou em sua cabeça e foi até o banheiro. Segurou o bicho com a mão esquerda e começou a urinar, com a direita retirou o chapéu da cabeça e começou a gesticular, parecia um cowboy em cima de um touro.

– Isso! Indomável! IN-DO...MÁVEL! – Chacoalhou o bicho duas vezes e o guardou. Partia da premissa que da terceira chacoalhada em diante já era masturbação. Terminou sua higiene pessoal, vestiu uma camisa preta fina e saiu de peito aberto para o Coven. A essa altura já era audível toda a movimentação na cozinha, que ficava no mesmo andar do quarto do bruxo. – Cigaaaarros e uísssques, mulheres ardeeentes... Deixam você loooooouco e fora de si! – Cantou a estrofe de uma bela canção até chegar na cozinha e se deparar com uma farta mesa de café da manhã, mas apenas um item ganhou sua atenção. – Put*quilpar*iu! É café! Eu tava louco pra tomar um cafézinho!!! Bem quentinho e forte!!

O homem então encheu um copo grande com café e deu uma boa golada, cumprimentando todos que estavam na cozinha. Não tinha o costume de comer ou beber mais nada pela manhã. Em seguida puxou seu cachimbo do bolso e encheu o interior com fumo, Em seguida seguiu para a biblioteca, deixando um rastro de fumaça  pelo corredor. Chegando na biblioteca, encarou as estantes cheias de livros e em seguida o satanás que o acordara mais cedo. Não deixou de reparar nas roupas de Kryos. – Ele tá começando a levar esse negócio de professor um pouco a sério demais. – Pensou. – Salve! – Acenou para Kryos e para todos os outros que chegaram antes dele. Ems eguida sentou em uma das últimas mesas. Era grande e não queria atrapalhar o restante do grupo. No quadro haviam algumas anotações, mas Ys não se deu ao trabalho de lê-las, sabia que o professor explicaria no decorrer da aula.

Treino:

 

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Embrace your dreams and protect your honor...

Ys chegara a biblioteca colhendo sorrisos. Sorriu de volta para o fada Eldrin, a elfa Nyx e o corrompido e professor Kryos. O ambiente era leve e Kil percebeu que os calafrios que o corrompido causava no ambiente estavam bem mais leves. – Então esse fiadap*ta consegue controlar essa aura cretina que ele emana... – Não deixou de pensar o homem. A aula se dera início mesmo que muita gente ainda não estivesse presente. O tom de Kryos era relaxa e descontraído, buscava interação ao perguntar a todos presente o que era MANA. Ys se sentira confortável com o ambiente que o corrompido criara e se atentou ainda mais a situação, pois era uma ótima oportunidade para aprender.

O draconato era do tipo que sabia como fazer, mas não sabia de fato o que estava fazendo. Por um breve momento se perdeu em pensamentos e estava duzentos anos no passado, treinando por conta na Boca do Daibo, e descobrindo que era um draconico. Não tivera um professor que o explicasse o que tinha que fazer, ou como fazer. Fora descobrindo tudo através de tentativas e erros, erros e acerto, sensações, muito suor e sangue. Sempre tomado por uma enorme ambição de realizar o seu sonho de voltar a ser um dragão. Quando voltou para o presente, o fada Eldrin dava o seu ponto de vista sobre a Mana.

Ys olhava atentamente para o rapaz, que explicava que mana era energia espiritual invocada do interior da pessoa que aprendia como usá-la. Kil entendeu que quanto maior o conhecimento na utilização da mana, maior seria o poder gerado. Em seguida Eldrin disse que existia aqueles que nascera com o dom e o draconato percebera que ele fazia parte desse grupo. Pelo que sabia de toda raça dos draconatos, apenas quatro ou cinco eram draconicos e Ys era um deles. A elfa Nyx agora complementava o que o fada respondera. O draconato a ouvia dizer atentamente que  a energia espiritual quando usada e aplicada se tornava mana e essa mana podia alterar o ambiente. Nyx ainda disse que por cada um possuir uma energia interior, alguns acabavam desenvolvendo intimidades com determinados ramos e elementos específicos, se tornando especialistas.

Foi quando Ys teve um choque de realidade. O seu elemento natural era o fogo. E sempre que utilizava suas magias racial, as magias de um dragão, fazia do mesmo jeito que seus companheiros de Coven tinham explicado. Ou seja, para utilizar o Sopro do Dragão era necessário misturar mana com o oxigênio inalado e essa mistura gerava a bola de fogo, orgulho do draconato e a prova mais viva de que era um dragão. Se alguém encarasse o bruxo naquele momento, veria seus olhos brilhando e uma enorme compreensão tomando conta de todo o seu ser. Ys também compreendera que mana, a energia interior, poderia ser utilizada e infundida em objetos externos. Era o que utilizava para usar a magia Ykai, onde concentrava mana em um condutor que pegava fogo e/ou explodia.

– Também tem o jeito de concentrar mana em um condutor certo? – Antes de perceber, sua boca já estava dividindo sua atual descoberta com os demais. Ys não sabia falar tão bonito e usar os termos certos como os seus colegas, mas aquilo não era suficiente para o calar. – Como posso dizer... Hm... Cê faz assim... Crrrrr – O Draconato forçara sua visão mexeu as mãos como se tivesse imitando uma fera. – E o negócio que você mirou faz... POOOWWW! – Concluiu gritando alto e ficando em pé, encenando uma explosão. O bruxo torcia para ter conseguido se expressar de um jeito que todos tivessem entendido. Na sua cabeça aquilo fazia total sentido e estava muito claro como funcionava.

Treino: