A grande festa

Uma noite bela e tranquila, dunas de areia e um grande palácio ao longe era o que eu podia observar dentro da minha carruagem, a festa que eu havia sido convidado me deixava ansioso já alguns dias, finalmente poderia conhecer os duques vizinhos e pessoas influentes do reino.

Sacava um livro de uma de minhas viagens, eu já estava o lendo alguns dias, mas era difícil decifra-lo, uma língua como a nossa, mas consideravelmente mais arcaica, mas o conteúdo do livro era interessante, magia e oculto, já era um tema que há alguns anos eu estava interessado.

Palavras que conjuravam feitiços tão antigos que talvez já haviam sido esquecidos pelo próprio tempo e destino, mas por causa da minha posição eu tinha aquilo em mãos, de fato uma joia rara.

— Alnaar fi al’asabie! Hmm não está ainda não é a pronuncia correta, eu sinto a magia nas palavras mas ainda não é isto...

Apertava o meio do nariz e olhos tentando me concentrar enquanto suspirava, essa era uma magia das mais simples do livro, mas ainda assim eu não conseguia por algum motivo, por algum tempo continuava tentando pronunciar da forma correta, mas nada acontecia.

Meu velho cocheiro por algum motivo parecia interessado no que eu estava tentando dizer, eu me aproximava e me sentava na janela da carruagem.

— Me parece que sabes de algo, deduzi corretamente?

O velho homem sorria com uma risada áspera e velha, e sem olhar para onde eu estava ele comentava.

— "Está é uma língua um dia já muito usada, apesar de ser bem parecia com a nossa não é a mesma coisa... Veja bem, apesar de ser escrito Alnaar você não deve pronunciar o som da letra R."

Pensativo olhando ao livro e todas as escritas eu ficava pensativo por um momento, esticava a mão e então tentava novamente.

— Alnaar fi al’asabie!

Eu sentia a magia fluindo pelos meus braços, saindo do meu peito e indo até a ponta dos meus dedos, por um segundo mesmo que muito pequeno, eu podia ver pequenas faíscas saindo da ponta das minhas falanges.

— Há! Mas ora que velho astuto, fico lisonjeado pela dica, tentarei pronunciar de formas mais diversas daqui para frente.

Finalmente chegávamos no castelo, que por sua vez era belíssimo, digno de um duque de fato, guardava meu livro em meu assento na carruagem e então abria a porta e respirava fundo me preparando para a festa.

Olhava a escadaria e uma moça muito bela estava logo a minha frente já adentrando no palácio, e eu a seguia em silencio cumprimentando os guardas apenas com um acenar da cabeça.

Chegava finalmente no salão principal, e olhava ao redor, era tantas mercadorias e produtos de diferentes localidades, construir aquele local deve ter sido uma fortuna, o anfitrião aparecia no topo da escadaria e fazia um discurso para nós convidados

Amon, o duque desse local, ele era um homem belo de fato, já havia escutado rumores sobre sua aparência, mas vê-lo pessoalmente me fazia compreender que eram verdadeiros, esperava seu discurso acabar e então subia as escadas com todos os outros, apenas apreciando as obras e a vista.

Chegávamos no local onde haveria o banquete, uma mesa grande de 40 lugares já estava pronta, e para minha sorte Amon parecia tão interessado em me conhecer quanto eu, então conseguia me sentar perto dele e finalmente me apresentar.

— Duque Amon! É um prazer enorme finalmente ter a oportunidade de conhece-lo em pessoa, meu nome é Zafir Khalid, sou o duque das terras vizinhas, espero que nosso relacionamento possa ser muito prazeroso e benéfico para ambas as partes.

Abaixava minha cabeça em sinal de respeito e depois apertava sua mão caso ele a estendesse para mim, os criados agora começavam a entrar e servir todo tipo de comida e bebida, pegava um vinho e me levantava com meu copo em mãos.

— Boa noite senhoras e senhores, peço perdão em incomoda-los logo antes de sua deliciosa refeição, mas seria muita falta de educação nos não brindarmos ao homem que fez toda essa noite possível, Amon eu ofereço um brinde a ti e sua saúde, e agradeço imensamente o convite que fizeste a mim.

Levantava o copo e se caso ninguém mais fosse dizer nada bebia e me sentava e escolhia meu prato para que pudesse também me deliciar, e dava um tempo para caso alguém ou o próprio duque fosse interagir comigo.

Historias e dança

Amon parecia ficar satisfeito com o brinde e até elogiava a minha criação em nosso idioma natal, o que me fazia responde-lo não com um agradecimento, mas sim com outro elogio no mesmo idioma.

— Day’brunti.

Falava me curvando levemente com o sorriso no rosto, antes que eu pudesse me sentar uma bela e bêbada moça abria as portas e fazia uma leve cena, o que me fazia observar como Amon lidaria com a situação.

Como eu já imaginava ele lidava muito bem com a convidada que causava alarme, eu me sentava perto de alguns outros nobres de influência, o anfitrião mandava um bardo até minha direção e dizia para eu escolher uma música, bom o jantar estava quase no fim então talvez agora viria a dança.

Olhava ao redor e como havia muitos nobres de regiões diferentes, coçava minha cabeça e tentava lembrar de uma música dançante, então minha mente ia até o mundo das ideias e me trazia algo de lá.

— Meu querido bardo, toque a Valsa das flores, você deve conhecer certo?

Me levantava da mesa e então o bardo ia se preparar para logo mais começar a tocar, e eu a fazer negócios com todos que estavam por ali.

Eu havia chegado ao poder muito recentemente e infelizmente ainda não possuía nenhum contato poderoso ao meu lado, então bajular esses nobres poderia ser meu caminho para fazer boas conexões.

Começava contando sobre minhas viagens nos mares e historias épicas, um pouco grandiosas demais quando comparadas a verdade, mas o que importava era que uma grande quantidade de pessoas estava se juntando ao meu redor.

Todos ao meu redor eu continuava contando a história de como eu e um grande amigo que já havia partido matamos um grande ser do mar, bom essa não era exatamente mentira, mas o tamanho da criatura em minha história era muito maior.

Todos ficavam interessados e entusiasmados com a história, claro que não deixava de me exaltar e minha grande tripulação, 1000 viagens e nenhuma perda nem mesmo uma vez, se eu já havia contado quantas eram de fato? É claro que não, mas eles não precisavam saber desse detalhe.

Ao fim da história me certificava de entregar meu endereço para que mandassem cartas com seus pedidos futuros, assim eu já me aproximava deles como possíveis clientes e nobres com futuros acordos.

Me retirava de toda aquela gente e então me aproximava daquela moça de antes que chegou bêbada, apesar de modos ruins ela tinha sua beleza, e não parecia que se incomodaria do fato de eu não saber dançar.

— A senhorita me concederia a honra de uma dança? Mas já peço desculpas pela minha falta de habilidade nessa área hahahaha.

Estendia minha mão com um sorriso no rosto, e esperava que ela aceitasse

A dança

A senhorita aceitava a minha dança, eu não esperava que seria negado de toda forma, mas era bom saber que ainda tinha meus dons afiados, mas saber que teria que dançar agora não era exatamente algo reconfortante.

— Ora senhorita, para ser sincero eu não tenho certeza nem se consigo conduzir meus pés hahahaha, mas farei meu melhor.

Estendo uma das minhas mãos para ela, e depois com leveza acompanho ela até a pisa de dança, podia ver Amon e uma outra senhorita que agora retirava um tecido de seu corpo e ficava com uma aparência muito mais agradável.

Apesar de não saber de fato dançar, eu já havia visto inúmeras vezes outros nobres fazendo isso milhares e milhares de vezes, então eu sabia os passos em minha mente, o único problema era fazer o corpo acompanhar.

— Bom porque não começamos mais lentamente?

Posicionava minha mão em sua costela flutuante, esticava meu pescoço e olhava levemente para baixo para que ela pudesse olhar em meus olhos, meu outro braço iria de encontro com sua mão.

A posição estava feita, e quando eu percebesse que ela também estava pronta, começaria a andar muito lentamente de um lado para o outro de forma monótona, mas bom ainda poderia se considerar uma dança certo?

— Peço perdão, mas não perguntei seu nome, que indelicadeza a minha.... Meu nome é Zafir Khalid por sinal.

— E o que a senhorita estava fazendo antes de vim para o baile, na verdade você foi convidada de fato? Perdoe minha grosseria com a pergunta tão direta.

Era intrigante ela ter conseguido entrar no castelo do duque, então talvez ela tinha alguma posição de prestigio ou mesmo contatos, e caso fosse isso eu queria também a conhecer melhor.

A medida que esbarrávamos um contra o outro sutilmente podíamos incrementar muito levemente nossos passos de dança, assim ficaria sutil que não tínhamos habilidade com aquela perícia.

— Me parece pelas suas mãos calejadas que deve empunhar uma arma certo? Imagino que seja combatente ou tenha um trabalho braçal, a verdade é que daqui a algum tempo eu vá fazer uma expedição, e precisaria de pessoas fortes ao meu lado, não estaria interessada?

Depois de certo tempo eu me afastaria e reverenciaria a todos agradecendo pela dança e a atenção.

— Não queres ir para um local mais reservado para conversarmos e talvez bebermos alguns drinques? Confesso que não conheço muito bem o castelo, mas não acho que o duque ficaria chateado caso explorássemos por aí certo?

Olhava ao redor e percebia que muitos já estavam indo embora, afinal, o evento principal já havia encerrado, mas eu ainda não queria ir embora, olhava ao redor e então via a senhorita de antes que dançava com o Amon.

— Porque não nos unimos aquela senhorita ali no canto enquanto isso? Também gostaria de conhece-la, sabe como és, meu sangue de mercador não me permite não fazer contatos hahaha.

Me aproximava da senhorita do canto junto de Zahra ou não caso decidisse não me acompanhar.

— Boa noite bela senhorita, peço perdão a apresentação tardia, meu nome é Zafir Khalid sou o duque das terras ao lado e um comerciante, está comigo é a senhorita Zahra Qasim e você seria?

As termas

Depois da dança e de conhecer melhor a Zahra nos juntávamos a Amon e a elfa que por sua vez também era bem cordial e se apresentava respeitosamente para nós e sua aparência era perigosa para dizer o mínimo.

— É um imenso prazer, e obrigado pela hospitalidade novamente Amon, como sempre você não deixa a desejar em nada.

Seguia sem perder muito mais tempo Zahra e o mordomo para as águas termais que por sua vez eram muito bonitas, ao abrir a porta podia sentir o vapor e o calor de lá de dentro, era agradável.

Zahra pedia um vinho e então com um gesto eu também pedia uma taça, sem perder muito tempo a mulher começava a se despir rapidamente e seu corpo era mostrado, eu podia notar suas cicatrizes de batalhas e sua baixa gordura corporal marcava seus músculos.

Por um segundo eu ficava hipnotizado com tamanha beleza, mas voltava a mim e também começava a me despir, retirava toda a roupa menos minha roupa intima feita de seda com fios ultrafinos.

Mostrava meu corpo que também não ficava para trás, eu tinha sido muito abençoado com minha genética e ainda por cima gostava de esportes e comer bem, então meu corpo era realmente uma obra de arte.

Entrava na água lentamente enquanto Zahra lançava algumas gotas em mim e me fazia perguntas e com um sorriso eu respondia.

— Sim Amon é um duque extremamente educado e como somos vizinhos ele me fez o convite a algum tempo atrás... E sobre a outra pergunta, bom eu sou um mercador, eu velejo e viajo o mundo a fora encontrando produtos e coisas raras, e algumas vezes até lendas que muitos não acreditariam.

Faço um gesto com a mão como se fosse uma história mística, nosso vinho chegava e então servia a mim e ela, me aproximava bem para entregar a taça.

— Vejo que os anos de cavaleira não foram desperdiçados, seu corpo não a deixa mentir sobre o seu passado, é deveras linda se me permite dizer...

Entrego a taça com um sorriso e encosto a minha na dela fazendo um brinde simples e bebia um gole depois.

— Admiro quem consegue usar armas físicas, eu sou mais para a magia sabe, certa vez me disseram que eu tinha uma boa mana, então estou tentando aprender mais sobre o assunto e quem sabe me tornar um mago no futuro hahahahaha.

Me encostava na borda perto dela, e dava mais um gole em minha bebida, agora eu estava bem mais solto e relaxado.

— E uma mulher do seu calibre ainda é solteira Zahra? Algum motivo em especial para isso?


Tentativa de treino de sedução: 443 palavras.