Hikari não estava a par de quem chegava naquele instante em Xuridra nos domínios do clã Yami. Aquela que um dia havia se tornado aliada, mesmo a elfa ignorando as malditas obrigações impostas pela rainha Althea.

Durante a viagem marítima, segurava comigo um grimório. A muito tempo não triscava em um. Tomava para si o dito cujo, e começava a ler, folheando aos poucos. A figura de minha mãe vinha a mente, lembrando dos ensinamentos dado a quase 200 anos atrás. Estava sem prática com aquilo, então apenas fui concentrando minha mana no livro mágico, imbuindo com tal energia e sentindo que os encantamentos poderiam ser feitos sem maiores problemas. Era bem peculiar sentir o poder de um objeto que poderia ser facilmente ignorado por muitos. Entretanto, não dei tanta atenção assim, pois já estávamos chegando. Todavia, ao menos me familiarizava novamente com essa atividade mágica.

A carruagem élfica finalmente sai do navio especialmente reservado para ela e seus soldados. Haviam outros para demais pequenas tropas, já que não viajava sem escolta reforçada. A comitiva seguia causando certa comoção pelas ruas. Era extremamente raro forças daquele tipo (élficas), naquelas terras. Afinal, todos os detalhes mudam. O formato da carruagem com design que remete a natureza, as armaduras dos soldados que eram tão elegantes e pareciam perfeitas. A forma sincronizada e sem qualquer mínimo erro de marcha. Dentre muitos outros detalhes, como a elfa loira que estava escorada com o cotovelo na porta do veículo, olhando para fora com cara de tédio, mas imaginando o que descobriria de interessante.

Memórias do passado até mesmo retornavam para sua mente, lembrando o dia que matou sozinha 45 homens do clã Shiro enquanto grávida do herdeiro do tal clã na qual matou o avô do sujeito na qual transou e engravidou. Olhava para as Presas de Jade que estavam ao seu lado. Tais adagas acompanharam a mesma por muitas dezenas de anos, eram 127 anos para ser bem exato. Basicamente, um presente do velho líder do fatídico clã que lhe presenteou com tal honraria por se provar uma assassina digna e mais habilidosa que ele.

Enfim chegou ao castelo. Fora bem recepcionada, principalmente quando souberam de quem se tratava. Uma heroína élfica. Bastante incomum em qualquer lugar. Uma honra para muitos receber alguém assim. Embora fosse uma verdadeira vilã.

— Onde se encontra Hikari?

— Está em seu local de trabalho secundário.

— Secundário?

— Sim, em sua ferraria. Nossa líder é uma exímia forjadora.

— Forjadora, hã? Interessante. Pode me mostrar onde fica?

— Claro, duquesa.

O draconata guiava-me até o lugar. Chegando na entrada, agora sem tantos homens me cercando, observava o guia apontando para a entrada. Olhei para cima observando a placa com identificação do lugar.

— Agradeço sua ajuda. Me viro daqui. — E dispensava o homem.

Adentrei pela porta. O vislumbre de uma figura feminina alta, era certamente sempre algo diferente em qualquer lugar. A luz vinha por trás, projetando uma sombra ainda maior na anã que se virava ao notar a visita. Olhei para a mesma em um ar de dúvida. Sabia dos dotes nanicos para a forjaria, então imaginava ser uma ajudante, se não a forjadora principal.

Minhas orelhas balançavam notando o som de algo mais a fundo. Vindo da área de forja. Talvez fosse Hikari batendo o martelo em aço ou roncando no expediente. Já havia visto coisas assim no passado. Calada, segui rumo ao som que ouvia.

— Senhora? Senhora?

A anã tentava me conter com aquele semblante confuso que ela carregava. Porém, bastou um olhar intimidador com uma intenção assassina para ela arregalar os olhos e engolir em seco. Minha expressão foi de séria para um sorriso maligno que daria calafrios na pequenina. Ergui o dedo indicador ao centro do lábio. — Shhhh... — Exigia silêncio.

Continuei o trajeto, invadindo a forja sem muito respeito ou algo do tipo. Também achava que Hikari não se importava, já que no primeiro dia que lhe conheci, eu já lhe invadi as intimidades. Doces e saborosas lembranças. Logo a via em seu ambiente de trabalho, e antes que me notasse, me anunciava.

— A última vez que lhe vi tão suada e cansada assim, foi em um certo camarote em meio ao combate maravilhoso daquela sua fada general. E agora vejam só, quem diria que estaria lhe vendo novamente quase da mesma forma, no entanto, prestes a se casar. — Sorria maliciosamente. — Como vai, Hikari. Cheguei a pouco.

Em meio as interações iniciais, em um momento que o assunto mudasse de cunho, passaria a andarilhar pelo estabelecimento, notando algumas roupas pre dispostas. Talvez encomendas feitas por clientes. Havia também alguns arsenais de armas e armaduras bem trabalhadas.

— Vejo que se dedica ao seu segundo ofícios. Talvez eu deva pedir algo também. Que tal algo que possa ajudar em minha mobilidade? — Olhava então para o lado, vendo algo que lembrava de um certo alguém. — Consegue fazer algo que possa me deixar mais... Atraente?

Perguntei com certa dúvida. Não duvidando do trabalho dela, pelo contrário, duvidando da minha própria capacidade em conseguir ser ainda mais sedutora. Os encontros com aquele sujeito, certamente me fizeram questionar minhas próprias habilidades na área. Talvez porque essa pessoa não fosse como as outras. Então era um novo desafio.

Depois de toda a conversa e pedido realizado, voltei-me mais uma vez ao livro que anteriormente havia investido um tempo enquanto navegava até Drakir. Olhava as inscrições ao abri-lo, e ia seguindo a frase com a ponta do dedo sem tradução. Lia mentalmente o trecho e adicionava minha própria energia interior, transferindo para o grimório e realizando um encanto que considerava mais simples para reaver meus antigos e pobres conhecimentos sobre magia. Afinal, a vida me trilhou um caminho de sangue através das minhas adagas. Porém, não seria tão ruim aprender de volta o que tinha começado a tantos anos. Além do mais, esperava ganhar mais pontos com quem queria a confiança e sentimentos. Talvez fosse uma maneira de me aproximar de tal ser.

Peças de Roupa:

Nirtholiel

Nirtholiel

Reavaliação

Antes de começar a falar do desempenho da perícia em si, quero alertar para um problema que o narrador não mencionou em sua avaliação. Em diversos momentos a narração mudou drasticamente de primeira para terceira pessoa, sem nenhum tipo de aviso. Tome cuidado com esses detalhes, pois podem causar descontos em futuras avaliações.

Agora, falando sobre o seu pedido de reavaliação em si, vamos começar com os seus apontamentos feitos no pedido.

Nirtholiel escreveu:Segundo narrador, 1 parágrafo é muito pouco.

Sim, um parágrafo bem desenvolvido já é muito pouco. O seu único parágrafo mencionado no texto ficou muito aquém do que um treino precisa. Lendo com atenção, parece até que você está mexendo com uma orbe do que com um grimório.

Nirtholiel escreveu:Então quer dizer que se eu separar, é okay?

O conceito do treino duplo diz que você precisa fazer um treino nas primeiras 400 palavras e depois outro treinos nas 400 palavras seguintes. Vamos pegar o seu treino como um exemplo. O desempenho da perícia foi mencionado apenas na primeira parte do treino. A segunda foi apenas uma interação com outra personagem para atingir as 800 palavras necessárias. Logo, você não fez um treino duplo. Foi apenas um treino simples de grimório.

Nirtholiel escreveu:Outro ponto. Já vi treinos de grimórios muuuuito mais simples, serem aceitos.

Existe uma diferença entre o treino ser simples e o treino ser basicamente inexistente. Não é pedido que o player faça algo revolucionário quando escreve um treino, mas pelo menos desenvolva a perícia.

Nirtholiel escreveu:E reforço dizendo que eu tenho desde o começo da ficha, todo um plot relacionado a magia e apliquei no desenvolvimento da perícia.

Este ponto pode ser tratado de forma mais simples. O avaliador não avaliou a sua ficha, nem seus posts pregressos. Se você quer fazer um treino duplo de grimório em um post, a perícia precisa ser desenvolvida neste post, pois não é obrigação de nenhum avaliador saber quais são as coisas que você faz desde o começo da sua ficha. O que o avaliador tem que fazer é avaliar o post que você pediu a avaliação e determinar se a perícia ou atributo treinado neste post em questão está de acordo para receber as recompensas cabíveis.

Dito isso, vamos ao que o avaliador colocou em sua avaliação.

Ellandor escreveu:Nirtholiel, ao meu ver o desempenho da sua perícia mal foi o suficiente para justificar um treino comum, considerando que ele se deu apenas em um parágrafo e não foi bem trabalhada. A impressão foi que este parágrafo estava apenas jogado ali para encaixar em um treinamento, e por conta disso eu irei descontar um dos treinos e zerar o outro.

Sobre o que ele disse em sua avaliação, não tenho a alterar. Só a acrescentar, como as falhas em sua narração, que se alteraram de primeira para terceira pessoa em diversos trechos.

Agora, quando um treino zera o quesito Desempenho da Perícia, ele é automaticamente zerado completamente. Sendo assim, o seu treino de grimório duplo está, a partir de agora, completamente zerado.

The Sun

— Há quem diga que não escolhemos com quem nos deitamos ou casamos. Ainda estou incerta sobre esse conflito de razões. Portanto, apenas disponibilizo meu corpo quando ele acende em desejo. Entretanto... — Evitei comentar mais. Ainda não estava bem para falar de certas coisas.

O cunho da conversa logo se alterava rapidamente. Não havia espaço para lacunas entre nós e os assuntos pertinentes.

— Certamente sim, Hikari. Espero que aquela burra tenha lhe servido direito. Ela tende a ser muito estúpida e fazer muita merda em todo lugar. Toda vez que digo para não fazer algo e evitar certos problemas, a retardada acaba a fazer tudo inverso. — Virava os olhos em desgosto, mesmo sabendo das capacidades daquela louca, ainda sim me arrancava os nervos. — Quanto a guerra, sinto-me inútil em não poder fazer nada. Althea sabe ser um pé no saco. Todavia, minha intuição me diz que em breve ela deve reconhecer vossos feitos. É de conhecimento geral que Xuridra anda adquirindo muito poder, e adivinhe? Chegou até mim o retrato de sua fada, hehehehe. Quem diria que aquela miúda se tornaria a general mais procurada de Samaria. Confesso que quebrei uma garrafa de vinho ao ver aquilo e danar a ri em meus aposentos. — Resumindo, Drakir estava sendo alvo das últimas notícias que circulavam todos os meios comunicativos. Era aguardado o tão esperado dia que um novo rei ou rainha dragonata iria chegar. — Só imagino como estão lidando com inquisidores ao mesmo tempo. Em Etherea eles não são bem vindos e sabem disso. Querendo ou não, a lei do estrangeiro afasta esse tipo de problema. Embora estrague tratados. Estes que quero oficializar contigo por debaixo dos panos.

Caminho um pouco pelo salão. Pego uma adaga brilhante que estava em repouso no mostruário. Admiro sua lâmina bem trabalhada e lisa. Jamais fora usada e se tratava de um item de exibição. Lembrava-me de meus próprios itens. Deixava a arma em seu lugar, me virando para ouvir o restante do que ela dizia a respeito de seu trabalho em particular.

— Acho que nunca concordei tanto contigo. Quando o estresse chega a níveis absurdos, me dirijo até minha vinícola. Entro em um dos antigos lagares de fazer vinho, e começo a amassar as uvas com meus pés. É relaxante e me causa cócegas, além de pontadas na sola do pé. No entanto, é um disso aí que você falou. Hobbie. Quando for em Valinar, irei te mostrar como é.

A resposta ao tecido era óbvio. E enquanto ela metia-se em fios e agulhas, eu retornava para o grimório em minhas mãos. Mas não antes de observá-la um pouco.

O modo como Hikari usava os materiais de confecções, era bastante delicado. Não havia resquício de uso de força exacerbada. O fio passava precisamente pelo buraco da agulha e como em uma orquestra, já estava feito o nó para efetuar a tecelagem.

A jovem líder iniciava agora a costura. Os movimentos utilizados eram sempre repetitivos. Ao mesmo tempo que minha mente ia embolando com aquilo. Porém, aos poucos o que era apenas fios soltos, já dava forma a algo que futuramente seria muito belo e bem usado por mim. Todavia, precisaria de mais aprendizado. Não somente visual e teórico. Arriscava a dizer que talvez houvesse técnicas ainda não reveladas para melhorar a criação de peças de roupa.

Por um instante meu braços até se movia imitando os movimentos de Hikari. Talvez ela não notasse, porém, lá estava eu que nem idiota aumentando meu leque de conhecimentos básicos. Mas logo notei que não ia ganhar muito com aquilo e me foquei no que estava em minha mão esquerda, o grimório.

Folheei a página em que me encontrava. Eram diversos deles e ficava me perguntando o significado de alguns nomes e frases. — Por que fazem livros encantados com palavras que não tem importância alguma? — Direcionei então minha energia para o livro, envolvendo a mana no mesmo e sentindo a magia que o grimório exalava.

— Bahwire... wer Vasir. Realmente não entendo, mas é engraçado o que sinto.

O que sinto nada mais é que uma compreensão incompreendida daquele objeto. A magia em si eu já dominava, porém, vislumbrar o conteúdo do livro e ativá-los, era incomum de algumas formas.

Tratei de me concentrar mais e envolver a energia de forma mais contundente. O grimório se enchia de poder e entendendo melhor aquele sentimento mágico, pude recitar novamente as palavras com mais confiança.

— Bahwire wer Vasir!

O poder tomava conta e então o encantamento faziam as palavras descritas, brilharem e uma parede de ar em tamanho proporcional a minha pessoa, se formava diante mim. — Curioso... — Comentei aproximando o dedo lentamente "tocando" no vento. — Heh, intrigante como o ar se projeta de tal maneira que permanece parado e rígido como homens.

Encerrava meus estudos ali, fechando o livro e ouvindo os comentários da Yami.

— Magia? Não exatamente. É mais um aprofundamento em minhas origens. Minha mãe é uma bruxa élfica que leciona em Arzallum. Aprendi algo quando nova com ela, só que nunca dei continuidade. Acho que não conversamos disso ainda, mas fui raptada e separada dela. Longa história.

E logo passava a falar sobre papos de mulheres.

— Hum... Como posso dizer, garota. Sou uma elfa dona do meu próprio nariz desde que me entendo por gente. Só que recentemente houve eventos conturbados nas florestas envolvendo os elfos e as fadas. Grandes problemas, guerras épicas dignas das canções de todos os bardos ao redor do mundo. Seres que não pertencem mais a esse mundo, voltando ou fazendo pequenas aparições. — Respirei um pouco, coçando o pescoço pela sede que sentia. Xuridra era muito quente mesmo no intenso inverno de Era, comparado ao lugar em que vivia rodeada de florestas que refrescavam qualquer ambiente. — Ghnnnu... Perdão. Bom, nisso tudo enfrentei um elfo. Quase o matei. Ele foi preso e mantido no castelo de Althea. Fiquei pensativa sobre ele por dias, pois lembrou a mim mesma. — Não dei exemplos para a jovem artesã sobre tais detalhes. Talvez mais pra frente ele descobrisse um pouco sobre isso. — Depois teve novos problemas e ele ajudou também. Levei a todos para Valinar, afinal, a confusão ocorreu no "quintal" de minhas terras. E depois disso tudo, refletindo muito sobre alguns detalhes, e eis que tomei uma decisão importante em meio as uvas que pisava. Falei com ele, porém, ele não aceitou minha oferta. Foi a primeira vez que alguém, um homem recusava isto de mim. — Será que estou mal acostumada? Ou o que pedi foi demais para ele? — Achei estranho demais. Não fiquei abalada, mas obviamente desorientada se faltava algo que eu não soubesse. Por fim, vindo para cá, passei para vê-lo na capital do reino. Ele estava mais maduro do qual jamais foi. Estranhamente mais atraente e ainda tendo tanto incomum comigo. Ia trazê-lo para cá, mas ele não pode sair ainda da capital por ser um criminoso de guerra retido por algum tempo. — Isso certamente atrapalha meus planos de me aproximar dele. — Pretendo ver ele mais uma vez na volta, e por isso estou em busca de algo diferente. Talvez até mesmo conselhos. Viver tanto não garante a inteligência necessária para certas coisas. E cá entre nós, sabemos que sou péssima socialmente. — Olhei rindo, descontraída. — Aceito dicas, ehe.

Apesar de parecer brincadeira, falava sério. O tom humorado era para disfarçar a vergonha. Pedir ajuda dessa forma? Não era do meu feitio.

A gargantilha estava feita. Tomei em minhas mãos e admirei.

— É linda realmente. Tem verdadeiras mãos de fada. Aliás... — Passava os braços por dentro da manta quente que cobria meu corpo e de lá removia duas adagas de lâminas esverdeadas. — Estava observando no menu de trabalhos que você sabe incrustar encantamentos. Se não for pedir muito, por favor, coloque nessas duas Presas de Jade. Fidelidade e telecinese, por favor. E se der tempo, saque mágico. Só tome cuidado com elas, pois elas possuem um veneno próprio em sua formação. Um corte e sentirá o desprazer disso.

Itens:

Nirtholiel

Nirtholiel

The Sun

Hikari

O resultado do seu treino de História foi:

• Coerência e Dinâmica (10/25):
• Desempenho da Perícia (5/15):
• Estrutura e Digitação (25/25):
• Enredo e Criatividade (5/35):

FINAL: 45 x 2 (quarentena) = 90xp

Comentário: Eu quero deixar bastante claro que essa avaliação é feita baseada na primeira parte de sua postagem. Querendo ou não, o foco maior em história foi dado ao fim de seu enredo, por isso uma nota tão reduzida.

Hikari

O resultado do seu treino de História foi:

• Coerência e Dinâmica (25/25):
• Desempenho da Perícia (8/15):
• Estrutura e Digitação (25/25):
• Enredo e Criatividade (30/35):

FINAL: 88 x 2 (quarentena) = 176xp

Comentário: E aqui vem a explicação pelos descontos. Foi notório a intenção de sua personagem em aprender mais sobre a história élfica, sobre o que acontece e aconteceu por lá. Até mesmo para compreender melhor as questões abordadas pela duquesa. Porém, falta um pouco desse conteúdo ainda, do que viria ser os elementos históricos, as figuras importantes, ou momentos que ocorreram. Se eu entendi corretamente, isso virá perfeitamente no próximo turno, quando Nirtholiel oferecer as informações e o aprendizado mais detalhado! ^^

— Não exatamente. — Respondo sua pergunta inicial. — Mas deixe pra lá. Falar de como apreciar algo é bem melhor, hehe. Contudo, não sabia que usava seu corpo como forma de lucro. Se soubesse, poderia ter contratado para algumas coisinhas. Não ligo pra quem vende o corpo, só que este aqui só uso para bel prazer. Se implica no outro, não me importo.

Cada uma tinha suas convicções. Eu era prática e honesta quanto ao que fazia com meu corpo e a quem entregava. Hikari parecia estar acostumada em — como ela mesma disse — lucrar com o seu próprio. No máximo, usei o meu para alguns trabalhos. Alguns? Hahahaha, inocente.

— Não a mime tanto, por favor. Aquela burra ficará mal acostumada.

Sério, espero mesmo que Hikari não a trate tão bem. Ela não merece. Vagabunda do caralho. Faz tudo errado.

— Entendo, bem... Não me ligo pra nenhum desses ai. A não ser que haja alguma beldade entre eles. Todavia, negócios são negócios. Se alguém estiver interessado em colocar um assassino no encalço de um deles, não posso simplesmente negar. Entretanto, posso te aliviar que provavelmente os únicos interessados são a própria Torre de Arzallum. Sendo assim, é inviável me contratarem para tal, uma vez que estão impedidos de entrar Etherea. Presumo então que seus amiguinhos ficaram a salvo de minha adaga.

O tal do Coven tinha conseguido certa notoriedade, mas sinceramente? Sou uma elfa já bastante vívida e conheci diversos grupos e guildas que fizeram coisas ousadas e grandiosas. Alguma hora eles irão cometer algum deslize e isso custará caro para si. Eu mesma já tive meus erros, e sempre fui cautelosa. Um grupo grande que provavelmente vai crescer, certamente tem uma tendência maior a dar merda.

— Ela não tem muito apreço por nada. Vive em sua bolha. Mas se quer saber algo que não saiba... — Aproximo-me e conto algo no pé de seu ouvido que a deixaria surpresa. — Está convidada a participar desta pequena "reunião" em meu lar. Só não conte a ninguém. Nem para sua esposa ou sua general-mor. Não há porque criar perguntas sem nada certo. — Dava uma piscadinha.

— Certo? Bom, não sou uma boa moça. Então deixo em tuas mãos o que devemos ou não fazer sozinhas entre tantos vinhos e lugares exóticos para ti que renderia algumas boas experiências. Acredito que como eu, você também deve exercitar outras coisas em seu local de hobby. — Respondia descaradamente, mas de maneira velada?

O assunto dos grimórios era certamente necessário, e Hikari demonstrava conhecimento. Talvez eu não entendia direito o que ela queria transmitir, mas novamente eu tentava fazer algo com o grimório em mãos.

Dedilhava entre os feitiços e encontrava um que parecia ser mais simples de uso, além de ser uma magia que estava em contato com o corpo do usuário.

Começo a concentrar minha mana e deixo fluir por meu corpo. Olho para as inscrições do grimório, e transmitindo a energia interior para o livro, sinto que estou pronta para realizar tal poder.

Espero um pouco mais, mantendo certo fluxo e contato direto com o livro mágico, e com autoridade recito o nome do encantamento.

— Amari Vasir!

Rapidamente uma lufada de ar faz-me erguer pelos ventos e subir por certas alturas daquele estabelecimento. Olho para o chão um pouco surpresa, pois estaria agora voando devido a magia ser voltada para levitação.

— Tenho de me acostumar a isso.

Pensando nisso, mantenho-me no ar o restante do tempo para ver até onde eu conseguiria deixar o feitiço ativo. Talvez houvesse um tempo de duração do próprio grimório ou era baseado em minhas reservas de mana? Teria de descobrir.

— Olha, tens razão. Não sei o que vi nele pra ficar irritada. Vou continuar sendo eu mesma, e parar de tentar ser o tipo de elfinha frufru e sem graça como há por aí. Não combina comigo. É bem capaz dele acabar gostando mais de uma elfa dominante que uma tapada qualquer que fica toda caidinha.

Voltei para mim. Uma assassina sagaz tendo problemas emocionais? Faça-me o favor. A vergonha só faltava sair em vômito pela minha garganta.

— Perdoe-me, mas sou uma elfa sem tanto conhecimento histórico. Talvez os nomes que possa fornecer, você já conhece, como Kallenz e seu filho Aras, fruto de Ellendil. E a própria rainha Althea. — Comecei a rir quando ela perguntou como conheci o tal sujeito. — Ahahaaha... Bem, eu tentei matar ele. Acabei matando seu cervo. Aí ele tentou acabar com todos nós ao começar um sacrifício, e não deu muito certo no fim.

Ela continuava seu trabalho, e por fim respondia a questão proposta.

— Sim, querida. Esses dois estão bons. Não é o tipo de arma que gostaria que caísse nas mãos erradas. São valiosas demais e tenho profunda ligação com elas. Fazem 127 anos que carrego comigo. É um bom tempo até para uma assassina desalmada criar uma conexão. — Refletia um pouco sobre as Presas de Jade, e comentava. — Sabia que as adquiri aqui em Drakir? Foi a primeira vez que visitei o arquipélago.

A Yami desejava saber um pouco mais, então deixaria o conto das adagas para outra hora.

— Bem... Antes de eu chegar na região de Valinar, aquele lugar não era lá muita coisa. É um vasto território extremamente estratégico para qualquer coisa que envolva Etherea, já que faz fronteira com Krieger. Uma primeira defesa com esse reino, seria em meu quintal. Além disso, a terra natal de sua general fica também em minhas terras. A grande árvore Yomunhal está lá plantada em seu esplendor. De certa forma, sou dona de Munhal, hahahaah! — Não aguentei a ironia e danei a rir. — Ai ai... Mas falando sério. Sabe o quão perigoso pode ser isso? Se essas fadas loucas resolvem abrir mão de nossa amizade entre reinos. Valinar estaria fadada ao extermínio facilmente. Em suma, ainda é um bom lugar para se viver. Transformei aquele nada em um lugar inesquecível pra quem vá. A escravidão me serviu pra alguma coisa, afinal. — Aprendendo todo tipo de engenharia com diversos mestre de obras, naturalmente eu seria uma elfa fora da caixinha élfica. — Quanto a nosso povo, tendemos a ser exageradamente perfeitos no que fazemos, mas sem demonstrar exagero. Entende? Para atirar com um arco, não basta só puxar a arma e disparar, precisa haver graça e leveza, como se o tempo parasse. Marchando não é apenas andar por território alheio, tem de ser belo e sincronizado. Sem falhas. Não lidamos com falhas. E assim nasce a arrogância de muitos orelhudos. As demais raças fazem tudo do seu jeito que os elfos consideram não tão graciosos.

Contei um breve resumo do que era o povo de Etherea, então perguntei.

— E vocês aqui em Drakir? Conte-me o que pensa. As únicas coisas que sei, é que são tão orgulhosos ou mais que os elfos, e bastante tradicionais. Somente Xuridra em teu governo que começa a mudar um pouco esse aspecto, se desenvolvendo pra algo mais moderno e novo. Aliás, me faça aí umas quatro armas de arremesso feita de açouro. É o melhor que tens, certo? Essas podem ser com, hum... Duas com telecinese e Vai e Volta. Uma com telecinese e fidelidade. E outra com Saque mágico e Vai e Volta. Será que é uma boa escolha?

Itens: