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As Crônicas de Samaria :: Império das Areias
Rhānshi
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[OP] Premissa - Postado Sáb Ago 27, 2022 2:34 am
As Crônicas de Samaria
Premissa
O vento quente de Havir era como um vapor quente de uma panela de comida de um desafortunado que batia tão forte na pele que era capaz de cozinhá-la e até mesmo soltar os músculos da carne. Dentro da ilha pirata existe todo material que vem e vai, é comprado e vendido, saques e pilhagens que eram roubados de seus ladrões por outros ladrões. O lar pirata onde sobrevive o mais esperto e não o mais forte.
Um dos espólios mais interessantes que se encontrava na ilha, estava em uma barraca reservada perto do porto e escondido em um oásis criado pelos homens e não pela natureza. Um grande ovo de ouro maciço com cristais badurianos incrustados em seu corpo e um diamante alkeano. Era um item extremamente preciso que iria a leilão no início do anoitecer.
E obviamente somente eu sei que essa pedra é um diamante alkeano, afinal eu sou o narrador e estou contando essa história para você. E você é apenas uma pirata insignificante, personagem da minha história sobre piratas e roubos.
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+ Está é uma Quest One Post de dificuldade Difícil para Nymue.
+ Você é livre para desenvolver da maneira como quiser.
+ Qualquer dúvida, MP ou Discord
+ Boa sorte!
Nymue Morkerod
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Re: [OP] Premissa - Postado Seg Set 12, 2022 4:59 pm
conceived in the sky
Ninguém sabia como e o porquê eu fui parar ali. A grande questão? Era que ninguém se importava com isso. Nas primeiras semanas, eu estava em desespero, tentando escapar e ao mesmo tempo chorar por estar só. Preocupada com minha mãe que tinha sumido, assim como parte de minhas memórias. Depois, algo maior começou a roubar minhas energias e pensamentos: meios de sobreviver em uma ilha pirata, sem nada além de minhas roupas remendadas.
Por sorte, uma das criadas simpatizou com minha condição tão catastrófica. Ninguém questionou quando uma garotinha de aparentes dez anos começou a ajudar a serva. Ninguém perguntou meu nome, até ser necessário me dar ordens do que organizar e como. Era quase como uma regra implícita na ilha: quem faz perguntas demais, também conhece a morte cedo demais.
Não era algo difícil de compreender, não quando duelos aconteciam por coisas bobas. Quando criaturas morriam em meio a roubos estúpidos ou ataques de ciúmes. A vida de alguém era barganhada facilmente, a lei do dinheiro se fazendo mais do que evidente em cada esquina daquela ilha.
Eram raras outras crianças na ilha, mas elas existiam. Filhos de piratas, prostitutas, comerciantes, servas. O próprio rei do lugar possuía mais filhos do que eu poderia contar em meus dedos. Oficiais ou bastardos, não importavam, as crianças eram pequenos casos caóticos liberados em plena luz do dia. E a elas também se aplicava a lei do mais forte e mais esperto.
— Ninguém quer você aqui, serva! — Um garoto um pouco maior do que eu esbravejava depois de me empurrar no chão.
— Você só está assim porque eu sou melhor do que você na corrida! — Contradisse prontamente, me levantando mesmo que o ego infantil estivesse machucado.
— Ela realmente venceu na corrida… — Outras crianças murmuravam.
— M-mas! Para se tornar uma de nós tem de roubar algo! — O garoto exclamava e estufava o peito, como se tivesse achado a solução perfeita.
— Oh, então era só isso? Eu vou roubar a melhor coisa e esfregar no seu narigão! — Exclamei convencida.
As crianças bufaram e riram, dando a chance perfeita para que eu escapasse dali o mais rápido possível. Se eu soubesse o que iria fazer com aquele desafio eu estaria mentindo, mas pelo menos agora eu tinha algo com o que ocupar! Era assustador ficar sozinho em um mundo em que adultos machucavam uns aos outros gratuitamente ou por um certo preço.
Quando consegui escapar da serva que tinha me ajudado, Judith, corri em direção às docas. Nada melhor do que procurar por informações no lugar de maior concentração de criaturas! Tudo bem que existia aquele lugar chamado de taverna, mas ali ficava muita gente agressiva ou estúpida… Ou os dois ao mesmo tempo.
Piratas e comerciantes caminhavam de um lado para o outro, gritos eram dados e por vezes era tão forte que me assustava, fazendo esbarrar em uma coisa ou outra. Apenas para ter de correr para não me meter em encrenca. Por vezes eles falavam em línguas que eu não compreendia, ou usando gírias estranhas demais para fazer qualquer sentido.
Estava sentada sobre um barril, balançando as pernas ainda curtas, emburrada por não ter achado algo especial para roubar. Saco com moedas? Fácil demais, previsível demais. Bebidas? Ninguém ia gostar de vinho, e aquilo existia em qualquer lugar!
— Você vai para o leilão mais tarde? — Um pirata questionava o que aparentava ser um comerciante.
— Nah, nada demais por lá, só a mesma porcaria de sempre. — O comerciante deu de ombros, demonstrando o desinteresse.
— Ficou sabendo não? — O pirata inclinou, quase me impedindo de escutar o que ele iria dizer. — Tem um ovo de ouro!
— Um ovo de ouro? — O comerciante bufou e revirou os olhos.
— Pode parecer simples, mas é o conteúdo dentro dele que é importante. Soube que tem tesouros dentro do próprio tesouro! Estão até mesmo escondendo o item em uma barraca no oásis.
Eles continuaram conversando de maneira conspiratória. Mas até mesmo eu sabia onde ficava esse oásis. Ali no porto, eles tentaram fazer algo similar a um oásis do deserto, mas de maneira artificial. Geralmente superprotegido justamente por conter coisas importantes e secretas…
Era isso!
Com um semblante de quem tinha tido a melhor das ideias, ignorando totalmente os riscos, saltei do barril e comecei a andar rapidamente. Achar o lugar não foi um problema. Invadi-lo? Já era outra história.
Fiquei perambulando próximo, procurando uma brecha, tentando encontrar informações ou até compreender o que estava acontecendo. Apenas para ser capturada pela parte de trás do colarinho, sendo erguida facilmente do chão por um pirata que deveria ter mais de dois metros de altura!
— Suma daqui pirralha, antes que eu corte os seus dedos e dê para algum ritualista. — O pirata ameaçou, seu bafo quase tão aterrorizante quanto sua aparência.
Fui jogada para o lado, caindo sobre um monte de sacos de mercadorias. Recuei prontamente, não por ser covarde, mas por saber que aquilo não era uma ameaça vazia. Uma vida ali custava bem menos do que um item exportado. Porém, mesmo com aquela dificuldade em se aproximar algo parecia estranho. Para uma criança era uma tarefa exorbitante, mas qualquer adulto estava se aproximando dali sem muita dificuldade.
Se eu quisesse esconder um tesouro, não seria em um lugar evidente não é? Me afastei um pouco, de beicinho pela falta de resposta naquela empreitada. Ok eu já começava a acreditar que iria me ferrar depois, as outras crianças teriam motivos para me chamar de fraca! Irritada, comecei a coçar meu olho, sentindo um incômodo que parecia crescer junto com meu estresse.
Ótimo, além de não ter conseguido o que queria, ficaria cega! Resmunguei e continuei a coçar o olho em uma teimosa persistência. Quando afastei a mão, quase gritei. Era talvez o susto que estivesse fazendo as minhas cordas vocálicas paralisassem, mas como não surtar quando o mundo tinha mudado? Cores. Energias. Ondas de luz envolvendo a tudo. Pisquei uma vez, duas, voltou ao normal. Pisquei novamente e estava com aquele brilho estranho envolvendo as coisas. Arfando fortemente, me afastei e escondi detrás de um grande barril, os olhos enchendo de lágrimas enquanto imaginava que estava realmente amaldiçoada.
Mas então um brilho maior chamou a atenção. Escondido no que parecia ser um oásis à parte, discreto e fácil de camuflar coisas. Inspirando fundo e atraída pelas diversas cores, me aproximei com cautela, não queria ser fatiada por um desses piratas por luzes bonitas, mas ainda assim luzes!
Sentindo a energia praticamente vibrando e provocando certa dor em meus olhos, tampei o olho que antes estava coçando. Aquilo foi o suficiente para estabilizar a visão. Empurrei as folhas para o lado e… oh meus deuses! Estava ali bem escondido em uma caixa, mas com tanta pedra que acabava refletindo a luz do dia, a que passava por entre as frestas da barraca camuflada. Sorrindo grande, olhei para os lados, mantendo meu olho problemático fechado. Peguei o ovo de dentro da caixa, era beeem mais pesado do que parecia!
Colocando apenas a cabeça do lado de fora, analisei o ambiente para sair dali discretamente. Contei até cinco para ousar dar passos para o lado de fora. Ao invés de ir para o ambiente mais cheio, fui pelo lado contrário! E assim que julguei ser seguro, corri como se estivesse sendo perseguida por um bando de homens grandes e mal encarados.
Eu tinha conseguido! Eu, Nymue, tinha pegado o precioso ovo brilhante dos piratas e… parei bruscamente, finalmente percebendo a merda que tinha feito. Se eu mostrasse o ovo para qualquer um, saberiam que tinha sido eu quem roubou. A punição poderia ser, no mínimo, uma mão perdida. Eu amava demais minha mão para perder assim.
Resmungando, acabei por enterrar o ovo, o deixando seguro. Seria prazeroso apenas olhar para os piratas perdidos e putos por terem perdido uma mercadoria preciosa. As crianças não saberiam o que eu fiz, mas naquele momento a aventura tinha sido o suficiente, pois eu sabia do que era capaz e de que meu olho machucado fazia coisas diferentes.
Por sorte, uma das criadas simpatizou com minha condição tão catastrófica. Ninguém questionou quando uma garotinha de aparentes dez anos começou a ajudar a serva. Ninguém perguntou meu nome, até ser necessário me dar ordens do que organizar e como. Era quase como uma regra implícita na ilha: quem faz perguntas demais, também conhece a morte cedo demais.
Não era algo difícil de compreender, não quando duelos aconteciam por coisas bobas. Quando criaturas morriam em meio a roubos estúpidos ou ataques de ciúmes. A vida de alguém era barganhada facilmente, a lei do dinheiro se fazendo mais do que evidente em cada esquina daquela ilha.
Eram raras outras crianças na ilha, mas elas existiam. Filhos de piratas, prostitutas, comerciantes, servas. O próprio rei do lugar possuía mais filhos do que eu poderia contar em meus dedos. Oficiais ou bastardos, não importavam, as crianças eram pequenos casos caóticos liberados em plena luz do dia. E a elas também se aplicava a lei do mais forte e mais esperto.
— Ninguém quer você aqui, serva! — Um garoto um pouco maior do que eu esbravejava depois de me empurrar no chão.
— Você só está assim porque eu sou melhor do que você na corrida! — Contradisse prontamente, me levantando mesmo que o ego infantil estivesse machucado.
— Ela realmente venceu na corrida… — Outras crianças murmuravam.
— M-mas! Para se tornar uma de nós tem de roubar algo! — O garoto exclamava e estufava o peito, como se tivesse achado a solução perfeita.
— Oh, então era só isso? Eu vou roubar a melhor coisa e esfregar no seu narigão! — Exclamei convencida.
As crianças bufaram e riram, dando a chance perfeita para que eu escapasse dali o mais rápido possível. Se eu soubesse o que iria fazer com aquele desafio eu estaria mentindo, mas pelo menos agora eu tinha algo com o que ocupar! Era assustador ficar sozinho em um mundo em que adultos machucavam uns aos outros gratuitamente ou por um certo preço.
Quando consegui escapar da serva que tinha me ajudado, Judith, corri em direção às docas. Nada melhor do que procurar por informações no lugar de maior concentração de criaturas! Tudo bem que existia aquele lugar chamado de taverna, mas ali ficava muita gente agressiva ou estúpida… Ou os dois ao mesmo tempo.
Piratas e comerciantes caminhavam de um lado para o outro, gritos eram dados e por vezes era tão forte que me assustava, fazendo esbarrar em uma coisa ou outra. Apenas para ter de correr para não me meter em encrenca. Por vezes eles falavam em línguas que eu não compreendia, ou usando gírias estranhas demais para fazer qualquer sentido.
Estava sentada sobre um barril, balançando as pernas ainda curtas, emburrada por não ter achado algo especial para roubar. Saco com moedas? Fácil demais, previsível demais. Bebidas? Ninguém ia gostar de vinho, e aquilo existia em qualquer lugar!
— Você vai para o leilão mais tarde? — Um pirata questionava o que aparentava ser um comerciante.
— Nah, nada demais por lá, só a mesma porcaria de sempre. — O comerciante deu de ombros, demonstrando o desinteresse.
— Ficou sabendo não? — O pirata inclinou, quase me impedindo de escutar o que ele iria dizer. — Tem um ovo de ouro!
— Um ovo de ouro? — O comerciante bufou e revirou os olhos.
— Pode parecer simples, mas é o conteúdo dentro dele que é importante. Soube que tem tesouros dentro do próprio tesouro! Estão até mesmo escondendo o item em uma barraca no oásis.
Eles continuaram conversando de maneira conspiratória. Mas até mesmo eu sabia onde ficava esse oásis. Ali no porto, eles tentaram fazer algo similar a um oásis do deserto, mas de maneira artificial. Geralmente superprotegido justamente por conter coisas importantes e secretas…
Era isso!
Com um semblante de quem tinha tido a melhor das ideias, ignorando totalmente os riscos, saltei do barril e comecei a andar rapidamente. Achar o lugar não foi um problema. Invadi-lo? Já era outra história.
Fiquei perambulando próximo, procurando uma brecha, tentando encontrar informações ou até compreender o que estava acontecendo. Apenas para ser capturada pela parte de trás do colarinho, sendo erguida facilmente do chão por um pirata que deveria ter mais de dois metros de altura!
— Suma daqui pirralha, antes que eu corte os seus dedos e dê para algum ritualista. — O pirata ameaçou, seu bafo quase tão aterrorizante quanto sua aparência.
Fui jogada para o lado, caindo sobre um monte de sacos de mercadorias. Recuei prontamente, não por ser covarde, mas por saber que aquilo não era uma ameaça vazia. Uma vida ali custava bem menos do que um item exportado. Porém, mesmo com aquela dificuldade em se aproximar algo parecia estranho. Para uma criança era uma tarefa exorbitante, mas qualquer adulto estava se aproximando dali sem muita dificuldade.
Se eu quisesse esconder um tesouro, não seria em um lugar evidente não é? Me afastei um pouco, de beicinho pela falta de resposta naquela empreitada. Ok eu já começava a acreditar que iria me ferrar depois, as outras crianças teriam motivos para me chamar de fraca! Irritada, comecei a coçar meu olho, sentindo um incômodo que parecia crescer junto com meu estresse.
Ótimo, além de não ter conseguido o que queria, ficaria cega! Resmunguei e continuei a coçar o olho em uma teimosa persistência. Quando afastei a mão, quase gritei. Era talvez o susto que estivesse fazendo as minhas cordas vocálicas paralisassem, mas como não surtar quando o mundo tinha mudado? Cores. Energias. Ondas de luz envolvendo a tudo. Pisquei uma vez, duas, voltou ao normal. Pisquei novamente e estava com aquele brilho estranho envolvendo as coisas. Arfando fortemente, me afastei e escondi detrás de um grande barril, os olhos enchendo de lágrimas enquanto imaginava que estava realmente amaldiçoada.
Mas então um brilho maior chamou a atenção. Escondido no que parecia ser um oásis à parte, discreto e fácil de camuflar coisas. Inspirando fundo e atraída pelas diversas cores, me aproximei com cautela, não queria ser fatiada por um desses piratas por luzes bonitas, mas ainda assim luzes!
Sentindo a energia praticamente vibrando e provocando certa dor em meus olhos, tampei o olho que antes estava coçando. Aquilo foi o suficiente para estabilizar a visão. Empurrei as folhas para o lado e… oh meus deuses! Estava ali bem escondido em uma caixa, mas com tanta pedra que acabava refletindo a luz do dia, a que passava por entre as frestas da barraca camuflada. Sorrindo grande, olhei para os lados, mantendo meu olho problemático fechado. Peguei o ovo de dentro da caixa, era beeem mais pesado do que parecia!
Colocando apenas a cabeça do lado de fora, analisei o ambiente para sair dali discretamente. Contei até cinco para ousar dar passos para o lado de fora. Ao invés de ir para o ambiente mais cheio, fui pelo lado contrário! E assim que julguei ser seguro, corri como se estivesse sendo perseguida por um bando de homens grandes e mal encarados.
Eu tinha conseguido! Eu, Nymue, tinha pegado o precioso ovo brilhante dos piratas e… parei bruscamente, finalmente percebendo a merda que tinha feito. Se eu mostrasse o ovo para qualquer um, saberiam que tinha sido eu quem roubou. A punição poderia ser, no mínimo, uma mão perdida. Eu amava demais minha mão para perder assim.
Resmungando, acabei por enterrar o ovo, o deixando seguro. Seria prazeroso apenas olhar para os piratas perdidos e putos por terem perdido uma mercadoria preciosa. As crianças não saberiam o que eu fiz, mas naquele momento a aventura tinha sido o suficiente, pois eu sabia do que era capaz e de que meu olho machucado fazia coisas diferentes.
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