O coven de Akuro tornou-se uma presença bem relevante, seja para com minha forja ou com a ilha filhote em si. Seus feitos, bem vistos ou não espalharam-se como chamas em palha e sua índole foi agraciada por uns e questionada por outros. A guerra com Rheathre também havia se acalmado até certo ponto, Amaya seria nomeada líder daquele lugar sob jurisdição da sede principal de Yami e tomaria conta dos progressos ali com algum apoio de minha parte, seja com conhecimento ou com recursos. Era naquele cenário que mais um evento curioso acabaria por quebrar a minha provisória paz, abordando inicialmente a anã que me acompanha em meus serviços rotineiros de ferreira.

"O espírito do mar", ou, simplesmente Siniy. Sua fama é reconhecida nos solos de Drakir, seja positivamente por seus pequenos feitos e por sua relação próxima a figuras extremamente relevantes como Nefertari, ou, seja negativamente em relação a torre e outros nobres por sua insubordinação mágica aos ditos cujos e ainda pela destruição do portal entre Aronian e Nagarki. Em geral sempre foi alguém em quem tive de manter olhos atentos, seus comportamentos por vezes explosivo ou inesperados e sua inabilidade social tornavam-lhe alguém perigosa para ter-se aprendendo magia dentre de nossas instalações. Nefertari assumiu o risco e confiou e, como uma pulsares permiti que isto fosse assumindo pela valia que a mulher possui nos territórios do clã prateado.

Aquele parecia por outro lado um vislumbre diferente do habitual, quando a vejo abordar a anã ela parece realmente educada. Ela força-se um pouco, é visível, mas, mesmo isso transcende um pouco o que assumia por sua imagem. Ela cita meu nome em minha procuro e logo vou ao seu encontro de uma sala mais ao fundo. Minha feição é um sorriso neutro e mantenho-me dotada de certa pacificidade, afinal eles são alguém que possuem anistia perante nós e em virtude disso não são dividendos de mal algum, cidadãos conforme a lei. - Olá Siniy, tu me pareces bem, venha, conversemos em minha sala. Digo mostrando o caminho para que ela me conte ali sobre o que tem em mente.

- Não tens muito dinheiro então, entendo. Aronian é um lugar deveras arriscado de se estar por agora, tens certeza sobre isto? Alerto-a pensativa sobre sua oferta, respirando calmamente e batendo os dedos de forma inquieta sobre a mesa. - Anular o pagamento necessário... Digo com uma voz calma porém relativamente exclusiva quanto a possibilidade. - Ainda que aprecie muito conhecimento, temo que não possa simplesmente deixar meus feitos a mercê disso, afinal há contas a serem pagas e este lugar mantém-se sozinho sem auxílio governamental. Era sincera sobre o que pensava, mas também não descartava por complexo, a possibilidade de conhecimentos e talvez materiais estrangeiros também me era tentadora e até havia algum alicerce para segurar as pontas de uma produção com um pagamento tardio.

- Contudo... Falo respirando profundamente. - Não posso negar que realmente detenho interesse. Façamos assim, haverá juros no pagamento tardio dos itens e outras coisas que lhe entregue, cobrarei um valor vinte e cinco por cento maior do que o normal. Além disso desejo os itens que oferecestes, em geral materiais de forja e grimórios despertam meu interesse. Estarei confiando em ti, que consegues tornar com vida daquele lugar amaldiçoado pelos deuses. Passo o dedo no espaço entre os olhos deslizando na sobrancelha com certa inquietação, arfando duvidosa se estou tomando a decisão certa. - O que tiveres como um sinal também, para que haja uma redução do prejuízo adquirido em si, se estiver de acordo são meus termos.

Dito aquilo imaginando que ela não veria problemas começaria a analisar o projeto do objeto que ela desejava, esboços de dois artefatos e ponderar a melhor forma de criar o que ela buscava. Forjas mágicas eram sempre bem delicadas e naturalmente havia muita tentativa e erro, culminando naturalmente em uma inflação natural do valor que normalmente era cobrado aos solicitantes. Uma proteção mágica já não me era algo tão estranho, já havia trabalhado com a criação de outros itens que assumiam propriedades semelhantes quanto aos seus efeitos. O que a dela possui em específico que demonstra sua singularidade é a forma como esse manifesta-se de forma aquosa, uma escudo fluído que a protegeria quando esta estiver em perigo.

Os materiais também são um tanto quanto peculiares, afinal, trabalharia com gemas e conchas em sua maioria para confeccionar o artefato fugindo um pouco da constituição base metálica mais natural. Não que escape em si da base que geralmente sustenta estes atributos utilizando-se de fibra de aço arcano e minério arcano, mas, ainda assim não é a maioria do consumo que envolve aquela criação. Separo estes cuidadosamente, os que ali encontram-se e poderiam facilmente ser comprados e convoca uma aventureira de baixa fama para seguir por mim até o litoral para pegar alguns materiais que eu ainda não possuo ali comigo. Nada realmente muito expansivo ou trabalhoso visto que aquela loja em si já era feita sobre o mar, mas, algo que acabaria sendo necessário.

Ela logo retorna, cumprimentando-me cordialmente sendo esta uma antiga subordinada à mim enquanto líder maior. Pego o que preciso sem rodeios após uma sutil reverência, observo ali cada formato, apoio as conchas sobre a mesa e posso finalmente começar de fato os procedimentos de forja dos itens. Levo a fibra e o minério à fornalha para que ali seja realizado a etapa de fusão do metal arcano sem grandes dificuldades. Seguirei um molde de elmo tal qual o pedido descreve, sem campo facial atribuído e sem uma parte anterior. O metal em si não é adequado a proteção de fato caso o objetivo fosse ter um ofício físico em si, deste modo, sua aparência é mais importante que sua eficiência. Belo tal qual mentalizo, com longos "chifres" laterais cercados de "barbatanas" e uma longa crista frontal.

A forja em si não é lisa como geralmente é buscado, há várias ranhuras e ao centro há uma receptáculo considerável para onde a joia central será alojada. Uma aquamarine chamativa na qual será imposto o encantamento que ativando-se protegerá sua portadora com um véu de água poderoso e denso. Ele em si não é tão restritivo quase como uma tiara, o que possibilitaria outro elmo por baixo que realmente fosse feito em torno de proteção física facilmente. Penso nisso pois geralmente as pessoas ponderam ter algo assim ao longo do tempo, ainda mais aqueles que estão fadados a grandes conflitos e desafios como a jovem bruxa.

No metal ainda aquecido começo as incrustações não mágicas, colocando as conchas ali de forma bem alinhadas, todas bem pequenas ou fragmentadas de forma que visualmente formassem um conjunto de cores uniformes em verde que facilmente remetia ao mar quando observado. Era um trabalho minucioso e leva algum tempo de modo que faço separadamente a etapa de incrustação rúnica da pedra justamente para não quebrar-se por várias vezes e acabar perdendo meu avanço de forma leviana. - Bem, até este ponto tudo certo.

Começo então a etapa mais difícil daquela confecção, a incrustação mágica. Pela natureza do feitiço e a forma como ela absorve mana de um catalizador presente é sempre complexo e acaba por haver bastante tentativa e erro perdendo-se material no processo. Não me abalo, sigo firme, tento uma e depois outra, ainda que não tão irreal e bem próxima da aurora, entendo que o citado é um feitiço bem mais simples do que este que lhe emprego. Algum tempo se faz e uma joia perfeita se cria sobre mãos hábeis que gravam os hieróglifos adequados através de uma talha, indexando-a na peça final. - Prontinho, seu primeiro item já foi. Digo com um sorriso já pronta a dar continuidade.

>> Forja Mágica(1291/1200 Palavras)
>>Link da aprovação
>>Materiais consumidos: Minério arcano x15, Fibra de Aço Arcano x1, Gemas (Safira) x3, Gemas (Aquamarine) x3, Gemas (Pérola) x1

Item confeccionado:

Siniy parecia entender até certo ponto o que eu buscava com minha proposta, meu alcance era limitado e nem sempre podia levar os meus desejos adiante estando distante da fonte de seus materiais. Ter alguém que pudesse agir até certo ponto para intermediar isto e prolongar meu alcance de busca por minérios e conhecimento certamente tinha valia, o suficiente para que eu pondere aceitar algo como um pagamento tardio, ainda que de toda forma cobrarei um pouco mais por esta espera e confiança. Não foi tão diferente de antes, ainda lembro de quando usei de uma proposta parecida para com o conde de Zion, naquela época eu ainda era bem nova na arte da forja em alto nível e seu pagamento foi na forma de alguns lingotes de açouro. Se foi um bom negócio? Bem, sim, ainda que este tenha sofrido desvalorização monetária um pouco mais tarde, eles certamente foram úteis e cobriram até certo ponto o pagamento do meu pedido.

Para a ganalteana eu seguiria um processo um pouco mais arriscado comparando-se, mas, seria um voto de confiança ainda motivado pelas circunstâncias do momento. Ela foi junto dos outros uma espécie de heroína local, após algumas pesquisas também pude consultar outros atos que mostram seu histórico respeitável. - Agradeço, quanto a armadura, creio que Askarhol seja uma ótima pedida apesar do peso. Olho para o seu corpo um pouco insegura sobre fazer algo com o metal roxo para ela, ela era bastante esguia naquele ponto e não inspirava muita confiança quanto a suas habilidades físicas, mas, podia ser um mal julgamento - Há alguns lingotes ali ao fundo, se quiser carregá-los um pouco para entender o ponto que quero abordar, uma armadura completa deste composto é pesada de mais até para mim. Mas dá para eu pensar em alguma coisa.

Não quero desanimá-la de seu pedido então não renderia aquele assunto por hora, mesmo pois isto acabaria desviando o foco por inteiro da produção do bindi. Desvio este com algum que seja mais simples e que ela consiga me responder com naturalidade por sua naturalidade. - Bem, sua terra é realmente peculiar, podes contar um pouco mais? Digo jogando verde enquanto minhas memórias refletem uma certa busca prévia por informantes ou livros que encontrei na biblioteca da universidade sobre as sacerdotisas, especificamente também sobre Siniy. Parece que ela tinha uma alcunha por lá, conhecida como o Mártir do Mar por aqueles que apreciavam seus feitos enquanto outros lhe chamavam de bruxa. Não é tão diferente agora, ela parece ter um certo talento para possuir esta dualidade, amada e odiada, tudo ao mesmo tempo.

Sobre a mesa começo a separar cuidadosamente os materiais necessários para conduzir a confecção da joia que tem suas origens talvez oriundas do lugar do qual ela veio. Suponho tal, pois analisando suas duas solicitações, ambas estão de certa forma vinculadas com a sua testa, quem sabe algo cultural? Talvez algo que esteja atrelado mais especificamente àquelas que serviam ao deus do mar? Não havia ainda como aferir com certeza, mas, dentre os detalhes e respostas busco compreender o máximo que posso, captar, aprender, sobre ela e sobre os seres do mar que podem em algum momento virar aliados imprescindíveis e neste momento ainda são tão “distantes” da superfície.

A gema estava em minhas mãos, uma orbe também estava ao meu lado e sentava-me de forma a ficar frontalmente para a mesa onde executaria a construção daquele item. Fazê-lo em si não era um processo caro, ele era apenas uma gema única formada através de infusão mágica para compor um núcleo oco, selado por uma magia de encantamento que comprimia o seu conteúdo e o liberava quando utilizado em uma única instância. Por outro lado, se usado para agir com uma poção grandiosa a garota devia estar preparada para abrir a carteira, cada ativação daquilo lhe custaria facilmente cinquenta, cem sanários de ouro, me perguntou se eu deveria avisá-la para tomar cuidado em vista de ela ainda estar me devendo dinheiro, mas declino em primeiro momento confiando em sua sabedoria.

- Sabe, eu li um pouco quando soube sobre tu, tua linhagem é impressionante, bom, ao menos é o que os livros dizem. Nossos povos foram aliados a muito tempo, certo? É uma lástima que essa aliança não exista mais após a queda do primeiro dragão. Digo com um sorriso triste no rosto, não como um pedido ou um tipo de informação que realmente nos seria proveitosa ali, ela era uma desgarrada, não uma nobre, incitar lamentos sobre a desunião de nossos povos atual não alteraria a situação atual, todavia era apenas um assunto de fluxo natural com alguém que tinha nascido naquele ambiente. - Os livros daqui, ao menos os que estive observando até este momento, infelizmente, não conduzem seus contos com muitos detalhes. Creio que sejam pontos de vista de pessoas da superfície.

Apoio uma jóia no topo da orbe concentrando uma grande quantidade de mana ali, respiro calmamente, mantenho minhas mãos firmes e próximas ao objeto o qual estou moldando através de magia. Tal qual o que estará ali vislumbro de maneira fluída com um pequeno lago oscilando com o vento e aninhando-se em uma orbe circular, comprimida e móvel, engolindo a saliva que vem naturalmente com o pensamento de água, me deixando até com um pouco de sede. - Há alguns relatos curiosos de que sua terra fez um tipo de tratado ou coisa do tipo com algum reino pirata, eu tenho um tratado singular, com certeza menos duradouro e menos relevante com uma certa baronesa, tu sabes de algo sobre isto que pode me auxiliar? Pergunto lateralmente, ainda mantendo meus olhos e foco no objeto que estou forjando cuidadosamente. Quero evitar erros e poupar o custo que já é alto de manutenção naquele item, deixando a produção em si menos custosa.

Com uma espécie de marcador gravo minuciosamente em hieróglifos rúnicos bem pequenos o encantamento responsável por manter aquela magia funcional. Um certo rangido é presente, mas bem pouco visto que não posso afundar muito o metal na gema para tal. Sopro à superfície tirando um pouco da escória causada ao arranhá-la e então passo um pano polindo-a com bastante esmero. A própria joia em si também tem em seu encantamento o aspecto de fixar-se ali na testa de quem a utiliza, como um bindi de fato o faria. Caminho até a mulher colocando-o na testa desta para que ela possa experimentá-lo e observar-se utilizando-o em um espelho ao canto do recinto. - Que tal? Não te importas que utilize desta receita posteriormente certo? Me pareceu bem interessante esta sua criação. Digo sorrindo me apoiando por seus ombros e vendo seu aspecto ao utilizá-lo. - Muito belo.

Não era opinião de vendedora, aquele tipo de adorno realmente era algo bastante bonito quando colocado na testa de quem os utiliza. Me pego pensando que Ilia ficaria bastante bonita utilizando um daqueles, mais do que ela já é de todo modo. Este tipo de coisa vem tornando-se cada vez mais natural para mim, me pegar pensando na elfa. Guardo as ferramentas cuidadosamente visto que os planos de itens seguintes da filha do mar não era tão delicados, a orbe de vidro negro não era mais necessária como equipamento e o marcador também não. Acho que minhas funcionárias no castelo apreciariam se eu fosse tão organizada em meu quarto quanto sou trabalhando, as damas de negro no caso, visto que as demais não tem autorização para deslocarem-se por aquela ala do castelo.

Com um balde de água, após limpar o recinto, testamos a eficiência do objeto que drena o líquido de forma bastante eficiente o armazenando em si tal qual projetado. Haviam diversos usos para algo tão dinâmico, dependendo de qual líquido fosse escolhido para armazenar ali visto que sua usuária poderia controlá-lo por magia ou absorvê-lo dependendo de qual seja a sua intenção. A mim cabia apenas prosseguir com seus pedidos já lhe indagando sobre o próximo. - E então, o que achou do peso, crês que podes utilizar tal metal?


>> Forja Mágica e treino duplo de história(Ganalteanos)(1329/1200 Palavras)
>>Link da aprovação
>>Materiais consumidos: Gema de rubi

Item confeccionado:

Ela parecia atentar-se bastante ao meu conselho sobre o peso de uma armadura que entraria dentro dos parâmetros dos requisitos buscados por ela. Ela era um tanto esguia, conseguia notar-se ao observar pelas fibras de suas pernas e especialmente de sua panturrilha que ela poderia ser uma garota veloz, ao menos por sua constituição, já que era impossível ponderar qualquer propriedade de coordenação com uma observação superficial, mas forte, não. Em verdade ela parecia tão frágil que ser veloz parecia uma escolha bem melhor à ser durável, sendo a capa que eu mesma havia lhe concebido um item muito mais eficiente para mantê-la segura do que uma armadura densa.

Ela mesma aparecia com uma medida adaptativa, sugerindo um item que lhe seria único e desta forma também tornando-se mais proveitoso à sua utilização. Levando a mão ao queixo e buscando projetar algo que seja de seu agrado uma das coisas que me vem à mente é a minha própria braçadeira, de forma eficiente ela consegue produzir um pseudo efeito de redução de massa constante através de uma alternância de valores presentes. Ainda assim, esta seria uma medida insatisfatória dentro do que a garota em si busca para si. Penso cuidadosamente por mais alguns segundos e então algo me surge, enquanto meu item é uma alternância de armaduras pesadas por meu porte físico, a dela poderia partir do princípio de um item básico que não lhe seria interceptor da sua capacidade de mover-se e desvencilhar-se dos ataques inimigos.

- Podes me emprestar seu anel? Ergueria a mão em direção à sua mão lhe tomando gentilmente, deslizando a joia para fora de seus dedos não tão delicados assim e o observando. Ela já utilizava bastantes joias, transformar uma daquela não seria um grande problema com algumas sutis alterações. Ela mesma ponderava o teor da joia acabar tornando-se o seu escudo e eu concordava de forma positiva com a cabeça. - Sim, isto pode resolver o problema. Sorrio inclinando minha face com um semblante animado. Logo desfaz-se porém aquele ímpeto em virtude da minha preocupação com a garota que acaba se cortando um pouco. Apoio a joia no balcão e avanço até ela com certa pressa para tomar sua mão e acariciá-la de forma preocupada. - Cuidado.

A arma em sua mão é deveras interessante, seu metal não parece comum àquele lugar e seu corte realmente parece peculiar, como se eu pudesse sentir uma espécie de assinatura mágica ali. - Adaga interessante, ela tem algo haver com parte do pagamento, imagino. Observo-a de canto de forma suntuosa enquanto ela me pede alguns conselhos sobre o uso daquele tipo de equipamentos. - Bem, de fato senhorita Siniy, creio que eu possua certa experiência com este tipo de armamento. Tu precisas mover seu pulso de forma mais concisa e ágil, diferente do cajado que lembro de ter confeccionado, este é um equipamento mais curto e que pode ser utilizado ao arremessar também certo, seus movimentos precisam ser mais precisos se quiser aproveitar objetos pequenos como estas armas com eficiência.

Ela continua tentando enquanto levo alguns minérios de Askarhol à fora para poder moldá-los posteriormente. Os pego com cuidado ao fundo, ainda que densos visando buscar não danificá-los sem necessidade. Os levo até a bancada onde os apoio sobre uma pá coletora, através desta então mergulho as peças metálicas através da entrada da fornalha e as deixo ali para alcançarem a temperatura ideal. - Não te cobres tanto e mantenha-se empenhada. Encorajo a garota que faz um comentário um tanto negativo sobre sua performance sem virar-me, ainda mantendo o controle do material ali pois realmente lamentaria perder itens tão valiosos.

Sento-me enquanto aguardo e começo a traçar as linhas que darão norte ao meu projeto, pretendia fazer algo único e belo que seja de acordo com sua usuária, exaltando assim a sua especificidade e o quão aquele seria um item de puro primor. A pena desliza moldando uma espécie de concha alongada com uma parte superior mais ampla, aberta como asas fragmentadas e encaixadas por trás de uma saliência frontal que avança pelo que seria a altura de suas pernas. Ela não é muito alta, ao contrário, quase posso afirmar ser difícil manter contato com seus olhos sendo ela em torno de cinquenta a sessenta centímetros mais baixa do que eu, então não precisa ser tão grandioso quanto o escudo do eclipse para lhe ser uma proteção eficiente.

Ela então me conta um pouco sobre a história de seu povo e a sua relação com as sacerdotisas. Ela começa sobre algo dos dragões terem pisado na bola, salientando essa ser uma perspectiva do povo do mar. As histórias em si estão fadadas à entrelaçarem-se de forma emaranhada, sei na perspectiva de meu povo a que ela se refere, a guerra em que os dragões acabaram tornando-se em parte inimigos de todos os povos. Não posso dizer que ela está equivocada sobre isto, mesmo se eu alternar o ponto de vista para mim e a forma como muitos dos residentes do arquipélago também devem enxergar os eventos. - Sim, não estás errada quanto à isto, retirar a sua própria responsabilidade é uma virtude dos seres vivos, contudo acredito que tens razão quanto ao demérito dracônico em parte do que descreve. Digo buscando assumir certa humildade. Ela, por sua vez ressalta a importância do grupo que fez parte.

Assim como eu tenho envolvimento com alguns seres sobrenaturais, ela também demonstra que existe uma divindade essencial aos residentes de Vaa'nalt. Parece até um pouco intuitivo, Uno como deus dos mares ser aquele que possui maior adoração por aqueles que tem morada em seus domínios, mas, o fato de elas receberem seus poderes diretamente do seguidor do criador em si já me era mais surpreendente. Já tive contato com aquela entidade antes, durante a guerra contra Rheathre em um clamor de Ilia ele auxiliou a acalmar os mares e a fera que nele habita, deixando inerte por algum tempo o terceiro participante do conflito armado, o Kraken.


Ergo-me mostrando o desenho em minha mão, esboços paralelos de fragmentos parciais do que viria a ser o escudo entregue a ela ao resultado do projeto final. Levanto-me ao deixá-la ali tomando nota e comentando talvez algo sobre a forma como havia idealizado o que esta havia me solicitado. Vinha sendo mais comum pessoas me deixando projetar seus itens do começo. Ys Kill, um companheiro daquela jovem ganalteana havia feito algo bem semelhante ao fazer um pedido em branco, sem imagens, deixando assim com que eu mesma imaginasse seu item do princípio. Enquanto isso aumenta minha responsabilidade, também torna mais divertido trabalhar nas criações desejadas por meus compradores.

Enquanto eu bato no item com certo ritmo espaçado, ela prossegue respondendo as minhas dúvidas e auxiliando-me a conhecer mais sobre o seu povo e a sua história. Ela afirma não conhecer em específico sobre a baronesa Ellaes, mas por outro lado afirma a existência de um acordo realizado com o local do qual ela veio. Ela fala sobre a influência política das sacerdotisas e sobre como estes acordos foram feitos em prol de trazer paz ao mar. Evitar estes conflitos parecia natural, ainda que elas sejam deveras poderosas em água, lutar certamente traria baixas e acarretaria em diversas mortes desnecessárias. Conseguia simpatizar por eles, desejava em algum momento ter a oportunidade de conhecê-los e quem sabe aliar-me ao povo oceânico, infelizmente Siniy dificilmente seria uma intermediadora em sua situação atual.

O metal ia tornando-se alongado e sua estrutura formava-se conforme eu pretendia. As peças eram fragmentadas de forma a compor várias estruturas que encaixar-se-iam com perfeição, de forma dinâmica criando um aspecto harmonioso e belo quando o encantamento de forja fosse empregado naquele equipamento. Ela por sua vez apresentava-me algo ainda mais fascinante, duas peças removidas de algum animal que possuía propriedades fascinantes. Apoio por um momento as peças que ia criando para analisar de forma próxima aqueles objetos com olhos iluminados. - Fascinante. Não escondia minha empolgação, principalmente ao perceber que um daqueles seriam um espólio entregue a mim conforme acordado anteriormente ao determinarmos a alternância de pagamentos entre dinheiro e itens, visto que ela não detinha os recursos suficientes para comprar os itens apenas em sanários.

Guardo a peça que me foi dada enquanto parte do pagamento e tomo à que preciso para compor o escudo que seria negociado ali. O eixo frontal central composto por rasgos em formatos de círculos e semi círculos que conectam-se de forma artística e bela, porém, útil ao propósito que aquele material trazia consigo, o de devolver dano aos seus agressores. Como seu nome sugeria, seu rancor era tal qual não saíam ilesos aqueles que atentam contra si, ferindo seus oponentes em suas defensivas e causando temor nestes de prosseguir avançando sem pudor. Dois, três golpes e os inimigos iam começar a perguntar-se se era realmente proveitoso continuar atacando, ainda que, após esse período o efeito em si daquele complemento de forja já teria passado.

Após isso tudo que faltava era o encantamento de ambas as peças, induzindo naquele escudo a propriedade que o faria mais proveitoso para uma bruxa hábil tal qual a sua dona e ainda a outra que lhe faria um item que poderia ser alternado. Gravo cuidadosamente as primeiras runas, aquelas que concederiam controle telecinético deixando com que a mana corresse por seu metal suspendendo e controlando o escudo a distância. Apesar de um pouco mais complexo quando comparado ao encantamento de saque mágico ou fidelidade por exemplo, não era particularmente tão complexo e logo conseguia terminá-lo de forma satisfatória.

O segundo era o encantamento de transformação. Diferente do anterior este não partia de um conhecimento rúnico e mágico unicamente apurado, como também um vínculo com as divindades responsáveis pelo apoio bélico. Os corrompidos, tal qual havia estudado em outro momento, clamariam por Bunhi, eu por outro lado emanava minha mana em busca de doim para unificar os itens transformando-o em um só enquanto talho no interior da joia os dizeres que parecem remeter a jovem. Proteja o oceano em mim. Ao retirar aquele item e entoar ou não o encantamento, ela desfazer-se-ia nos fragmentos, encaixando-se e tomando a sua forma real de um escudo poderoso e único para que Siniy confrontasse as suas lutas mais severas.


>> Forja e treino duplo de história com tutorado(Ganalteanos)(1733/1500 Palavras)
>>Link do dado Sucesso // Qualidade 4
>>Materiais consumidos: 2 Lingotes de Askarhol, 1 Fragmento de rancorosso

Item confeccionado: