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As Crônicas de Samaria :: Cidade-Fortaleza Krin :: Atramarul
Ligur
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[DIY Difícil] Limites - Postado Qua Fev 22, 2023 6:48 pm
Limites
— Mês/Ano: Sha de 331 E.R
— Pessoas envolvidas: Ligur
— Localidade: Atramarul
— Contexto:4. Retornando com sucesso, ele irá começar a treinar com você para te ensinar a respeito de um reflexo melhorado, além da articulação do próprio corpo. Será quase como coisas ridículas que ele te fará, mas que possui uma boa intenção. Novamente em uma OP Difícil, você terá que se provar para Gald, mas um dado de Resistir Fisicamente será necessário para que seu corpo se torne mais flexível também, dificuldade 50 por ter de forçar seu limite ao máximo.
— Pessoas envolvidas: Ligur
— Localidade: Atramarul
— Contexto:4. Retornando com sucesso, ele irá começar a treinar com você para te ensinar a respeito de um reflexo melhorado, além da articulação do próprio corpo. Será quase como coisas ridículas que ele te fará, mas que possui uma boa intenção. Novamente em uma OP Difícil, você terá que se provar para Gald, mas um dado de Resistir Fisicamente será necessário para que seu corpo se torne mais flexível também, dificuldade 50 por ter de forçar seu limite ao máximo.
Ligur
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Re: [DIY Difícil] Limites - Postado Qua Fev 22, 2023 6:52 pm
— Limites —
Reflexo e controle —
Aquilo era patético. Onde já se viu? Um assassino treinado desde os quatro anos de idade ter que se submeter àquele tipo de coisa? Um mestre de uma das maiores organizações do submundo — não apenas de Krieger como também de toda a Samaria —, depender de um adolescente recém-recrutado e para lá de convencido. Isso lhe frustrava, mas acima de tudo, lhe irritava. Afinal, a que papel estava se prestando?
— Onde está aquele idiota? — As palavras cuspidas transpareciam a raiva e a impaciência que sentia. Com os braços cruzados sobre o peito, os passos inquietos levavam-no de um lado para o outro da área de treinamento. Já deveria fazer quase uma hora desde a sua chegada, e até então nada além da completa solidão da madrugada, regida pelos ventos calmos que antecediam a chegada de uma tempestade — literal e figurativamente.
O relógio não parava de correr. O tempo não era gentil. A cada dia que se passava, a cada nova notícia que chegava, a cada acúmulo de corpos e de terras devastadas, maior se tornava a tensão e apreensão. A guerra se aproximava, suas forças avançavam, e algo precisava ser feito, antes que não restasse mais nada.
Que se fodam os deuses e suas rixas. Hokar, Criador, Caos… não fazia diferença, nenhum deles importava para o submundano. Não era por eles que havia assumido o seu papel da linha de frente daquela batalha. Era por si, era por ela, e acima de tudo, era pela Mara’Ordinis. Era para impedir que o fim alcançasse o seu lar. Afinal, agora que havia sido exposto, agora que presenciara o poder envolto naquela batalha, compreendia o que estava em jogo.
— Você está atrasado! — A voz ecoou, fria, rasgada e condenatória, no instante que o ranger da porta foi ouvido. Ao seu redor, as chamas das tochas eram as únicas fontes de iluminação presentes na sala tomada por uma penumbra familiar — quase acolhedora —, aos olhos do mestre. Ele, que mesmo após a chegada de Gald, permanecia de costas, com os braços cruzados, agora observando as ruas vazias de Krin.
Por mais que detestasse admitir, o Forte havia caído. Desde a liberação das bestas, a capital havia entrado em ruína. Não importava que esse episódio já havia sido superado, suas consequências ainda existiam, e de um jeito ou de outro, fora ele quem desencadeou todo o resto. E talvez dentre todos os seus irmãos fosse ele, Ligur, aquele que mais compreendia o que se passava do lado de fora. O que mais se encontrava ciente dos perigos e dos riscos, dos poderes envoltos em tudo aquilo… era por isso que cabia a ele, mais do que a todos os outros, a tarefa de impedir o seu avançar.
— Nem todos possuem o mesmo privilégio que você. — A retórica veio, tomada pelo orgulho, à medida que os passos do mais novo adentravam a sala. Leves, discretos, mas ainda assim audíveis mediante ao desconfortável silêncio da madrugada. — Não tenho permissão para ficar perambulando pela Ordem tão tarde. E não é como se não houvessem outros de nós patrulhando, fiscalizando tudo. — Uma desculpa. Realista, coerente, mas ainda assim se tratava apenas de uma desculpa.
Todos ali sabiam a razão das rondas, em especial naquela época. Em especial depois de um aprendiz idiota ter levava um forasteiro, um intruso para dentro da Atramarul. Sem contar que Gald possuía prestígio o suficiente para não ser questionado, para ter um passe livre. Ligur sabia disso, e talvez por essa razão tenha deixado escapar de forma audível um escarro de desdém.
— Isso nunca me impediu. — O tom frio e superior se intensificava a cada palavra, dessa vez sendo acompanhado pelo girar do corpo, deixando então mestre e assassino um de frente para o outro. — Além do mais. Não é como se uma simples ronda pudesse te impedir. Não tente me fazer de estúpido. Tenho informações o suficientes sobre você, então pare de inventar desculpas. Nós não temos muito tempo. — O cansaço e a preocupação se encontravam evidentes em seus olhos, opacos, vazios. Características nunca antes associadas a ele, afinal, há muito já não se via o ar brincalhão ao redor do mesmo, há muito o deboche havia sido deixado de lado. Depois de tudo o que havia vivenciado, era impossível não sofrer uma metamorfose.
Os ares estavam mudando, e junto a eles o submundano se transformava. Sua postura já não era mais a mesma. O desleixo, a preguiça, tudo havia sido deixado para trás. Não havia mais espaço para esse tipo de coisa. Não perante a tudo aquilo que precisava enfrentar, não se realmente desejasse, ao fim de tudo, limpar e purificar aquele lugar. Era hora de assumir o papel ao qual havia sido destinado, no instante do nascimento. Era hora de liderar e honrar a Mara’Ordinis.
Mas antes, era preciso sobreviver. E para isso, por mais que odiasse aquele fato, dependia do que Gald tinha para lhe oferecer, para lhe ensinar.
— Que seja. Como você disse, não temos tempo, certo? Então vamos começar de uma vez. — A resposta veio, seguida de um pesado suspiro e um revirar de olhos. — Primeiro, é importante compreender o papel das articulações, sabe? Elas são as grandes responsáveis pelos nossos movimentos. — Havia uma certa insegurança em sua fala, que por vezes travava, enquanto coçava um pouco a nuca e apontava para áreas chave dentro do assunto, como cotovelos e joelhos.
Era nítido que apesar das habilidades físicas e motoras, Gald apresentava uma certa dificuldade em ensinar, em passar o que realmente importava e de uma forma efetiva. Sabia a prática, se enrolava na teoria. Gastava minutos explicando sobre o conhecimento científico, sobre o funcionamento do corpo e as limitações das articulações e a importância das cartilagens. Informações tediosas, maçantes e repetitivas, que resultavam no revirar de olhos por parte de Ligur.
— Tá, tá, sobre isso eu já sei. Elas ligam nossos ossos e tudo o mais. Eu não sou estúpido, sou um assassino como você, sei como o corpo humano funciona. — Era quase como um rosnado, dessa vez sem qualquer revirar de olhos ou suspiro pesado, havia apenas raiva em toda a sua expressão. — Eu não quero saber o que te proporciona sua habilidade. Não quero saber se preciso de cartilagens menos degradadas ou de articulações mais maleáveis. Eu ordeno apenas que me mostre como fazer, como alcançar. — A violência se intensificava não apenas nas palavras, como também em suas ações.
Em uma fração de segundos, antes mesmo que Gald pudesse notar, já havia sido capturado pela gola da camisa. Com o corpo sendo puxado para mais perto do de Ligur, sendo assim possível sentir não apenas a força, como também a ira. E isso o fazia tremer.
— Tá bom, tá bom. Mas antes preciso saber o quanto você consegue fazer. Quais são os seus limites de movimento e reflexo. Mas tenha paciência, nunca tive que ensinar nada, então se quer mesmo minha ajuda é melhor se controlar um pouco. — Explicou, desvinculando-se. Sussurrava, baixo, xingamentos e reclamações em um idioma desconhecido e indecifrável. Um idioma que não importava, ao menos não naquele momento.
Até então, a única coisa que havia sido útil em todo o falatório, fora o fato de que a resposta corporal era fruto unicamente de treinamento. Era preciso estimular o corpo, utilizando de reflexo. Tudo era questão de reação, de acelerá-la, de adaptá-la aos seus limites. Quanto mais rápida e eficaz ela fosse, maiores as chances de se obter sucesso. Percepção era importante, sim, mas leitura de ambiente e movimento era ainda mais. O controle sobre o corpo valia muito mais do que simplesmente notar o início do ataque. E se havia algo que Ligur possuía, ah, esse algo era o manejo sobre si.
E por mais irritante que fosse, dentro daquele aspecto, ele não poderia negar principalmente a flexibilidade do assassino. O modo como conseguia se contorcer, tamanha a sua facilidade em simplesmente dobrar-se para trás, tocando com as palmas no chão, como se fosse uma posição natural, enquanto o dorso atuava como ponte. Não poderia negar o reflexo superior que o outro possuía, o modo como se desviava de pequenas armadilhas acionadas na arena de treinamento como se não fosse nada.
Era esse o nível que precisava alcançar, mesmo que para isso tivesse que se subordinar àquele adolescente. Mesmo que tivesse que executar treinamentos aparentemente idiotas, como tocar o chão sem dobrar os joelhos. Pela frente e pelas laterais. Curvar o tronco para trás o máximo possível, enquanto se mantinha as pernas firmes. Exercícios que não aparentavam possuir um sentido, mas que ainda assim eram repetidos.
— Eu não sou um dos artistas da sua trupezinha. — Resmungava, revidando os olhos ao se ver ordenado a realizar um típico exercício de aquecimento circense. Mas ainda assim, se via obrigado a cumpri-los. Sem ter feito qualquer tipo de alongamento antes, sentia um doloroso arrependimento.
Utilizava da cintura principalmente para se contorcer e do abdômen para não perder o controle do tronco e, eventualmente, desbalancear o equilíbrio. As pernas, por sua vez, eram as grandes responsáveis por estabelecer um bom suporte.
— Seus músculos são rígidos. Elas tornam seu corpo pesado. Limitam sua movimentação. — Os apontamentos de Gald começavam aos poucos, enquanto abria os braços do mestre, forçando movimentações aleatórias dos pulsos, cotovelos e ombros. — Você é ágil, porém gasta tempo demais forçando suas ações. Nem sempre é necessário gastar energia para completar um giro para o lado. A lei da inércia irá cumprir isso para você, o seu próprio peso vai ser responsável por te manter em movimento, ao menos até a energia mecânica parar. — Explicava, de uma forma um pouco confusa, enquanto guiava as ações do seleto aluno.
Algo que de início incomodou o submundano, que detestava tudo aquilo, que odiava o fato de estar se prestando a aulas com alguém como Gald. Todavia, conforme o tempo passava, conforme explicações mais lúdicas e práticas se davam, os dentes trincados e o olhar irritado voltaram ao normal. Conforme as horas corriam, a seriedade e a disciplina de um membro da Ordem se mostraram presentes. Duas características jamais associadas a ele, mas que em segredo possuía para si mesmo.
Ainda assim, eventualmente reclamações ainda se mostravam presentes. Fosse sobre a escolha por trás dos exercícios, fosse por explicações absurdamente abstratas e sem sentido aparente.
Mas independente de qualquer coisa, as atividades se alternavam e evoluíam. Por vezes, Ligur era instruído a se agachar, tocando o chão uma hora com cada uma das mãos, em diferentes posições. Ora exigindo esticar mais o braço para frente, ora flexionar mais o quadril para alcançar as laterais. Treinos físicos, que exigiam dos músculos. E por muito tempo ele acreditou ser só isso, demorando a associar o modo como o reflexo afetava tudo aquilo. Como o aumento da velocidade não estava apenas associado ao aquecer do corpo.
E assim os dias seguintes passaram. Ligur sentia o corpo sendo forçado ao limite. Era obrigado a se contorcer, a assumir ângulos antes impensáveis. De início apenas em simulações, ordens, meios de saber até onde se conseguia ir, até que ponto era superável. Mas aos poucos a periculosidade era somada à equação.
Por vezes, Gald até mesmo se armava ora com um bastão, ora com uma lança. Manejando com maestria, atacando de forma sincronizada e acelerada. Se no primeiro golpe Ligur se movia para a esquerda, era no ponto canhoto mais isolado que o segundo ataque vinha em seguida, antes mesmo do movimento ter se finalizado. Sempre dificultando. Sempre obrigando o mestre a aprimorar não apenas o seu movimento, como também o reflexo, o instinto, o pensamento por trás das ações. O que fazer. Para onde se desviar. E, acima de tudo, o que não tentar executar.
Em outros momentos, fazia com que o submundo realizasse cambalhotas e mortais. Para frente, para trás e para os lados. Fosse com os olhos abertos, fosse com eles vendados. Executar e se reposicionar. Uma, duas, três vezes seguidas, até um dos pés falharem, até quase cair.
Ao todo foram gastos dez dias, desde o iniciar teórico e restrito do treinamento, até o alcançar desejado aos olhos de Gald. Dez dias levando cada um dos músculos ao limite, arcando com dores indescritíveis. Ligur sequer sabia como não havia distendido qualquer coisa. Mas agora, depois de tudo aquilo, de uma coisa tinha certeza: estava na hora de enfrentar o letal desafio ao qual fora desafiado.
— Onde está aquele idiota? — As palavras cuspidas transpareciam a raiva e a impaciência que sentia. Com os braços cruzados sobre o peito, os passos inquietos levavam-no de um lado para o outro da área de treinamento. Já deveria fazer quase uma hora desde a sua chegada, e até então nada além da completa solidão da madrugada, regida pelos ventos calmos que antecediam a chegada de uma tempestade — literal e figurativamente.
O relógio não parava de correr. O tempo não era gentil. A cada dia que se passava, a cada nova notícia que chegava, a cada acúmulo de corpos e de terras devastadas, maior se tornava a tensão e apreensão. A guerra se aproximava, suas forças avançavam, e algo precisava ser feito, antes que não restasse mais nada.
Que se fodam os deuses e suas rixas. Hokar, Criador, Caos… não fazia diferença, nenhum deles importava para o submundano. Não era por eles que havia assumido o seu papel da linha de frente daquela batalha. Era por si, era por ela, e acima de tudo, era pela Mara’Ordinis. Era para impedir que o fim alcançasse o seu lar. Afinal, agora que havia sido exposto, agora que presenciara o poder envolto naquela batalha, compreendia o que estava em jogo.
— Você está atrasado! — A voz ecoou, fria, rasgada e condenatória, no instante que o ranger da porta foi ouvido. Ao seu redor, as chamas das tochas eram as únicas fontes de iluminação presentes na sala tomada por uma penumbra familiar — quase acolhedora —, aos olhos do mestre. Ele, que mesmo após a chegada de Gald, permanecia de costas, com os braços cruzados, agora observando as ruas vazias de Krin.
Por mais que detestasse admitir, o Forte havia caído. Desde a liberação das bestas, a capital havia entrado em ruína. Não importava que esse episódio já havia sido superado, suas consequências ainda existiam, e de um jeito ou de outro, fora ele quem desencadeou todo o resto. E talvez dentre todos os seus irmãos fosse ele, Ligur, aquele que mais compreendia o que se passava do lado de fora. O que mais se encontrava ciente dos perigos e dos riscos, dos poderes envoltos em tudo aquilo… era por isso que cabia a ele, mais do que a todos os outros, a tarefa de impedir o seu avançar.
— Nem todos possuem o mesmo privilégio que você. — A retórica veio, tomada pelo orgulho, à medida que os passos do mais novo adentravam a sala. Leves, discretos, mas ainda assim audíveis mediante ao desconfortável silêncio da madrugada. — Não tenho permissão para ficar perambulando pela Ordem tão tarde. E não é como se não houvessem outros de nós patrulhando, fiscalizando tudo. — Uma desculpa. Realista, coerente, mas ainda assim se tratava apenas de uma desculpa.
Todos ali sabiam a razão das rondas, em especial naquela época. Em especial depois de um aprendiz idiota ter levava um forasteiro, um intruso para dentro da Atramarul. Sem contar que Gald possuía prestígio o suficiente para não ser questionado, para ter um passe livre. Ligur sabia disso, e talvez por essa razão tenha deixado escapar de forma audível um escarro de desdém.
— Isso nunca me impediu. — O tom frio e superior se intensificava a cada palavra, dessa vez sendo acompanhado pelo girar do corpo, deixando então mestre e assassino um de frente para o outro. — Além do mais. Não é como se uma simples ronda pudesse te impedir. Não tente me fazer de estúpido. Tenho informações o suficientes sobre você, então pare de inventar desculpas. Nós não temos muito tempo. — O cansaço e a preocupação se encontravam evidentes em seus olhos, opacos, vazios. Características nunca antes associadas a ele, afinal, há muito já não se via o ar brincalhão ao redor do mesmo, há muito o deboche havia sido deixado de lado. Depois de tudo o que havia vivenciado, era impossível não sofrer uma metamorfose.
Os ares estavam mudando, e junto a eles o submundano se transformava. Sua postura já não era mais a mesma. O desleixo, a preguiça, tudo havia sido deixado para trás. Não havia mais espaço para esse tipo de coisa. Não perante a tudo aquilo que precisava enfrentar, não se realmente desejasse, ao fim de tudo, limpar e purificar aquele lugar. Era hora de assumir o papel ao qual havia sido destinado, no instante do nascimento. Era hora de liderar e honrar a Mara’Ordinis.
Mas antes, era preciso sobreviver. E para isso, por mais que odiasse aquele fato, dependia do que Gald tinha para lhe oferecer, para lhe ensinar.
— Que seja. Como você disse, não temos tempo, certo? Então vamos começar de uma vez. — A resposta veio, seguida de um pesado suspiro e um revirar de olhos. — Primeiro, é importante compreender o papel das articulações, sabe? Elas são as grandes responsáveis pelos nossos movimentos. — Havia uma certa insegurança em sua fala, que por vezes travava, enquanto coçava um pouco a nuca e apontava para áreas chave dentro do assunto, como cotovelos e joelhos.
Era nítido que apesar das habilidades físicas e motoras, Gald apresentava uma certa dificuldade em ensinar, em passar o que realmente importava e de uma forma efetiva. Sabia a prática, se enrolava na teoria. Gastava minutos explicando sobre o conhecimento científico, sobre o funcionamento do corpo e as limitações das articulações e a importância das cartilagens. Informações tediosas, maçantes e repetitivas, que resultavam no revirar de olhos por parte de Ligur.
— Tá, tá, sobre isso eu já sei. Elas ligam nossos ossos e tudo o mais. Eu não sou estúpido, sou um assassino como você, sei como o corpo humano funciona. — Era quase como um rosnado, dessa vez sem qualquer revirar de olhos ou suspiro pesado, havia apenas raiva em toda a sua expressão. — Eu não quero saber o que te proporciona sua habilidade. Não quero saber se preciso de cartilagens menos degradadas ou de articulações mais maleáveis. Eu ordeno apenas que me mostre como fazer, como alcançar. — A violência se intensificava não apenas nas palavras, como também em suas ações.
Em uma fração de segundos, antes mesmo que Gald pudesse notar, já havia sido capturado pela gola da camisa. Com o corpo sendo puxado para mais perto do de Ligur, sendo assim possível sentir não apenas a força, como também a ira. E isso o fazia tremer.
— Tá bom, tá bom. Mas antes preciso saber o quanto você consegue fazer. Quais são os seus limites de movimento e reflexo. Mas tenha paciência, nunca tive que ensinar nada, então se quer mesmo minha ajuda é melhor se controlar um pouco. — Explicou, desvinculando-se. Sussurrava, baixo, xingamentos e reclamações em um idioma desconhecido e indecifrável. Um idioma que não importava, ao menos não naquele momento.
Até então, a única coisa que havia sido útil em todo o falatório, fora o fato de que a resposta corporal era fruto unicamente de treinamento. Era preciso estimular o corpo, utilizando de reflexo. Tudo era questão de reação, de acelerá-la, de adaptá-la aos seus limites. Quanto mais rápida e eficaz ela fosse, maiores as chances de se obter sucesso. Percepção era importante, sim, mas leitura de ambiente e movimento era ainda mais. O controle sobre o corpo valia muito mais do que simplesmente notar o início do ataque. E se havia algo que Ligur possuía, ah, esse algo era o manejo sobre si.
E por mais irritante que fosse, dentro daquele aspecto, ele não poderia negar principalmente a flexibilidade do assassino. O modo como conseguia se contorcer, tamanha a sua facilidade em simplesmente dobrar-se para trás, tocando com as palmas no chão, como se fosse uma posição natural, enquanto o dorso atuava como ponte. Não poderia negar o reflexo superior que o outro possuía, o modo como se desviava de pequenas armadilhas acionadas na arena de treinamento como se não fosse nada.
Era esse o nível que precisava alcançar, mesmo que para isso tivesse que se subordinar àquele adolescente. Mesmo que tivesse que executar treinamentos aparentemente idiotas, como tocar o chão sem dobrar os joelhos. Pela frente e pelas laterais. Curvar o tronco para trás o máximo possível, enquanto se mantinha as pernas firmes. Exercícios que não aparentavam possuir um sentido, mas que ainda assim eram repetidos.
— Eu não sou um dos artistas da sua trupezinha. — Resmungava, revidando os olhos ao se ver ordenado a realizar um típico exercício de aquecimento circense. Mas ainda assim, se via obrigado a cumpri-los. Sem ter feito qualquer tipo de alongamento antes, sentia um doloroso arrependimento.
Utilizava da cintura principalmente para se contorcer e do abdômen para não perder o controle do tronco e, eventualmente, desbalancear o equilíbrio. As pernas, por sua vez, eram as grandes responsáveis por estabelecer um bom suporte.
— Seus músculos são rígidos. Elas tornam seu corpo pesado. Limitam sua movimentação. — Os apontamentos de Gald começavam aos poucos, enquanto abria os braços do mestre, forçando movimentações aleatórias dos pulsos, cotovelos e ombros. — Você é ágil, porém gasta tempo demais forçando suas ações. Nem sempre é necessário gastar energia para completar um giro para o lado. A lei da inércia irá cumprir isso para você, o seu próprio peso vai ser responsável por te manter em movimento, ao menos até a energia mecânica parar. — Explicava, de uma forma um pouco confusa, enquanto guiava as ações do seleto aluno.
Algo que de início incomodou o submundano, que detestava tudo aquilo, que odiava o fato de estar se prestando a aulas com alguém como Gald. Todavia, conforme o tempo passava, conforme explicações mais lúdicas e práticas se davam, os dentes trincados e o olhar irritado voltaram ao normal. Conforme as horas corriam, a seriedade e a disciplina de um membro da Ordem se mostraram presentes. Duas características jamais associadas a ele, mas que em segredo possuía para si mesmo.
Ainda assim, eventualmente reclamações ainda se mostravam presentes. Fosse sobre a escolha por trás dos exercícios, fosse por explicações absurdamente abstratas e sem sentido aparente.
Mas independente de qualquer coisa, as atividades se alternavam e evoluíam. Por vezes, Ligur era instruído a se agachar, tocando o chão uma hora com cada uma das mãos, em diferentes posições. Ora exigindo esticar mais o braço para frente, ora flexionar mais o quadril para alcançar as laterais. Treinos físicos, que exigiam dos músculos. E por muito tempo ele acreditou ser só isso, demorando a associar o modo como o reflexo afetava tudo aquilo. Como o aumento da velocidade não estava apenas associado ao aquecer do corpo.
E assim os dias seguintes passaram. Ligur sentia o corpo sendo forçado ao limite. Era obrigado a se contorcer, a assumir ângulos antes impensáveis. De início apenas em simulações, ordens, meios de saber até onde se conseguia ir, até que ponto era superável. Mas aos poucos a periculosidade era somada à equação.
Por vezes, Gald até mesmo se armava ora com um bastão, ora com uma lança. Manejando com maestria, atacando de forma sincronizada e acelerada. Se no primeiro golpe Ligur se movia para a esquerda, era no ponto canhoto mais isolado que o segundo ataque vinha em seguida, antes mesmo do movimento ter se finalizado. Sempre dificultando. Sempre obrigando o mestre a aprimorar não apenas o seu movimento, como também o reflexo, o instinto, o pensamento por trás das ações. O que fazer. Para onde se desviar. E, acima de tudo, o que não tentar executar.
Em outros momentos, fazia com que o submundo realizasse cambalhotas e mortais. Para frente, para trás e para os lados. Fosse com os olhos abertos, fosse com eles vendados. Executar e se reposicionar. Uma, duas, três vezes seguidas, até um dos pés falharem, até quase cair.
Ao todo foram gastos dez dias, desde o iniciar teórico e restrito do treinamento, até o alcançar desejado aos olhos de Gald. Dez dias levando cada um dos músculos ao limite, arcando com dores indescritíveis. Ligur sequer sabia como não havia distendido qualquer coisa. Mas agora, depois de tudo aquilo, de uma coisa tinha certeza: estava na hora de enfrentar o letal desafio ao qual fora desafiado.
- Marcial:
- Nome: Telis X
Nível: 10
Arquétipo: Estância
Requisitos: Destreza 18 e Força 20
Dano | Bônus: +10 em Acertos com Combate Desarmado +10 em resistir física e mentalmente
Custo de Stamina: 0
CD: 0
Características: Corpo Fechado, Ambidestria Inata e Foco Múltiplo Complexo
Descrição: Sendo esse o nível mais elevado da arte marcial desenvolvida por Ligur, onde o assassino mesmo dominado pela raiva, se vê tendo um completo controla a respeito do próprio corpo e da mente, tornando-se então capaz de utilizar seus membros como se esses fossem as letal das armas sem perder facilmente o controle. Seu foco se mostra tão grande, que apresenta até mesmo a habilidade para lidar com um exército.
DIY Difícil: 7K de palavras
Redutor V: -6K de palavras
2053 palavras
4. Retornando com sucesso, ele irá começar a treinar com você para te ensinar a respeito de um reflexo melhorado, além da articulação do próprio corpo. Será quase como coisas ridículas que ele te fará, mas que possui uma boa intenção. Novamente em uma OP Difícil, você terá que se provar para Gald, mas um dado de Resistir Fisicamente será necessário para que seu corpo se torne mais flexível também, dificuldade 50 por ter de forçar seu limite ao máximo.
Pai de Todos liberou a realização do passo via DIY em vez de OP
Resistir Fisicamente (perícia necessária: Vigor — contra magias físicas, resistir a lentidão, aprisionamento, etc.): [ ( 18 Resistência + 20 Força ) / 2 + 12 (Bônus de Resistência) ] = 31 + 10 (Estância com Corpo Fechado) = 41
Fazer uso de 1 Insta Crítico.
Questão
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Re: [DIY Difícil] Limites - Postado Sáb Fev 25, 2023 7:00 am
Ligur
O resultado da sua DIY - DIFICIL foi:
• Coerência e Dinâmica (25/25):
• Desempenho da Perícia (15/15):
• Estrutura e Digitação (25/25):
• Enredo e Criatividade (35/35):
XP FINAL:
• Coerência e Dinâmica (25/25):
• Desempenho da Perícia (15/15):
• Estrutura e Digitação (25/25):
• Enredo e Criatividade (35/35):
XP FINAL:
RESULTADO
+ Passo de trama concluído
+ 15 S.O.
+ 80 P.C.
- Redutor de DIY 6K
As demais perícias já estão maximizadas.
+ Passo de trama concluído
+ 15 S.O.
+ 80 P.C.
- Redutor de DIY 6K
As demais perícias já estão maximizadas.
Dúvidas ou reclamações? Favor, enviar mp a Natureza.
Atenciosamente, Questão.
Atenciosamente, Questão.
Conteúdo patrocinado
Re: [DIY Difícil] Limites - Postado
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