Você novamente caminhava por aquelas cordilheiras tão grandes que pareciam não ter um fim por todo aquele continente gélido. E não fosse somente por isso, pois seus pelos estavam todos ouriçados por sentir um perigo próximo que se aproximava, mas em qual lugar que não poderia pressentir uma ameaça ?

Badur era assim. Continente onde todos são guerreiros, onde todos são fortes por estarem ali, nascidos e criados pelo sofrimento do frio e da fome. E quando digo isso, Sieghart, eu também incluo as bestas, pois o que você nota bem a sua frente é um ponto em vermelho grande, maior que você e que se aproxima com grande ferocidade para destroçar sua pele.

A quantidade de roupa que você carregava era muita, pois apesar de ser um makuh’riano que cresceu no extremo frio das Cordilheiras, ainda sim, aquele frio era intenso demais para você naquela época do ano. Porém, elas não atrapalham seus movimentos em luta, exatamente porque muitos alfaiates feitos em Badur possuem uma energia para que possam suportar temperaturas baixas.

Devido ao seu rápido movimento, você conseguiu desviar e notou que se tratava de um tiamur, e talvez, pela característica dominante, fosse uma fêmea. Seus passos acostumados a pisar na neve rapidamente foram para o lado em um zig-zag para driblar os sentidos da besta.

Ela parou na investida, e você aproveitou esse momento para avançar e acertar um soco na altura de sua mandíbula que fez com que ela virasse o corpo para o lado pelo impacto. Mas aquela tiamur era forte demais para apenas cair com um soco de um makuh’riano jovem.

Daí que começou a trocação de golpes entre vocês, e por muito pouco, você acabava por escapar e acertar golpes no animal. Sua percepção melhorada contribuía para que você pudesse escapar dos ataques da besta, e para que você pudesse ver pontos vitais e de oportunidade para causar dano.

Foi durante quase cinco minutos de trocação de golpes que você finalmente deu três golpes na criatura e chutou em seu queixo, jogando ela para cima e caindo com as costas no chão. Você então aproximou-se dela, e poderia jurar que iria finalizar aquela besta dominante.

Mas não…

Não foi por pena, mas por querer ter uma criatura tão grande como aquela para que pudesse ostentar tamanha beleza. - Levante, Leona. Esse passará a ser o seu nome de agora em diante. Siga-me, e assim mataremos os fracos e teremos Badur em nossas mãos… Ou se não quiser, poderá morrer aqui. -

A necessidade daquela besta era lutar para achar alguém forte. Isso era estranho, mas interessante de se pensar. O que Leona iria optar ? Te seguiria ou você a mataria ali mesmo ?

— Arcari