A grande casa dos Manadil possuía uma grande biblioteca. A bibliotéca. Dentro de Utum havia todo conhecimento que existe na humanidade, existirá e não chegou a existir. Não é exagero dizer que dentro de Utum a magia foi criada por Alex Manadil e seu infinito conhecimento vindo dos livros. Estes livros poderiam causar a loucura nas mais frágeis das mentes e mais inconstante dos seres.

Estava lendo um pouco sobre isso enquanto folheava o enorme livro de mais de três mil páginas sobre História da Magia escrito por Archibald Locke, o Arcano. Arthorios H. Weiss, professor de grimórios e de História da magia nos dias vagos percebeu minha divagação

- Nanuke, por favor, já que está tão entretido com o livro, diga, sobre o que está lendo.

A nossa aula parecia mais um grande simpósio. Nossas mesas eram circulares e havia quatro cadeiras em volta de cada mesa, algumas ocupadas e algumas vagas parcialmente. A sala possuía um to cre, rústico e escuro a metade inferior da parede pintado de negro ajudava nisso. O sol passava pelas cortinas semicerradas e dentro os raios de luz denunciavam partículas de poeira douradas dançando no ar. Dourado ocre e soturno este era o clima da sala, aparentava já o final da tarde embora estarmos de manhã.

- Estava lendo sobre o primeiro Arcanum, Alex Manadil -. Disse, me esquivando. - Principalmente sobre Utum e sua grande biblioteca de conhecimentos perdidos de onde saiu um raio arcano anunciado a ajuda para Abro.

- Sim muito bom, que bom que está aprendendo algo mais . Ficou em silêncio observando os alunos para falar logo em seguida. - A grande biblioteca guardava todo conhecimento que existia, mas no fim a maior biblioteca do mundo só serviu para alimentar o maior incêndio do mundo -. Se não fosse tão trágico talvez uma explosão de risadas emergisse da boca dos alunos. Tragicômico é a exata palavra que resumia nós ali, podíamos estar lutando á volta da vila bruxa agora. - Os Manadil ficaram renitentes em partir do continente, porém quando o incêndio foi causa por algum experimento ou magia de Sara Manadil, algo que nunca vamos saber o que foi, os senhores de Utum partiram para mais ao leste do que estavam e nunca mais foram vistos, só sua magia que ainda perdurou para nós -. Terminou o pequeno apontamento da aula.

Conhecimentos sobre Assinatura Energética, Alma, Partículas de Energia, tudo foi perdido naquele incêndio restando pouco para nós, restou tanto quanto restou para Arzallum, nada praticamente. Só sabemos que não sabemos nada.

- Bem, vamos para algo mais próximo, nossos inimigos -. Disse Arthoros nos resgatando do torpor com sua voz grave, mas obtusa que parecia um trovão próximo. - Amoron, conhecem?

- O historiador de Arzalum. Disse algum colega meu da matéria de História da Magia.

- Sim, veio dele o que sabemos hoje -. Abriu seu livro em uma página qualquer. - Doze grandes magos que observaram que a magia estava sendo mal usada, nobres usavam magia pela sua ambição e por isso instituíram a grande Lei Mágica que dizia que ninguém usaria magia sem o registro da ordem e que magos não poderiam se envolver na política e ganhar terras e nobreza -. Engoliu a saliva para umedecer a garganta. - A primeira Grande Guerra Mágica foi travada primeiro contra os nobres que se recusaram a se sujeitar a lei mágica, por isso muitos encontraram seu fim e as grandes coroas, nada fizeram.

Mas claro, depois de um século de domínio incontestável veio a nós, Licentia criada por Masdur e sua pupila Meera, originalmente chamada de Vanguarda Vermelha foi expulsa de Krieger e depois foi acolhida pelo bom Aethyr e ajudou Dawhan a tirar Krieger de Vendal. A noite do demônio o dia que Kyros praticamente destruiu o exército de Josafá usando de sua magia misturada com combate, a espada do rei foi roubada naquele dia também.

- São os doze magos e suas doze casas: Kavir, a casa incendiária; Ivyr, os misteriosos representados pela bolha; Barok os inflexíveis, duros e sábios e leais seguidores da lei seja mágica ou não; Lidya, a casa dos criativos sábios o mais sábios dentre os doze; Duvan, o iluminado, puro respeitados da casa das gemas; Kirin àquela que dizem que plantou a semente que transformaria Arzallum de uma guilda de magos para uma Ordem…

Foi listando uma a uma as casas e os magos que as fundaram, suas inclinações, magias especiais e habilidade únicas. Quando chegou no patrono desconhecido, o estranho, negro e considerado escória mesmo dentre os outros 11 e que não tem especialidade nenhuma, seria a minha casa se eu fosse de Arzallum, a 12 era para a escória, sangue misturado e ruim como alguns consideram minha raça.

A aula acabou, a aurora veio e tivemos que ir embora.

- Até amanhã, muito bem Nanuke, você sabe bastante e quase ditou o caminho que minha aula devia seguir. Não sabia se era elogio ou xingamento, mas aceitei como elogio e fui embora para a próxima aula do dia.

827 palavras, História da Magia