• Azor Hokar, o deus da destruição, o senhor da consumação, retornou. Reencarnado no mês de Era, em 329, no Império Corrompido de Aronian. Enquanto o continente dos heróis, Samaria, está mergulhado em guerras e conflitos territoriais e políticos, Hokar reúne suas forças para trazer por fim sua vingança sobre toda a Criação – E por sua trágica derrota na Era dos Deuses.

    Enquanto isso, Mahoro Trakarhin, o rei dos imortais e guardião do Criador, prepara os reis e tenta apaziguar as guerras de Samaria para que possam olhar para o verdadeiro perigo que reside ao norte, no Império Aroniano.

    Não se renda ao temor que Azor Hokar representa e todo o mal que ele ameaça trazer. Una forças com o lado que melhor te convier e participe dessa aventura épica!
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    As Crônicas de Samaria :: Ducado De'Travel :: Havadriel

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    As Crônicas de Samaria

    O pedido do sacerdote


    Himiko foi convocada para responder um pedido de ajuda da Casa Hospitalar da capital de De'Travel. Bandidos tinham atacado uma caravana de mercadores, gerando uma pequena confusão ao oeste da cidade. Ao chegar lá, Himiko encontraria muitos feridos por lâminas ou flechas, em pouco tempo notaria uma das coisas mais arriscadas: os ingredientes e poções estavam acabando.

    Um sacerdote que auxiliava chama então a submundana para partirem em busca dos ingredientes. Ele era um seguidor simpático e bondoso do Caminho da Montanha, que não hesitaria em falar sobre a fé e os deuses. O problema é que nem todos possuem boas intenções. Um dos bandidos tinha conseguido escapar e encurrala o sacerdote e Himiko, ordenando que curassem um grave corte em sua perna, para que prosseguisse fugindo.

    --------

    + Quest OP Difícil para @Himiko em Sha 331
    + NPCs de livre criação, assim como você decide o que fazer com o bandido.
    + A questão de onde encontrar os ingredientes também depende de sua criatividade e enredo, pode ser tanto em um mercado quanto na floresta. No entanto, o bandido irá abordá-los de maneira discreta, os encurralando.
    + Dúvidas, discord ou MP

    O Sonho
    Personal Area : https://samaria.forumeiros.com
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    Himiko
    Bruxa de Licentia
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    012
    But loving you is a good problem to have
    You're the pink in my cheeks
    And I'm scared cause that means I'm a little bit soft
    Com a magia certa, tudo poderia ser feito. Himiko às vezes se surpreendia com a capacidade das pessoas, independente de sua raça, de adaptar a mana e seus efeitos ao seu bel-prazer, conseguindo replicar feitos tão maravilhosos que deixavam a menina de boca aberta. Uns conseguiam aplicar tanto dano, que seriam capazes de exterminar um exército inteiro; outra conseguia invocar diversos lobos para falar mensagens diferentes a diferentes pessoas; a própria raposa era capaz de criar um escudo gigante para proteger seus aliados, e os indefesos que tivesse por perto.

    Mas como a mistura de duas raças mágicas, a licentiana se sentia tão... Inútil. E o sentimento a perseguia por dias, atingindo-a fortemente naquele dia. Haviam coisas que a menina ainda não era capaz de fazer, mesmo que já carregasse o título de curandeira. Contudo, as curandeiras mais velhas ainda se mostravam muito mais experientes, com uma força capaz de fazer Himiko duvidar de sua própria capacidade. Como poderia se chamar de curandeira quando sua líder era capaz de restaurar uma perna desmembrada?

    Seu poder parecia tão... Básico.

    Ela assistiu todo o processo, maravilhada e aflita diante daquele poder miraculoso. A raposa tanto via os alunos e os vanguardistas ficarem animados quando Edward Chamarcana, Sunna ou Nyx estava em batalha, para ver e aprender sobre suas magias... Mas o processo de cura também não era lindo? Para Himiko, nada era mais bonito do que ver a pele fechando, recriando músculos e cobrindo ossos, restaurando fraturas e fissuras. Porque entregar vidas a Van parecia mais interessante para as outras pessoas, quando você podia literalmente manter a vida que Ay nos dava?

    Foi com esse pensamento que a menina encarou a entrada da Casa Hospitalar de De'Travel, se perguntando se era realmente a pessoa mais indicada para aquele trabalho. Com um suspiro, ela desceu do cavalo, amarrando-o nos estábulos do local, tentando reunir coragem e mana. Passou as mãos pelos cabelos rosados, tentando esconder um pouco as orelhas de raposa, que quase sempre se camuflavam bem entre seus fios de cabelo, da mesma cor que os pelos de suas orelhas. Umedecendo os lábios, ela entrou no local, recebida pelo caos de uma enfermaria que pouco utilizava magia em seu trabalho.

    A Estrela de Licentia brilhava em seu peito, quase como se quisesse chamar a atenção dos líderes da casa para o fato de que o auxílio havia chegado... Um exército de uma mulher só. Ela quase riu com o pensamento.

    Himiko não esperou para ser recebida, e imediatamente correu até o ferido mais próximo, cujos ferimentos pareciam ter sido feitos por uma espada. O sangramento havia estancado, devido a uma mistura de ervas que os curandeiros locais haviam colocado, mas o mesmo não podia ser dito de seu vizinho, que tinha uma ponta de flecha enterrada no ombro. Ferimentos como aqueles eram mais que comuns na vida da menina, que imediatamente se lançou sobre o homem, puxando a flecha quebrada.

    Um pequeno caos no meio do caos se formou ao seu lado, e uma senhora olhou horrorizada para Himiko, tentando impedi-la — Menina tola, o que está fazendo? Não temos poções para curá-lo, remover essa flecha significa que ele vai começar a sangrar até morrer! — bradou, mas a raposa não lhe deu ouvidos, afinal, ela já sabia disso — Não se preocupe, senhora, eu sei o que estou fazendo — respondeu em um tom calmo, que sempre usava com seus pacientes. Assim que o aço saiu de seu ombro, sangue começou a brotar da ferida profunda, em uma torrente grande demais para ser um simples ferimento leve, mas não o suficiente para ser considerado grave.

    Em seguida, mesmo com as mãos ensanguentadas, a menina pegou sua varinha, que estava presa em sua cintura no coldre de armas mágicas. Ela se concentrou na magia que havia criado, capaz de devolver toda a vida para as pessoas ao seu redor, mas que infelizmente não era muito boa para ferimentos mais graves. Himiko respirou fundo, erguendo a varinha na altura de seus olhos, entre as duas camas, sentindo a magia preencher seu corpo, cálida e gentil, talvez provinda da própria vida para defender sua criação — Por Ay! — falou quase em um sussurro, e uma onda de poder percorreu não apenas entre aqueles dois, mas em todo o cômodo, diminuindo a gravidade de alguns ferimentos, e curando completamente outros.

    Claro, apenas isso não resolveu, mas ajudou e muito a situação. Um homem se aproximou de onde ela estava, segurando um cajado de aparência rústica e antiga. Ele tinha uma longa barba, cheia de fios brancos, mostrando um pouco de sua idade, e pela falta de características diferentes, Himiko facilmente diria que ele era humano. Ele também tinha as mãos ensanguentadas, e parecia, assim como ela, ser um curandeiro que havia chegado para ajudar. A senhora de antes também se aproximou, e os dois olharam para a Estrela de Licentia presa em seu peito com alívio claro nos olhos, felizes pela ajuda que chegara.

    Existem outros com ferimentos cheios de estilhaços? Essa magia não é capaz de curar ferimentos muito graves, mas ajuda a diminuir o perigo de morte. Dependendo dos ferimentos, vamos precisar de muita pasta e poções de cura até que eu possa usá-la novamente — disse com um pequeno sorriso no rosto, pegando um pedaço de tecido limpo de dentro de sua mochila, para limpar o sangue de suas mãos e sua varinha.

    Temos o suficiente para até as outras curandeiras de Licentia chegarem! — disse a mulher entusiasmada, mas Himiko apenas balançou a cabeça, um pouco constrangida, apertando com mais força a varinha em suas mãos — Me perdoe, senhora, mas será apenas eu. Sou plenamente capaz de ajudá-los até que essas pessoas fiquem bem — ela parecia prestes a responder, mas o homem pôs uma mão em seu ombro, com uma risadinha de alguém sábio — Ora, Thelema, não viu como a menina é poderosa? Não a mandariam se ela não conseguisse ajudar sozinha, se anime! — ele deu uns tapinhas em seu ombro para animar a mulher, que não parecia muito feliz, e logo saiu de perto dos dois.

    Ele se virou para a menina, que ofereceu o pedaço de pano para que ele também limpasse as mãos — Não ligue pra essa velha cabra, nem ela, nem suas curandeiras tem muito conhecimento com magia, e por isso não confiam que outras pessoas terão também. Você fez mais do que todas elas juntas, tudo em segundos! — disse com uma risada animada, secando as mãos e o cajado. Em seguida, enquanto avaliava a raposa, segurou o cajado com as duas mãos. Himiko não era a pessoa mais inteligente ou observadora, mas haviam conhecimentos ocultos naquele homem, que instigavam sua curiosidade.

    Eu não tiro a razão dela. Existem curandeiras mais poderosas que eu em Licentia. Fui nomeada a pouco menos de um ano, e minhas magias não são muito... Complexas — ela deu de ombros, e seus olhos se moveram para os demais feridos, que após a magia, tinham uma cara muito melhor. O homem seguiu seu olhar, e então estalou os dedos na frente de seu rosto, chamando-a com a mão para segui-lo — Não há poções e ervas suficientes para ajudar a todos sem magia, por isso que ela esperava que outras curandeiras viessem. Sua magia vai demorar para ser usada novamente, num é? Então vamos comprar e arrecadar mais no mercado.

    Acenando com a cabeça afirmativamente, ela concordou, guardando sua varinha antes de segui-lo Casa Hospitalar afora — Sou Bungo Gramaverde, a proposito. Um sacerdote do Caminho da Montanha — disse com um grande sorriso, claramente orgulhoso de seu cargo e do que ele representava. Himiko não sabia muito sobre, mas sabia que tinha a ver com Ay e os demais deuses. Ela sorriu para o homem igualmente orgulhosa, piscando um pouco quando saiu novamente em direção ao sol, depois de já estar acostumada com a pouca luz da Casa Hospitalar.

    Sou Himiko, umas das curandeiras mais novas de Licentia, tanto em idade quanto em tempo de serviço — comentou com uma risadinha, e os dois começaram a caminhar em direção ao mercado da capital, em busca de ingredientes específicos. Bunga já parecia ser um conhecido comum dos mercadores, então ela deixou que ele fizesse as negociações.

    Depois de alguns minutos, ela o pegou olhando em sua direção com uma sobrancelha erguida, parecendo intrigado. A curandeira olhou ao redor, se perguntando se era algo ao redor dela, antes de perguntar: — O que foi? — ele recebeu os itens de graça, abençoando a herbologista — Você tem um vínculo forte com Ay? — ele perguntou curioso, contando tudo o que eles já haviam recebido. Mas pareceu só uma desculpa para deixar a menina pensar.

    Suas bochechas se tornaram tão rosadas quanto o rosa de seus cabelos, mas ela balançou a cabeça, negando — Achei que todos os curandeiros tinham um vínculo forte com ela — respondeu, um pouco tímida por ser descoberta. Geralmente não tinha problemas com a fala daquela magia, mas na frente de outras curandeiras parecia tão… Pessoal.

    O ato de curar não é algo tão simples para os demais. Uns têm essa habilidade simplesmente para se manterem vivos, outros, para manter os outros vivos. Poucos dedicam suas vidas exclusivamente para isso, e menos ainda são os que realmente entendem o que é ser próximo de Ay — ele deu outra risadinha, entregando a ela algumas das ervas para que dividissem o peso.

    Himiko juntou as sobrancelhas, pensando no que ele tinha dito. De fato, aquilo era verdade, e pensando assim, ela gostava de se imaginar como uma pessoa próxima de Ay — Minha mãe sempre me ensinou desde muito pequena sobre como eu deveria preservar a vida, independente dela ser boa ou não, e foi daí que eu quis me tornar uma curandeira. As pessoas sempre foram muito más ao ver minha aparência e ao perceber que eu era uma submundana, então eu decidi que se não havia quem cuidasse das vidas dos mestiços, eu cuidaria. Nós também somos criação de Ay, afinal, e merecemos uma vida tão digna quanto qualquer outra raça. Entrar para Licentia e me tornar ajudante na área hospitalar de lá só me fez ter certeza de minha escolha, ainda que às vezes eu não suporte compactuar com tantas mortes — ela parou em uma barraquinha, cheirando uma planta para saber se estava fresca.

    O homem parou ao seu lado, olhando para seu rosto, pensando no que dizer para a menina. Ela olhou para ele, mostrando para ele o saquinho cheio de menta, para que o sacerdote avaliasse. Ele aprovou as plantas, e em seguida deu o dinheiro para a vendedora, indicando com a mão para que Himiko continuasse andando — Você tem um grande potencial, mas parece que ainda não viu as coisas da forma certa — ele balançou a cabeça e suspirou, deixando-a confusa. Antes que ela falasse, Bunga continuou: — Ay é a responsável pela vida, que então passa pelas mãos de Uras, que dá a vida um tempo final. Todos temos um relógio acima de nossas cabeças, que vem diminuindo até a hora final que Uras escolheu. Quando esse relógio chega ao final, cabe a Van vir coletar essa vida, e levá-la até Baru, que julgará suas decisões em vida de forma justa, e então escolherá para onde deve mandá-lo, para que essa vida possa renascer como algo completamente novo, e o ciclo continue.

    Himiko concordou com a cabeça, pensativa, esperando que ele falasse mais, e ele não demorou: — Olhe ao seu redor, pequena raposa. Para todo lugar que você for, haverá morte e vida, pessoas morrendo e crianças nascendo. Não se apegue a certos detalhes, ou vai ficar biruta tentando entender e julgar, mas nossas mentes mortais não são capazes disso. Deixe que Baru tome conta dessas almas quando elas se forem — Gramaverde apontou para um casal que passava do outro lado do mercado, puxando uma criança pequena e com um bebê de colo nos braços — Você chamaria um pai de família de assassino por matar um inquisidor que tentou matar seus filhos? — os dois pararam e observaram o casal passar, e ela se voltou para o sacerdote depois de pensar um pouco, negando com a cabeça — Claro que não, como poderia? — Bunga apoiou o corpo no cajado, olhando para ela com uma sobrancelha erguida, mas com uma expressão séria.

    Se você encontrasse os dois lutando, sabendo que aquele homem é apenas um camponês e o outro é um inquisidor, o que você faria, então? Você, talvez mais do que a maioria aqui, conhece Arzallum e sua crueldade — Himiko fechou a boca, tentando se imaginar na situação. Ela tinha feito quase o mesmo quando encontrou aquele imortal em uma missão com Suyen, Makaria e Sunna, não? Mas a situação era diferente quando se tratava de um ser corrompido — Bem, eu não estaria sozinha. Sou só uma curandeira, vou em missões apenas para auxiliar os vanguardistas nas batalhas — Bunga olhou ao redor dramaticamente, girando o cajado para que a raposa fizesse o mesmo — Onde estão seus amigos da vanguarda agora, Himiko? Se um inquisidor atacasse essa cidade agora mesmo, iria balançar sua varinha e curar as pessoas à medida que elas fossem feridas? — o coração dela pesou, e ela titubeou por um instante, antes de balançar a cabeça negativamente — Não cabe a mim… — ele a interrompeu, já sabendo o que ela iria dizer.

    Acha que Ay cruzaria os braços e deixaria sua preciosa criação padecer? A vida é brava, raposa! Não cabe a você decidir quem deve morrer ou viver, afinal, pode o que é vivo viver além do que foi lhe dado e pode o que é morto perecer além do que já foi perdido? Mas a vida não deixaria que um ser matasse por diversão, sem pensar nas consequências. A vida não foi feita apenas para ser vivida, mas para ser protegida. Priorize a vida, independe de quem seja, mas não hesite em dar a Van as almas que matam sem escrúpulos. Deixaria um amigo seu morrer simplesmente porque sente a necessidade de salvar a todos? — ele bateu o cajado no chão, e voltou a andar até a próxima barraca, à procura de casca de Levientree.

    Himiko o seguiu alguns segundos depois, pensativa, sabendo que as palavras do sacerdote eram verdadeiras, mas sem querer segui-las. Havia algo dentro de si que parecia impedir que a menina pudesse matar; não parecia certo. Estava prestes a responder o homem, quando um objeto afiado foi pressionado contra a parte direita de sua barriga, tão forte que ela sentiu a ponta do objeto querendo perfurar sua pele. Imediatamente a raposa parou de respirar, sentindo o pânico tomar conta de todos os seus sentidos. Seu primeiro pensamento foi gritar, mas não o fez. Tentou manter um rosto calmo, mesmo quando um braço envolveu seu corpo, e pressionou o próprio corpo no dela.

    Uma cabeça apareceu na curva de seu pescoço, e Himiko foi capaz de sentir o calor da respiração do rapaz contra sua bochecha, tão ofegante quanto a dela — Se fizer qualquer coisa que chame a atenção, enfio essa adaga nas tuas tripas, tá ouvindo? — a voz masculina ameaçou, e com um movimento de cabeça, apontou para o sacerdote, que parecia absorto em cheirar uma planta, que em meio ao pânico, a menina não identificou — Chame o velho discretamente pro beco — disse ele. A raposa respirou fundo, procurando manter a voz firme. Se qualquer um prestasse atenção nela, acharia simplesmente que era seu amado, abraçando a companheira depois de algum tempo longe  — Senhor Bunga, esse rapaz tem algumas ervas que estamos interessados. Ele vai nos acompanhar até sua loja — ela abriu um pequenino sorriso, mas o sacerdote não era idiota, e provavelmente já tinha entendido a situação.

    O homem apontou com a cabeça na direção do beco, e provavelmente tinha uma cara irritada, porque disse rispidamente em seu ouvido para o velho: — Vá na frente, e mantenha as mãos onde eu possa ver — Gramaverde entrou no beco, batendo ruidosamente seu cajado no chão, acompanhado de Himiko e do homem, que devia ser uma assaltante. Pela proximidade dos dois, ela conseguia sentir o coração dele batendo contra suas costas, forte e rápido, como se estivesse nervoso. A raposa então percebeu uma leve falha no seu andar, enquanto a empurrava para frente, e a primeira coisa que veio em sua cabeça foi de que o homem era manco.

    Ele soltou um dos braços do aperto, mas mudou a destra de posição, envolvendo seu pescoço com o braço, de forma a apontar a adaga contra seu pescoço, bem onde ficava uma artéria. Ele a colocou um pouco de lado, ficando um pouco para visível para Bunga, dizendo: — Cure minha perna ou ela morre — o rapaz tinha um tom nervoso, e mesmo sem ver, ela sabia pelo movimento de seu corpo que ele estava olhando freneticamente para a entrada do beco. O sacerdote não parecia abalado, e no mesmo tom que usou em toda a conversa que tiveram, ele simplesmente disse: — A curandeira é ela, rapaz, sou só um seguidor do Caminho da Montanha. E não se preocupe, ela é incapaz de bater em uma mosca — Himiko sentiu um pouco de desdém na voz do homem, assim como um pouco de graça, mas a adaga em seu pescoço impedia que ela tivesse uma reação apropriada.

    Ela ouviu o pequeno ruído que escapuliu de sua boca quando ele hesitou, e por um instante, ele pressionou com mais força a adaga contra sua pele, de forma que um pequeno corte se formou, e o sangue espesso e quente desceu em um filete pelo seu pescoço. A raposa temeu pela própria vida, mas logo estava livre, para fazer o que quiser. Sua mão esquerda desceu até o coldre de armas mágicas, mas assim que envolveu a varinha, ele avançou como uma cobra, apontando a arma de forma ameaçadora — Nada de magia — ralhou irritado, pressionando a ponta da adaga contra seu queixo. Himiko paralisou onde estava, mas um pouco de raiva subiu pelo seu corpo, dando-lhe coragem o suficiente para responder — Não tenho nada aqui para curar você, só posso fazer isso com magia — era uma meia mentira, e isso fez seu coração acelerar ainda mais do que já estava acelerado.

    Estou seguindo vocês faz um tempo, eu sei que essas ervas são pros mercadores que nós… Que foram atacados — ele se aproximou mancando, e segurou sua nuca com força, para impedi-la de fugir. Ela ergueu os olhos para encará-lo, tentando mascarar o medo que sentia. Que ironia, ter uma conversa como aquela com Bunga e no instante seguinte, ser confrontada pela ideia.

    Ela respirou fundo, umedecendo os lábios rosados — Esses ingredientes são para poções, e eu não tenho habilidade nem os itens certos para isso — aquilo já era uma mentira completa. Na mochila ela tinha um pequeno kit de alquimia, que ela poderia usar para criar poções, e ela tinha a habilidade necessária, mas depois daquele deslize, ela nunca o curaria. Talvez fosse sobre isso que Gramaverde estava falando afinal de contas. Por que curar tão docilmente um cara que tinha usado seu tempo e força para ferir tantas pessoas? Não parecia certo. Ela olhou para o artefato em seu peito, ou tentou, já que tinha uma adaga pressionando seu queixo. Ele também pareceu notar o objeto — Sou uma curandeira de Licentia, todos os meus feitiços são para cura — garantiu, e depois do que pareceu uma eternidade, ele baixou a arma, ainda que continuasse a segurar sua nuca — Se tentar qualquer besteira, eu mato os dois — mas era mentira, ela conseguia ver nos olhos deles.

    Ele também não teria a chance, é claro. Himiko lentamente desceu sua mão até a varinha, e então a ergueu até a altura do peito. Se concentrou no feitiço, sentindo a mana preencher seu corpo, até chegar a arma mágica, para então ser liberado. Primeiro ela pensou em desarmá-lo, mas se fizesse isso, não conseguiria carregar o próximo antes que ele pudesse reagir, e talvez o sacerdote não fosse tão aberto para uma briga, mesmo com aquele discurso. Mas ela não se orgulhava de ajudar os vanguardistas e aqueles que não conseguiam se defender? Aquele era o momento de se provar.

    A raposa deu um passo grande para trás, e assim que sentiu a presença de Bunga, ela lançou o feitiço, deixando tanto ela quanto o sacerdote invisíveis, tão rápido quanto um piscar de olhos. O bandido começou a rogar algumas pragas, e a xingar tantos nomes diferentes, que a lista de xingamentos que Himiko conhecia aumentou. O bandido começou a manejar a adaga de um lado para o outro, como se tentasse impedir um ataque, mas a menina não se moveu de lugar. Depois de alguns segundos, envolveu o braço de Gramaverde com o seu, para que não saísse da área do feitiço. Respirou fundo, uma, duas, três vezes, e quando se sentiu pronta, usou o feitiço que mais lhe auxiliaria naquela situação sem que precisasse machucar o rapaz.  

    Ele virou de costas para a dupla, olhando as pessoas que passavam do lado de fora do beco, e então virou pensativo na direção em que os dois tinham sumido. Himiko fez o mesmo, e seu coração afundou ao perceber o mesmo que o bandido: o beco tinha uma única saída, e o ladrão estava bem no meio dela. A raposa ergueu a varinha mais uma vez, mantendo o feitiço de invisibilidade, que se desfaria em pouco tempo. Antes que o homem pudesse pensar em uma medida para impedir que os dois saíssem, a menina levou sua destra aos lábios, beijando seus dedos enquanto conjurava rapidamente o feitiço, e então lançou o beijo que depositou em seus dedos na direção do homem, que foi rapidamente atingido pela magia.

    Primeiro ele começou a piscar muitas vezes, e então cambaleou de leve, pendendo de uma lado ao outro enquanto tentava se manter equilibrado. Depois disso, não demorou a tombar contra a parede, escorregando até o chão em um sono profundo. Era uma magia até simples, que Himiko tinha desenvolvido a pouco tempo, mas ficava feliz que funcionava. Ela se afastou de Bunga, desfazendo o feitiço, e virou-se na direção do sacerdote, respirando aliviada depois de tantas emoções — O senhor se importa de chamar a guarda da cidade? Eu vou prender as mãos dele — não demorou para que Gramaverde acelerasse na direção da guarda, e de sua mochila, a raposa retirou 1 metro de corda, amarrando com cuidado para que o bandido não acordasse. Contudo, seu instinto de curandeira falou mais alto, e sabendo que não dariam importância para o ferimento do rapaz, ela se inclinou sobre sua perna, usando a adaga dele para cortar o tecido da calça. Tirou de sua bolsa também um kit médico - não usaria seu feitiço nele, reservaria aos mercadores -, mas não o deixaria sem cuidado. Enquanto o sacerdote não chegava, ela preparou seus itens e limpou as mãos, e apenas quando ele chegou acompanhado de três guardas, ela começou a trabalhar.

    Com cuidado, usou os itens do kit para limpar a ferida e tirar qualquer sujeira que viesse a infectá-lo, o que o fez acordar com a dor. Os soldados correram para segurá-lo, colocando-o de pé, mas Himiko impediu que eles saísse, deixando claro sua raiva tanto no tom de voz quanto na expressão de seu rosto — Para onde acham que o estão levando? Ele ainda é um paciente meu, e está com um ferimento grave na perna. Se eu não ajudá-lo, e esse ferimento infeccionar, ele pode até perder a perna! — mas os guardas não lhe deram ouvidos, e rindo, seguiram em direção do lugar que deveria ser uma prisão. O terceiro guarda, rindo de leve, olhou para Himiko como se olhasse para uma criança, e antes de seguir os amigos, disse: — Se esse bandidinho perder a perna, será um favor para a sociedade. Pense nos mercadores que eles atacaram, se ele já não tivesse uma perna, talvez tudo isso pudesse ser evitado — a raposa encheu os pulmões de ar, pronta para refutá-lo, mesmo que não tivesse um argumento específico na mente, mas Bunga segurou seu ombro com aquele olhar sábio, e balançou a cabeça — Esse é uma briga perdida, minha filha. Vamos, os mercadores ainda estão feridos, e precisamos de casca de levientree — ele apertou seu ombro com um pouco de força, tentando consolar a curandeira, que guardou suas coisas novamente na mochila.

    Ela passou a mão pelos cabelos rosados, olhando na direção dos guardas, que em pouco tempo se misturaram entre as pessoas que passavam pelo mercado, e logo sumiram do seu campo de visão. Um pouco frustrada, ela seguiu o sacerdote, seguindo a batida ritmada de seu cajado, até que o encontrou já saindo em direção a área urbana. Himiko acelerou em sua direção, e o seguiu para a floresta, mesmo que o sentimento de impotência ainda corresse pelo seu corpo, mas nada disse. Levaram alguns minutos para finalmente encontrar uma árvore de leviantree, e pegar o máximo de cascas que conseguiam. Himiko ficou um tempo encarando o fruto daquela árvore, enquanto seu polegar acariciava de leve um pedaço da casca em sua mão direita, sentindo sua textura. Bunga viu o que ela observava, e colheu um dos frutos, erguendo a frente do rosto dos dois.

    O fruto dessa árvore, com os ingredientes certos, é capaz de matar, e eu acho que você já sabe disso. A casca, contudo, é capaz de fazer poderosas poções de cura. Assim também não somos nós? Nossas mãos são capazes de criar a mais mortal ferida, mas também é capaz de curá-la — a raposa balançou a cabeça, terminando de colher as cascas que iria precisar, e então começou a caminhar pelo caminho de volta, pensativa.

    Ainda na floresta, parava de vez em quando, pegando punhados de folhas e galhos para colocar no pequeno caldeirão que sempre lhe acompanhava em todas as missões, para criar grandes poções de HP, e assim não usassem todo o estoque que estavam levando de uma vez só. Ao chegarem novamente na Casa Hospitalar, ela e o sacerdote começaram a aplicar as poções, que pareciam potencializadas pela presença da curandeira. Quando sua missão acabou, e já estava prestes a voltar a Licentia, Himiko se virou para Bunga, abrindo um pequeno sorriso — O senhor será mais que bem vindo em Licentia se quiser aparecer por lá. Gostei bastante da conversa que tivemos, e se não se importar, gostaria de falar mais sobre esse assunto com o senhor. Foi um prazer conhecê-lo, Bunga Gramaverde — ela se curvou em respeito ao homem, e então seguiu para os estábulos, em busca de seu cavalo.

    Observações:

    And I know we'll never grow old together

    Himiko
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    As Crônicas de Samaria

    O pedido do sacerdote


    Eu estou impressionada, sério. A construção de diálogos foi maravilhosa.

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    Recompensas

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