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As Crônicas de Samaria :: Arquiducado de Ostagar
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[RPFB] Geada. - Postado Seg Out 03, 2022 11:42 am
Hok, 329
Roux e Mareena
Vilarejo em Ostagar
Sem Casualidades
Roux e Mareena
Vilarejo em Ostagar
Sem Casualidades
Mareena
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Re: [RPFB] Geada. - Postado Ter Out 04, 2022 12:35 pm
N O W H E R E TO RIDE
from all of this havoc, all of this madnessA forma avermelhada de cinco dedos contra a pele pálida do rosto feminino era um chamariz. Nenhuma dama deveria perambular pelas ruas com a marca de uma violência. Mas, ali estava Mareena, caminhando pelas ruelas imundas, ouvindo os risos masculinos e observando os olhares de desgosto das mulheres. “Deve ser uma vagabundinha rebelde”, ouviu de um canto. Apressou seus passos, sendo rápida em perder-se de vista. Homens não precisavam de muitos motivos para clamar o corpo de uma mulher e, apesar de jovem, sabia que aquelas palavras poderiam ser seguidas de um atentado.
Mareena odiava aquele lugar. Aquelas pessoas. Se odiava, por ser uma pobre fodida e ter nascido ali. Odiava sua casa e odiava seus donos — eles gostavam de deixar claro que ela tinha sido comprada, portanto, era tão deles quando o sofá no qual insistiam em colocar aquelas bundas gordas todos os dias. O homem e senhor da casa tinha sido o responsável pela marca em sua face. Mais cedo, ele tinha sugerido que ela se apresentasse em seus aposentos, ao cair da noite. Mareena respondeu-lhe, muito educadamente, que preferiria espetar seus próprios olhos num atiçador fervendo, a ter que se deitar com ele. Em seguida, levou uma bofetada forte o suficiente para fazê-la perder os sentidos e, quando se recuperou, estava sozinha.
Ficou furiosa. Queria muito fugir e ir para algum lugar distante; algum lugar como os das canções que a velha lavadeira costumava cantar sempre que se sentava junto ao poço para limpar as roupas de seus mestres. Um lugar de céu azul resplandecente, onde pássaros voam felizes e o seu piar ecoa nos ouvidos como mel; onde o sol aquece a pele e o vento trás o odor silvestre de frutinhas longínquas. Um lugar no qual ela poderia ser minimamente feliz, sem ser assediada, violentada e menosprezada o tempo inteiro.
Apesar de sua vontade, contudo, nunca tinha deixado aquele pedaço amaldiçoado de terra. Talvez, eu seja amaldiçoada, também, pensava, ao caminhar em direção à taverna. Provavelmente, nunca serei feliz. Mesmo que um dia esteja sob o céu azul resplandecente, não sentirei felicidade em meu coração. Seus passos oscilaram por um instante, entretanto, ela já conseguia ouvir o sons de vozes e o cheiro desagradável de cerveja. Lembrou-se de seu plano: conhecer alguém que pudesse levá-la para longe, independente do preço a ser pago.
Adentrou o ambiente. Não gostava muito de tavernas. Eram abarrotadas de homens que conseguiam ser ainda piores bêbados. Caminhou entre eles, procurando por alguém que aparentasse ser mais do que um pobre fodido como ela. Tentava não chamar atenção, mas, sua linguagem corporal era diferente dos demais; acanhada, medrosa. Certamente, alguém a notaria.
Zetta
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Re: [RPFB] Geada. - Postado Dom Out 09, 2022 10:35 pm
— Do seu prazer eu sou a autora ♡ —
Desastre.
A única palavra que definia a garota era “desastre”. Roux conseguia arrumar brigas por qualquer canto em que se metia. E não é pelo o que pensam, não era uma lutadora. Os ossos, o corpo, cada centímetro da aroniana era tão sensível que se quebrava com o mínimo toque mais abrupto. Sua fraqueza só não era maior que seus atos desastrosos e descuidados. Sempre estava tropeçando em alguém, deixando algo cair e quebrar, todos os pedidos que eram feitos para ela, os favores, todas as suas ações resultavam em uma falha desastrosa.
Sua vida se resumia à escuridão da sua casa, devido ao seu caso tão raro era forçada a ficar dentro de casa pela maior quantidade de tempo que seus pais conseguiam literalmente trancafiada dentro do próprio quarto. E dentro do seu quarto era só poderia imaginar o mundo fora de Aronian onde nada é corrompido, as frutas tem sabor, os alimentos não são podres. Existiam os momentos em que a tristeza e a amargura de viver naquelas terras chegavam tão ao extremo que sua mente viajava até a epifania de enxergar uma Aronian pura e limpa sem as influências do imperador e de Hokar.
O infortúnio da sua vida também se resumia ao seu azar e a péssima memória das localidades, para se perder no vilarejo e ir de uma ponta a outra, levar horas para chegar em casa após apenas caminhar metros de distância da sua casa para fazer uma compra bastava apenas abrir a porta e dar o primeiro passo para fora do seu lar.
(...)
De maneira que iria surpreender apenas a ela mesma, tinha conseguido se perder do caminho de casa após sair de casa para fazer uma compra, uma que nem ao menos tinha sido feita por ela também não lembrar do caminho do estabelecimento onde a tecelã ficava. Depois de inúmeros minutos rondando a mesma rua, ela acabou dentro de uma taverna. Ambientes escuros e úmidos com barulhos altos de conversas era uma das coisas que a desagradava, mas, naquele caso, não tinha muito a ser feito. Como um animal tonto após ser acertado por uma pedra na cabeça, caminhou entre os inúmeros corpos desviando entre um e outro para não acabar em nenhuma confusão tão tarde. Seguiu caminhando em círculos em meio àquele verdadeiro formigueiro tentando achar algum ponto mais seguro ou talvez até mesmo a porta de saída outra vez. O azar sempre estava ao seu lado e entre passos que acelerava cada vez mais e olhares perdidos em meio ao seu desespero chocou o corpo contra uma das pessoas que ali estavam. O coração da aroniana naquele momento parou, sentiu seu corpo gelar. Era como se a própria morte tivesse chegado para buscá-la.
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Re: [RPFB] Geada. - Postado