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As Crônicas de Samaria :: Arquiducado de Ostagar
Kali
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[RP Social] A porta que se abre - Postado Ter Ago 16, 2022 5:54 pm
A porta que se abre
para as lembranças do passado
— Mês/Ano: Atemporal
— Pessoas envolvidas: Kali
— Localidade: Alguma prisão desconhecida em Ostagar
— Casualidade: Livre
— Descrição: Consequência da OP Tempos Difícieis
— Pessoas envolvidas: Kali
— Localidade: Alguma prisão desconhecida em Ostagar
— Casualidade: Livre
— Descrição: Consequência da OP Tempos Difícieis
Kali
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Re: [RP Social] A porta que se abre - Postado Ter Ago 16, 2022 5:55 pm
— A porta se abre —
para as lembranças do passado —
Que horas são? Você se pergunta, mas não sabe dizer. Afinal, tudo está escuro, tudo é sempre escuro nesse lugar. Já faz quase uma semana que o seu carrasco apareceu, quase uma semana sem ver a mínima claridade, sem receber qualquer tipo de visita. Uma semana sem qualquer tipo de conversa, e por isso é apenas a sua voz que ecoa pelos cantos, buscando ainda manter um resquício de sanidade. Uma voz solitária, fria… morta em meio ao gotejar de um líquido fétido que se acumula em algum lugar dessa cela.
Você está presa, há tanto tempo que sequer consegue ter certeza das estações que já se passaram. Sua mente começa a delirar e declinar em meio às grades e paredes de pedra gélidas e úmidas. Paredes essas nas quais você se encolhe, murmurando palavras indecifráveis, balançando para frente e para trás, por vezes colidindo a própria cabeça contra as formações rochosas.
Os olhos se fecham, mas as tormentas daquele dia retornam. O desespero, os gritos, o sangue, os corpos, as mortes… a solidão. Tudo sussurra em seus ouvidos, e invade os sonhos, como se o próprio Pesadelo corrompesse os domínios de Yun. E nesse momento você desperta, praguejando pela porta que havia aberto no último encontro, pelas lembranças trancafiadas que haviam sido exploradas. Mas agora já é tarde demais. Você reviveu aquele dia, e não há como voltar atrás.
Talvez seja inverno, não há como saber. Mas você sente frio e o seu corpo treme, ainda permanecendo na inércia do movimento pendular, fitando um único ponto em meio à escuridão, enquanto os lábios se movem mecanicamente. Palavras são murmuradas, ora detendo algum sentido, ora se mostrando puramente aleatórias.
A rigidez de seus músculos e o tom azulado que começa a se fazer presente em sua pele não importam, assim como as feridas abertas resultados das correntes que te aprisionam. É quase como se o dilarecerar de sua alma e mente amenizasse os danos físicos sentidos… ou talvez veja o inverso. Essas feridas na carne, o arrastar do metal na carne exposta e ainda sangrando, talvez essa dor que ainda te mantém no limiar da sanidade, talvez seja ela a responsável por você ainda não ter pulado do precipício.
Ainda assim, é inevitável o abraçar do desespero, seja pela tortura da carne, seja pela condenação da alma. Talvez seja a hora de desistir, de se render, de permitir a morte em contato com o sangue dele. Sim… assim pelo menos você irá conseguir se esquecer. Esquecer da fome, do frio, do medo, da perda… da morte de cada um daqueles que um dia amou, bem diante dos teus olhos.
Cada vez mais você pensa nisso. Cada vez mais você pondera a respeito de tal hipótese…
É difícil dormir, e mais difícil ainda esquecer. Por isso uma lágrima escorre de cada um dos teus olhos, deixando um rastro em meio à sujeira que te cobre a face. Nada nessa prisão é mais devastador do que essa vulnerabilidade que você sente, fruto do passado e das lembranças desenterradas. Tudo isso é culpa dele, das suas perguntas… ou ao menos é isso que você repete para si mesma, embora lá no fundo saiba que a verdadeira culpada é você, por ter sido capturada, por permitir que o carrasco adentrasse em sua mente.
Você está presa, há tanto tempo que sequer consegue ter certeza das estações que já se passaram. Sua mente começa a delirar e declinar em meio às grades e paredes de pedra gélidas e úmidas. Paredes essas nas quais você se encolhe, murmurando palavras indecifráveis, balançando para frente e para trás, por vezes colidindo a própria cabeça contra as formações rochosas.
Os olhos se fecham, mas as tormentas daquele dia retornam. O desespero, os gritos, o sangue, os corpos, as mortes… a solidão. Tudo sussurra em seus ouvidos, e invade os sonhos, como se o próprio Pesadelo corrompesse os domínios de Yun. E nesse momento você desperta, praguejando pela porta que havia aberto no último encontro, pelas lembranças trancafiadas que haviam sido exploradas. Mas agora já é tarde demais. Você reviveu aquele dia, e não há como voltar atrás.
Talvez seja inverno, não há como saber. Mas você sente frio e o seu corpo treme, ainda permanecendo na inércia do movimento pendular, fitando um único ponto em meio à escuridão, enquanto os lábios se movem mecanicamente. Palavras são murmuradas, ora detendo algum sentido, ora se mostrando puramente aleatórias.
A rigidez de seus músculos e o tom azulado que começa a se fazer presente em sua pele não importam, assim como as feridas abertas resultados das correntes que te aprisionam. É quase como se o dilarecerar de sua alma e mente amenizasse os danos físicos sentidos… ou talvez veja o inverso. Essas feridas na carne, o arrastar do metal na carne exposta e ainda sangrando, talvez essa dor que ainda te mantém no limiar da sanidade, talvez seja ela a responsável por você ainda não ter pulado do precipício.
Ainda assim, é inevitável o abraçar do desespero, seja pela tortura da carne, seja pela condenação da alma. Talvez seja a hora de desistir, de se render, de permitir a morte em contato com o sangue dele. Sim… assim pelo menos você irá conseguir se esquecer. Esquecer da fome, do frio, do medo, da perda… da morte de cada um daqueles que um dia amou, bem diante dos teus olhos.
Cada vez mais você pensa nisso. Cada vez mais você pondera a respeito de tal hipótese…
É difícil dormir, e mais difícil ainda esquecer. Por isso uma lágrima escorre de cada um dos teus olhos, deixando um rastro em meio à sujeira que te cobre a face. Nada nessa prisão é mais devastador do que essa vulnerabilidade que você sente, fruto do passado e das lembranças desenterradas. Tudo isso é culpa dele, das suas perguntas… ou ao menos é isso que você repete para si mesma, embora lá no fundo saiba que a verdadeira culpada é você, por ter sido capturada, por permitir que o carrasco adentrasse em sua mente.
Atria
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Re: [RP Social] A porta que se abre - Postado Sáb Ago 20, 2022 3:19 pm
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Re: [RP Social] A porta que se abre - Postado
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