O tridente de Kadrin ganhava a tonalidade carmesim em sua extremidade. As mãos da rainha mantinham-se firmes ao redor da haste, pressionando ainda mais para baixo aquela poderosa arma. Ela finalmente tinha derrotado aquele estranho Abissal, um que se portava de maneira mais humanoide que os seus outros irmãos, além de conhecer a arte marcial tão característica de seu povo. Uma batalha que lhe rendeu machucados que demorariam a curar, perda de homens estimados e corajosos, mas que agora flutuavam nas águas de seu oceano.

▬ Não… É… O fim… Não… Ainda… Mas… Per…to. ▬ O abissal líder falava, de maneira gutural e estranha, o som ecoando mesmo que debaixo da água. Ele estava morrendo. Com as pontas laminadas do tridente atravessando o peito, a armadura que outrora o protegia destroçada ao redor dele. ▬ A… Consumação… Retorna… Salve… Hokar!

A rainha do reino submerso guardou aquelas palavras em sua mente e coração, as analisaria depois. Sua atenção foi voltada para seus guerreiros, o tridente puxado do peito do inimigo e erguido para o alto. Os ganaltianos vibraram, erguendo suas armas, os corpos dos inimigos flutuando ao redor deles, finalmente derrotados.


Na cidade, os problemas internos iam desmoronando pouco a pouco. Leonara tinha, mesmo que por puro acaso (ou seria destino?) descoberto uma trama intensa e perigosa. Explosivos tinham sido colocados em pontos estratégicos: casa hospitalar, templo e escolas. Os soldados dos nobres interferiram, não conseguindo capturar os culpados, mas localizando as bombas de mana.

O problema? Era apenas o começo. Uma distração perfeita para afastar as atenções do verdadeiro perigo: a ameaça perto do pilar que sustentava a redoma da capital. Desconfiado de seu cliente, Alexei não entregou prontamente a espada que tinha sido encomendada. Pelo contrário, escondeu-se, espreitou e quando deixou que os minutos se arrastassem, seu cliente mostrou-se impaciente e agitado, como se algo já tivesse dado errado antes…

E tinha.

Celia tinha despertado e revelado que Elias estava vivo e mudado, que falava algo sobre um ataque em grande escala, sobre os merecedores do mar voltarem para exibir sua força.

O alerta tinha sido dado pelos dois ganaltianos. Alexei avisou a guarda, tendo conexão com a rainha por ter forjado sua armadura. Celia avisou aos membros do exército, os deixando aptos a se organizarem ao redor da capital. Garad sendo um dos líderes que guiou e organizou as tropas.

Apesar de sangrento e poderoso, com perdas de ambos os lados, o reino submerso repeliu as forças inimigas. O festival prosseguiu com um tom de vitória, os ganaltianos aliviados e admirados pela capacidade dos governantes de protegê-los, mesmo em uma situação como aquela.