Data: Vex, 330 E.R.
Participantes: Riki Matsuo e Balthier S. Basch.
Descrição: Preparados para saírem de Xuridra, Riki e Balthier encontram um pequeno empecilho ao seguirem seu rumo.
Observação: Cena social. Por favor, sem causalidade.

[ Ani ]

A viagem para Xuridra não chegou a durar por muito tempo, considerando que estariam prontos para voltar a Yoshiaki logo após de alguns dias, mesmo que o líder do clã não estivesse os acompanhando naquele navio no seu retorno. Na verdade, o espadachim começava a desconfiar de que o requisito de sua presença não passava de uma desculpa por parte de Seiji Hidetaka, que, muito provavelmente, apenas convocou Matsuo para convencer Balthier de navegar um de seus navios, aproveitando de suas habilidades fornecidas pela pirataria.

Apesar desse pensamento, o homem de cabelos verdes não tinha certeza do que achava das possíveis intenções de seu líder e, para ser completamente sincero, não sabia se realmente se importava com esse fato. Afinal, aquela viagem estava longe de ser uma das piores, uma vez que os permitiu conhecer um pouco mais da outra parte de Drakir e, embora que por um pequeno período, ajudou o aroniano a matar a sua saudade de navegar pelas águas salgadas onde, Riki sabia, que era atrás da roda do leme que Basch se sentia mais feliz — e entre seus braços, o cabeça de alga gostava de acreditar.

Naquele instante, estavam todos dentro daquela grande estrutura de madeira flutuante, quase preparados para zarparem de Xuridra. No entanto, um infeliz empecilho os impediam de darem início a rota para o clã Yoshiaki, acontecia que boa parte da tripulação não estavam com muita vontade de escutar os comandos dados por Basch. — Não olhe para mim! Dentro do navio, o capitão é você! — Afirmava Riki em tom debochado, recusando auxiliar seu companheiro na difícil tarefa. — O problema é que você seria um aroniano tentando comandar um grupo de draconatos, o orgulho deles não vai deixar que seu trabalho seja fácil. — Comentou o espadachim despreocupado.

Poderia parecer que Matsuo estava fazendo pouco caso para a irritante situação — e talvez estivesse de verdade —, mas o dracônico de fios verdes possuía uma completa confiança depositada nas capacidades de liderança de Balthier, tendo em mente que o moreno conseguiria contornar aquele problema. — Talvez se sorrisse um pouquinho? — Provocou, permitindo que um sorriso maldoso surgisse de seus lábios. — Qual é, Balt? Você é inteligente e dá conta de alguns draconatos teimosos, é só saber usar bem as palavras e mostrar que aqui é você quem manda.

Riki, sem qualquer intenção além de dar um apoio moral, se sentou no chão amadeirado e apoiou as costas no mastro da vela. Como alguém que não se incomodava com o barulho incessante, relaxou seu corpo e fechou os olhos, se preparando para tirar um curto cochilo. — Se precisar de mim, eu vou está bem aqui descansando!

Considerações:

[ Ani ]

Ele sentia o vento vir com vigor, olhou para cima, vendo o céu aberto, o mar estava calmo. Era um bom tempo para velejar. A mesa atrás do leme estava cheia de papéis coloridos com mapas desenhados. Haviam alguns instrumentos que o homem usava apenas para medir a latitude e calcular o trajeto de volta. As águas ali eram até tranquilas, pelo que tinha estudado por ali, a época do ano era colaborativa com viajantes.

— Levantem as âncoras e coloquem os remos — Falou alto, indo para o leme, movendo-o levemente em um ângulo de 30° para a direita, para retirarem sem problemas o barco.

No entanto, o que se seguiu foi o silêncio, o que estranhou Balthier, visto que em um navio definitivamente zarpar e estacionar eram duas coisas que não eram nenhum pouco silenciosas. Então ele voltou seu olhar para o convés vendo os draconatos olharem para Riki, o que fez os olhos do homem se estreitarem em direção ao cabeça de grama.

Se a ida tinha sido complicada, imaginava a volta. Talvez fosse muito pior, sem o líder ali com eles. E ele estava certo, por que que dragões eram tão teimosos? Franziu o cenho olhando para Riki que mais parecia se divertir com a situação. Ergueu uma sobrancelha ante a fala e ação descansada do draconato. Naquele momento, tudo o que Balthier queria era ficar com o leme e não com Riki.

— Isso não muda o fato de que você também é uma figura de autoridade e que só era preciso você passar o comando para mim — Resmungou baixo para o mais velho, levando os dedos aos olhos e massagens entre eles, buscando um pouco de paz interior para não ter que arremessar o primeiro draconato ao mar. Começando por aquele Capitão da Guarda. — Quando você precisar de mim, não me procure. — Falou o homem meio seco para o outro, andando em direção ao convés. Descendo as escadas, com calma, tocando no batente da escadaria, se apoiando sem de fato precisar.

Primeiro, talvez tirar a cara feia e tentar sorrir  naquele exato momento poderia ser o melhor a se fazer, não é mesmo? Ele não sabia. Estava um tanto cansado daquela história toda e queria sinceramente velejar logo. Então a primeira coisa que fez foi sorrir.

No entanto, as pessoas ao invés de tentarem se interessar pareciam temerosas no que iriam fazer em relação ao homem. Ele ergueu uma sobrancelha, não era bem medo que ele queria, então uma expressão confusa passou por seu semblante. Estava sorrindo, era tão difícil eles entenderem isso? A diferença entre Balthier e os líderes por aí, era que o aroniano não conseguia simplesmente fingir.

— Eu já vi crianças serem mais eficientes que vocês. — Disse ele meio cansado, movendo a mão pelos fios escuros e bagunçando-os. O comentário chocou os homens que antes estavam com medo agora estavam com raiva.

— Como é? — Questionou um homem mais atrás, Balthier ergueu o olhar para ele, o homem parecia ser o maior deles ali, até mesmo do próprio moreno, que não se intimidou.

— Precisa que eu repita? — Questionou já mais imponente, erguendo um pouco o queixo, desafiando o homem. — Crianças têm o mínimo de reconhecimento de pessoas mais experientes, quando a vida pode estar dependendo disso. No entanto, eu reconheço a dignidade de vocês, por não quererem aceitar ordens de alguém "inferior" à vocês. — Olhou para o homem com calma, a expressão quieta tirando os homens confusos a sua frente que não sabiam se estavam sendo elogiados ou criticados. Talvez ambos. — Mas quero que entendam que mesmo em terra ou em mar, um comando não deve ser ignorado. A cada tempo que vocês passam aqui custa uma taxa extra ao seu senhor, quanto mais tempo vocês ficarem aqui, mais o sol irá mudar de posição e as nuvens mudam. Podemos ser pegos por uma imprevisibilidade.

Seu olhar se manteve até calmo, em direção aos homens. Negando com a cabeça, e soltando o ar cruzando os braços.

— Da mesma forma que vocês precisam obedecer o seu general para sobreviver em terra, é bom escutar alguém que entende o mar. — Ele indicou para o Capitão da Guarda. — E vocês realmente querem confiar nele? Que não sabe nem onde é o caminho de casa direito, vocês querem confiar na direção dele em mar? — Ele riu até um tanto descontraído com a própria piada, deixando os homens um tanto atônitos, ele podia rir? — Certo, querem sobreviver em alto mar, ótimo. É comigo. Querem sobreviver em batalha, é com o cabeça de grama. — A voz soou branda. — Vocês vão continuar com a birra ou vamos continuar?

Os homens se levantaram, a andar de um lado para o outro, correndo atrás de suas atividades. Balthier observou aquilo, foi se afastando com cuidado de volta para o leme, entre o irritado e cansado. Não era mais simples só terem aceito logo?

Observou os homens irem para as cordas, levantaram a âncora, colocaram os remos para fora. O barco lentamente saia do lugar, com os homens gritando em ritmo para movimentar o barco. Um homem então foi para as cordas soltou as velas. O barco então sofreu um efeito com o vento forte dificultando o trabalho dos homens dos remos e até o leme de Balthier.

O homem olhou para a vela solta e gritou para levantarem ela, o homem responsável tentava puxar. Balthier puxou um homem para fazer ele segurar o leme e pulou o convés, correu até o homem e segurou as cordas junto com ele, sabia que o homem iria se machucar feio.

Sentiu uma fisgada nos braços, mas ficou firme com o homem indicando para ele puxar quando disse para puxar. Só parou quando recolheram a vela. Balthier respirou ofegante e olhou para o homem atrás de si.

— Obrigado. — O homem agradeceu fazendo as orelhas de Balthier ficarem vermelhas. Ele apenas assentiu com a cabeça.

— Não façam coisas sem minha instrução. — falou para todos, se endireitando e olhando para o lado apontando. Os homens viraram a cabeça e viram o barco quase atingir o outro estacionado ao lado. — Poderíamos ficar presos aqui, o barco não aguentaria o impacto, ele é pequeno e frágil. Poderíamos perder nossas provisões com a perda do barco. — Falou com calma para eles, estralou o pescoço.

Deixou o homem no leme, logo voltaram a mover o barco e Balthier resolveu supervisionar o trabalho dos homens. O aroniano parecia feliz até, mais animado e falando mais ameno quando a questão era sobre o funcionamento do barco. Percebeu que aqueles homens eram terrestres e não foram para o mar.

— Desse jeito, não é bom você deixar o nó dessa forma. — Indicou para o homem, como fazia o nó, e depois desfez, realizando o que o outro estava fazendo antes. E o puxou quando a corda estourou e ia acertar o homem. — Agora tente. — Falou pegando a corda com destreza e entregando ao homem que agora parecia fazer certo. Balthier deu um tapinha nas costas dele em aprovação. — Isso mesmo.

Pouco a pouco, além de quebrar um pouco a teimosia daqueles homens, parecia levantar a moral deles, mostrando como deveriam nos realizar nós, como cuidar das velas, e quando corrigir o desalinhamento delas.

Deixava os homens cuidarem à medida que ia os ajudando.

— Bom… Nada mal. — Disse com calma, olhando para a última sequência de nós com atenção, assentindo com a cabeça e sorrindo. — Na próxima, não queremos ser lançados contra o mar em uma tempestade, então você deve fazer assim. — Mostrou para ele com calma. — É importante você e a está pronto para isso, já que todos dependerão de você para ficarem vivos em uma casualidade no mar.

Após todas as palavras de encorajamento e supervisão. Balthier se sentia cansado socialmente, indo para a proa do navio e ficando sentado lá. Deixando as costas encostadas no batente para descansar.

Considerações:

[ Ani ]