A mais fina seda de Munhal cobria o corpo nu de Elrohir, que continuava abraçado ao de Caelynn mesmo tanto tempo após o término. A respiração ofegante de ambos era quase sincronizada, indicando a mais perfeita das uniões. E, como sempre, ele não tinha nenhuma vontade de sair dali. Não queria abandonar aquele refúgio, o único lugar em que podia ser ele mesmo sem que qualquer pessoa o julgasse. O único em que podia estar ao lado da pessoa que amava sem gerar um escândalo público que talvez jogasse o nome dos Meliamne na lama. Ali, nada além de duas fadas importava.

— Um mês é tempo demais — ele disse, referindo-se ao tempo que havia passado longe dela. Não sabia o que a irmã pensaria a respeito de suas palavras, pois suas reações variavam tão rápido quanto o seu humor, mas provavelmente não havia falado nada demais. Provavelmente. — Não quero nem imaginar quando eu precisar partir em uma longa missão, ou uma guerra. Não sei quanto tempo eu aguentaria ficar longe desse palácio. Longe de você.

Talvez fosse a hora de parar. Definitivamente era a hora de parar. Ele sabia bem que não seria correspondido, mas ainda assim algo o compelia a continuar falando. Era como se uma energia tomasse conta dele, algo mágico e que sequer pertencia a seu ser - ou ao de sua irmã. Ele tentou conter, utilizando o polegar para afastar uma gota de suor que escorria perigosamente próxima do olho da duquesa e sorriu para ela de um jeito caloroso. Seus olhos se encontraram, mas ele não soube dizer o que ela estava sentindo. Ele nunca sabia dizer o que ela estava sentindo.

— Eu te amo, Cae… — ele disse, e apenas então percebeu que havia ido longe demais. Não era nenhuma novidade para ele que a mulher não o amava. Que ele não passava de um brinquedo em suas mãos, e que para piorar estava feliz com isso. Se era o único jeito de estar com ela, ele aceitaria feliz. Então por que havia corrido o risco de colocar tudo a perder com aquelas palavras? Sabia que a irmã não gostaria de ouvi-las, mas ainda assim as tinha dito. — Eu… me desculpe, eu não quis…

Mas o estrago já estava feito, e ele sabia disso. Soltou o abraço que antes envolvia a mulher, levantando-se da macia cama de maneira repentina, aguardando que ela desse sua resposta e sabendo bem que não gostaria de ouvi-la. Mas ele havia procurado por isso, e tudo estaria bem desde que no fim não houvesse destruído aquele pequeno paraíso particular que haviam criado. Ele precisava apenas torcer para que ela visse utilidade o bastante nele para não substituí-lo por um outro qualquer.

Conviver com Caelynn não era uma tarefa fácil, como Elrohir já estava cansado de saber. Ainda assim, ele a conhecia bem o bastante para normalmente ser capaz de prever suas alterações de humor. O tempo com ela havia feito com que ele entendesse melhor os gatilhos e paranoias que faziam a mente da fada mudar completamente em segundos. Mas nem mesmo ele era capaz de prever que tipo de crise seria a da vez. Quando disse que a amava, o fez com toda a sinceridade em seu ser. Ele a amava, intensa e irremediavelmente, e por um instante quis que ela soubesse disso. Porém, achou que havia errado em demonstrar tal afeto e quis se retratar.

E, ironicamente, esse foi seu erro. Elrohir não podia ter certeza, mas sentiu que desculpar-se pela confissão causou muito mais dano do que mantê-la teria causado. Pôde praticamente ver as dúzias de cenas diferentes se formando na cabeça de Caelynn, mas sabia que não podia acompanhar seu pensamento. Havia desistido há muito tempo da ideia de que era capaz de decifrá-la quando aquilo começava, e por isso ficou calado por alguns segundos. Esperou que ela explodisse, em seu completo silêncio, ouvindo os gritos que teriam chamado a atenção de todos os servos por perto caso houvesse algum.

— Cae? — Perguntou, calmamente, quando ela deu seu último grito. — Do que você está falando? Não estou brincando com você… — a voz permaneceu calma, talvez até mesmo hesitante. Sabia que uma palavra mal interpretada poderia arruinar tudo, então pensou duas vezes antes de continuar falando. Respirou fundo, dando um passo na direção da irmã. Os olhos naturalmente foram levados ao corpo ainda nu (e extremamente marcado) da fada, mas ele se forçou a contê-los e desviou o olhar para o rosto da irmã. Aproximou-se da cama uma vez mais e sentou-se, de frente para Caelynn mas ainda afastado.

— Desculpe se a ofendi, não tive a intenção. Achei que você ficaria brava comigo porque eu disse aquilo — estendeu as mãos, como em um convite, olhando profundamente nos olhos da irmã.

Não era tão comum que Caelynn trouxesse de volta o dia em que seus pais morreram, mas quando ela o fazia doía mais do que ser esfaqueado. Não havia se passado um dia em todos os anos desde o ocorrido em que Elrohir não houvesse se culpado por tudo. Tanto por não ter sido rápido o bastante em seu retorno, o que custou a vida dos pais, quanto por tudo o que sua irmã havia sofrido em resposta ao seu atraso. Vinha tentando se redimir por tudo desde aquele dia, mas sabia bem que nunca seria o suficiente. Sabia que as crises e alterações de humor da irmã eram sua culpa, assim como todo o sofrimento pelo qual ela passava todos os dias.

— Nunca te amei, Cae? — Perguntou, visivelmente ofendido. Conseguia vê-la lutando contra seus sentimentos, mas ainda assim não pôde conter suas palavras. — Não houve um dia em que eu não te amei. — O homem esticou as mãos, segurando as de sua irmã antes que ela se ferisse ainda mais. Viu os filetes de sangue que escorriam, mas não era nenhuma novidade vê-la sangrar e por isso apenas ignorou as feridas. — Não tem problema, eu te amo mesmo assim. Não importa o que você faça, eu te amo.

Respirou profundamente, sem saber como a irmã iria reagir, mas a resposta logo veio. Agressão física não machucava nem um pouco se comparadas ao estrago que a fada podia fazer com as palavras caso quisesse, e por isso Elrohir sequer levantou suas mãos em defesa. Se aquilo faria a crise passar, então ele aceitaria feliz. Se fosse capaz de afastar da mente dela, mesmo que por alguns minutos, os pensamentos do passado terrível que ela havia vivido, então Elrohir sorriria e aceitaria.

— Nosso tio está morto, Cae — respondeu, com um sorriso gentil, sentindo a bochecha arder. — Eu mesmo o matei, esqueceu? Minhas manoplas continuam guardadas até hoje, com o sangue seco dele. Uma memória para que eu nunca deixe algo assim acontecer de novo. Como pode dizer que não te amo, Cae? Mais de uma vez eu matei por você. Eu morreria por você…

E como que para provar o que dizia, pegou a adaga que antes havia sido utilizada para dar prazer à fada, e colocou a lâmina em seu pescoço. Pressionou o suficiente para que o sangue começasse a escorrer, olhando profundamente nos olhos dela. Havia uma seriedade mortal naquele olhar, mostrando que o homem de cabelos brancos não estava brincando.

— É só mandar. E eu faço agora, se isso for te deixar feliz.

Elrohir respirou profundamente, quase que com alívio, no momento em que a adaga foi puxada de suas mãos. Um sorriso passou pelos seus lábios por apenas um instante, e nem ele foi capaz de dizer por que exatamente tinha sorrido. As palavras da irmã pareceram distantes em seus ouvidos, mesmo que ela tivesse gritado bem na sua frente, e apenas o toque de suas mãos no pescoço ferido o trouxeram de volta para a realidade. E novamente ele sorriu, mas com gentileza. Uma gentileza que não conhecia em si há muito tempo, mas que sempre havia sido um de seus traços.

— É só um pouquinho de sangue, não precisa estancar — disse, segurando a mão da garota com suavidade. A pele dela sempre parecia mais quente que a dele, como se ela estivesse constantemente com febre. Elrohir não sabia dizer se aquilo era apenas uma impressão sua, mas sempre gostou dos toques calorosos. — Não se preocupe, então. Eu não vou morrer, não importa o que aconteça. A minha vida é sua, para fazer o que quiser com ela. Se o que deseja é que ela se torne eterna, então eterna ela será.

Puxou carinhosamente o braço da irmã, trazendo-a mais para perto de seu corpo para em seguida envolvê-la em um abraço que nunca deveria ter sido interrompido. E ficou em silêncio, apenas sentindo a respiração quente tocando sua pele, e o calor dos corpos onde se tocavam. O cavaleiro sentia-se diferente quando a abraçava assim, mas nunca conseguiu interpretar que sentimento era aquele. Era como se o próprio tempo quisesse estender um pouco aquele momento, pois cada segundo parecia durar horas enquanto ele contava cada respiração. Os olhos encaravam a parede do quarto como se contemplassem o infinito, e a mão direita acariciava com delicadeza os cabelos da mulher.

— Não se preocupe, Cae — ele disse, com suavidade. — Eu a amo o suficiente por nós dois, você não precisa se preocupar em me amar de volta.

As palavras dela o deixaram pensativo. Não havia como ensinar alguém a amar, afinal, mas alguma coisa dizia para o cavaleiro que sua irmã já o amava. Ela sempre o havia amado, afinal, embora não da mesma forma que fazia agora. Talvez ele devesse ensiná-la a perceber isso? Ou quem sabe pudesse explicar para que ela entendesse que o que ela sentia e fazia talvez pudesse ser amor? O problema era que não tinha a menor ideia de como fazer isso, especialmente porque sentimentos eram algo confuso demais para a duquesa desde o ocorrido com seu tio.

— Eu não consigo fazer isso, Cae — respondeu, ainda com sua voz doce e gentil. Sentiu um leve arrepio com os dedos dela passando por suas costas, subindo até sua nuca, e com o contato de seus doces lábios com o pescoço ainda levemente manchado de sangue. Respondeu levando a mão direita para a cintura dela, envolvendo-a em um abraço ainda mais apertado enquanto a canhota acariciou desde seus cabelos até suas costas, passando pelo pescoço em um afago carinhoso. — O amor é algo que vem de você e somente de você, e por isso é tão precioso. Ninguém pode te impor ou te ensinar ou forçar a amar.

A mão passeou até o queixo dela com delicadeza, erguendo o seu rosto para que eles se olhassem nos olhos. E o jovem cavaleiro encarou as íris como se pudesse mergulhar nelas e perder-se para sempre ali, algo que talvez já tivesse feito há muito tempo.

— Mas você também não precisa se preocupar com isso. Quem sabe você já até me ama e não percebeu ainda, não é? — Uma pequena risada cortou um pouco a tensão entre os dois, enquanto ele aproximava o rosto do dela. — Eu continuarei aqui, ao seu lado, e vou esperar por quanto tempo for necessário. Se um dia você estiver pronta para dizer que me ama também, estarei aqui para te ouvir. Tudo bem?

E dizendo isso, terminou com a distância final que havia entre os rostos, aproximando os lábios para um beijo lento e apaixonado. Era diferente do que eles costumavam fazer, e talvez a própria Caelynn estranhasse a carícia, mas Elrohir não aumentaria a intensidade. Permitiria que ela aproveitasse aquele momento, um beijo doce e - talvez - sem segundas intenções, repleto do amor que ele sentia por ela.

Sem interromper o beijo, Elrohir entrelaçou os dedos no cabelo de sua irmã e os acariciou de maneira calorosa. A outra mão, que antes a envolvia no abraço, liberou devagar a pressão e se moveu para as costas da fada, tocando suas penas negras em um afago carinhoso na asa direita. Os corpos ainda nus faziam com que cada contato parecesse ainda mais quente, como se a pele de ambos estivesse em brasas. Somado ao perfume de Caelynn, que já havia há muito se misturado ao suor, a sensação fazia Elrohir querer avançar como sempre fazia. Mas ele se conteve, aproveitando cada momento daquele contato terno e apaixonado antes de finalizar o beijo com uma mordidinha no lábio inferior da duquesa.

Sorriu para ela, interrompendo todo contato por alguns segundos enquanto olhava para seu rosto. Sentia que se apaixonava por ela a cada vez que a olhava, e que não havia ninguém naquele mundo capaz de se comparar à beleza da fada das trevas. Os olhos do cavaleiro praticamente transmitiam essa informação a cada vez que ele a via, e naquela não foi diferente. Um sorriso que dizia com todas as palavras o quanto ele a amava se abriu em seus lábios antes que ele se aproximasse uma vez mais, envolvendo o corpo da fada em um abraço antes de conectar os lábios novamente.

Em meio ao beijo, Elrohir fez uma pequena pressão para guiar a irmã a deitar-se sobre a cama, encaixando-se confortavelmente entre as pernas dela. A mão esquerda foi até sua bochecha, apoiando-a em uma carícia enquanto o beijo continuava um pouco mais intenso. O contato tão próximo dos corpos o fazia desejar por mais, mas aquela selvageria feroz havia abandonado completamente o corpo do cavaleiro por apenas uma noite. Seus toques eram carinhosos e apaixonados, as mãos deslizando pelo corpo da irmã com todo o desejo que ele sentia mas sem qualquer intenção de feri-la.

— Eu te amo, Caelynn — falou de novo, dessa vez sem medo algum, após finalizar o beijo. Olhou em seus olhos uma vez mais, quase como se gostasse daquela vulnerabilidade que ambos experimentavam naquele momento. Interrompendo mais uma vez o contato quente entre os corpos, o rapaz acariciou o corpo da duquesa até chegar aos seus ombros, iniciando uma massagem que ia daquela região até os seios e em seguida voltava, descendo para os braços em uma espécie de ciclo. De vez em quando ele descia para um selinho, ou beijava o pescoço da irmã antes de continuar, sempre com seu sorriso apaixonado - e até envergonhado.

As reações de Caelynn, tão diferentes do que ambos estavam acostumados, eram difíceis de ler. A respiração pesada e os olhares que lançava ao cavaleiro indicavam que ela gostava daquele modo, daquela maneira nova e diferente para os dois, mas algo parecia indicar que ela estava em conflito. Talvez justamente por ter se acostumado à maneira selvagem que sempre possuíam um ao outro fosse difícil experimentar uma sensação tão nova e diferente. Ainda assim ela parecia entregar-se aos poucos, respondendo com um deslizar de dedos ou com carícias leves assim como as do próprio Elrohir.

A massagem prosseguiu por algum tempo, as mãos do homem passeando pelo corpo de sua irmã com delicadeza enquanto descia os toques para a barria e em seguida para as coxas. Conforme se movimentava, deixava beijos carinhosos sobre a pele quente e ferida da duquesa: um na ponta de seu seio esquerdo, outro próximo da costela e um bem perto do umbigo antes de aproximar o rosto perigosamente de suas coxas para prosseguir com a massagem. Sorriu para ela, como se estivesse considerando um beijo ali também, mas aguardou um pouco.

As palmas pressionaram com certa firmeza o músculo, realizando movimentos de relaxamento que iam desde o joelho até a virilha, tocando os grandes lábios de vez em quando apenas como uma maneira de manter Caelynn aquecida e desejosa. Em seguida prosseguiram para os pés, onde deixou dois longos beijos antes de retomar a massagem. Os olhos conectaram-se aos dela em um momento de intimidade, com o fada olhando-a apaixonadamente enquanto prosseguia com os movimentos.

Ficou ali por alguns minutos antes de voltar a subir com as carícias, deixando que uma expressão de desejo tomasse conta de seu rosto enquanto mantinha o olhar fixo na irmã. Abaixou para deixar um beijo sobre sua canela, seguida de outro no joelho e de mais alguns nas coxas, finalizando com uma mordidinha na parte interna antes de estar novamente encarando sua intimidade. Sorriu para ela rapidamente antes de envolver ambas as coxas com os braços e iniciar um beijo lento sobre a região, apenas para ver como reagiria.

As mãos então fariam um pouco mais de pressão, como que para apoiar o cavaleiro enquanto seu beijo ganhava intensidade. A língua passou desejosa por toda a região, trazendo para a boca aquele gosto único que a mulher tinha e que sempre o deixava completamente louco, e explorou a área em volta da entrada antes de subir devagar até o clitóris. Ali o rapaz deixou um selinho, e voltou a olhar para ela com um sorriso.

— Em algum momento eu preciso descontar por tudo o que você faz, não é? — respondeu a pergunta, ainda mantendo o sorriso em seu rosto. A respiração ofegava pelo tempo que havia passado prendendo-a enquanto mantinha o beijo e movimentos com a língua, mas mal teve tempo de se recuperar antes de ser puxado para cima da irmã uma vez mais. Iniciaram um beijo quente e intenso, misturando o sabor dos lábios de Caelynn com o de sua intimidade em um toque que possuía cada vez mais urgência.

As mãos de Elrohir também não paravam quietas, aproveitando cada centímetro daquele corpo esculpido apenas para ele. Apertou ambas as coxas com certa força enquanto pressionava o corpo contra o dela, deixando que seu membro crescesse contra a intimidade em uma “ameaça” sensual mas sem mover o quadril. Em seguida subiu com as palmas, pressionando com certa força no caminho que fez até a cintura, e ali começou a arranhar - ainda sem tanta intensidade - até o ombro. E com os toques aumentava cada vez mais a intensidade do beijo, finalizando-o com uma mordida lenta no lábio inferior da irmã.

Um gemido rouco escapou por seus lábios quando Caelynn começou a retribuir os toques, passando a língua pelo seu pescoço. Por reflexo o rapaz a apertou com ainda mais força enquanto sentia seus pelos se arrepiarem, e sua respiração que já era ofegante perdeu o compasso de vez. Aproveitando a proximidade, Elrohir aproximou os lábios da orelha da irmã para que ela ouvisse de perto os gemidos roucos e respiração acelerada provocados pelo toque em uma de suas áreas mais sensíveis. E deixou que ela continuasse por alguns instantes, antes que seu desejo por controle o fizesse voltar a assumir o comando daquela dança.

Replicando os movimentos de Caelynn, o fada da luz aproximou-se do pescoço da irmã em um beijo lento que ganhou intensidade aos poucos até transformar-se em um chupão que definitivamente deixaria uma marca. Sem se preocupar se isso poderia ou não causar problemas com a corte, o rapaz finalizou o toque com uma mordida e desceu um pouco com a língua para repetir todo o processo. Ao mesmo tempo começou a mover o quadril de uma maneira lenta, pressionando e relaxando o membro contra ela em uma clara provocação, e as vezes até mesmo parando bem próximo de sua entrada como se fosse iniciar algo antes de afastar-se novamente.

Elrohir estava acostumado a ter controle total da situação naqueles momentos. Ele gostava assim, havia praticamente ensinado Caelynn a ser daquela forma e aceitar seus comando na cama, de modo que o sexo violento e selvagem em que a duquesa se submetia totalmente a ele havia se tornado praticamente uma marca dos dois. Por isso, acabou por estranhar aquela nova posição, aquele novo lado da irmã. Repentinamente não era mais ele a comandar, não era ele quem provocava e brincava com os desejos dela. Em um primeiro momento não soube exatamente como se sentia em relação a isso, mas não demorou nem um pouco para que se entregasse completamente ao novo prazer.

Sentir o peso de Caelynn prendê-lo na cama o excitava, especialmente pela antecipação, por não saber o que viria a seguir. A beleza da irmã apenas tornava tudo ainda melhor, e um mero jogar de cabelo dela era o suficiente para deixá-lo ainda mais desejoso. Novamente em um inverter de posições, a mulher começou a pressionar seu pescoço e a respiração tornou-se ainda mais descontrolada por não haver mais um fluxo grande de oxigênio. A pergunta foi provocante e sensual, colocando um sorriso malicioso nos lábios da fada de luz antes que a resposta fosse dada.

— Não me provoque, Cae… — disse, com o ar que conseguiu reunir. Ao mesmo tempo deslizou as mãos para as costelas dela, apertando-as com mais força do que o normal. — Posso fazer você voltar a ser minha cadelinha na hora que eu quiser.

Mas a ameaça era vazia, especialmente porque ele não queria que ela voltasse naquele momento. Pelo contrário, aproveitava cada toque enquanto suspirava de tesão, sentindo a lubrificação dela cobrir seu membro por inteiro no movimento de vai e vem que o provocava. Seu corpo estava quente e sua mente enevoada, sequer conseguia pensar em nada que não fosse aquele momento. A desejava mais que nunca, e a espera o fazia querer inverter aquilo de vez, mas conteve-se o máximo que pôde para dar aquele momento à irmã.

Gemeu novamente quando teve o membro envolvido por ela, sentindo a glande deslizar por sua intimidade molhada enquanto ela rebolava de maneira provocativa. As mãos agarraram-se a ela com força em reflexo, como se precisasse segurar para não avançar de vez. Apertou sua cintura para em seguida subir para os seios e pressioná-los com mais força do que deveria. Provavelmente a estava machucando, até, mas não se importava com isso. Cae costumava lidar com dores bem maiores quando ele dominava, então um pouquinho não seria nada demais.

— Quero… — respondeu, em um gemido rouco, a provocação da irmã. Já não aguentava mais de vontade, precisava tê-la naquele instante, e sabia que ela também não suportaria muito mais aquela provocação. E, como esperava, ela por fim deslizou sobre seu membro e o inseriu por completo de uma só vez, arrancando mais um gemido. Uma sensação quente e prazerosa espalhou-se por todo o corpo do rapaz enquanto ele se enchia com mais tesão graças às reboladas provocativas e ao aperto que se intensificava sobre o pescoço, forçando-o a reagir.

As mãos desceram totalmente até a bunda da mulher, que foi apertada com intensidade. Elrohir praticamente puxou o corpo dela para baixo para que toda a extensão de seu membro a penetrasse antes de subir com uma das mãos em um arranhão forte contra as costas. A outra estapeou com força a coxa, deixando imediatamente a marca da mão do cavaleiro enquanto seus olhos permaneciam nos da irmã. Precisava olhá-la diretamente enquanto sentia cada pedaço de seu corpo arder.

Ver o quanto Caelynn havia se entregado enchia o cavaleiro de tesão. Era a primeira vez em que a via daquela maneira, tão perdidamente entregue ao momento e sem se preocupar com mais nada além dele, e isso também refletia no prazer que ele sentia com cada movimento e cada som. O cheiro dos dois havia se misturado completamente, enchendo o quarto com um aroma que era só deles e que o deixava completamente sem controle. Cada movimento da irmã era respondido com um novo gemido, um novo arfar, um aperto reflexivo e descontrolado. O rapaz sequer sabia quem era, e não se importava mais com nada.

Apenas olhar para a duquesa já era o bastante para que ficasse cheio de tesão. Vê-la daquela maneira, com a cabeça jogada para trás enquanto se movia de maneira lenta e o agarrava com força, fazia seu corpo arder e liberava espasmos por cada um de seus músculos. A mulher gemia sem qualquer preocupação, e o som que preenchia todo o ambiente parecia ser capaz de deixá-lo ainda mais duro. Ainda mais voraz, mais desejoso.

Suas haviam se tornado completamente indomáveis, movendo-se por todo o corpo da mulher em uma tentativa desesperada e inútil de recuperar o mínimo de controle. Sentiu as unhas passarem pela carne, e sentiu a palma da mão arder com os tapas fortes que dava, mas sequer conseguia mais perceber aonde a estava tocando. Apenas sabia que fazia o certo pelos gemidos que ficavam cada vez mais intensos a cada nova carícia firme e repleta de desejo.

Conforme o ritmo foi aumentando, Elrohir teve medo de não aguentar. Nunca havia se sentido tão sem controle, tão fora de si quanto naquela noite. Não tinha mais noção de seus limites, e sentia o corpo perder a força a cada vez que ela rebolava ou cavalgava sobre ele. Novamente tentando recuperar-se um pouco, começou a erguer o quadril da cama para estocar contra ela, indo ainda mais fundo e alternando um pouco os movimentos, mas não demorou para que se rendesse novamente enquanto tentava decifrar o que a mulher falava em meio aos gemidos.

E se o rapaz estava tentando de alguma forma retomar o controle até aquele momento, quando Caelynn inclinou-se e começou a de fato quicar sobre ele foi quando desistiu por completo. Rendeu-se, quase sem força, arfando e gemendo roucamente enquanto seus músculos eram tomados por uma tremedeira e pareciam arder completamente. Sabia que estava perto de seu clímax, mas foi capaz de se manter firme enquanto a fada alternava os movimentos sobre seu membro de maneira cada vez mais intensa e continuava a gemer descontrolada.

Quando as duas mãos foram ao pescoço do fada da luz, ele não soube o que fazer. Sentiu o ar indo embora ao mesmo tempo em que os movimentos o enchiam de algo que sequer sabia descrever. Olhou para o rosto de sua irmã com intensidade, vendo cada sinal do prazer que a havia tomado intensificar-se ao limite. Conhecia ela bem o bastante para saber que estava próxima, e por isso permitiu-se chegar ao clímax no mesmo momento em que o corpo de Caelynn começou a tremer com certa violência. O gemido urgente somou-se ao furioso do rapaz quando tiveram o orgasmo juntos, e ele sentiu que perdia completamente a força no momento em que a cabeça da mulher se apoiou em seu peito.

Jogou a cabeça para trás, ainda respirando de maneira ofegante, e levou o braço direito aos cabelos de Caelynn. Senti-la sobre ele daquela maneira era reconfortante e agradável, trazendo um aconchego diferente de tudo, e era engraçado pensar que pouco tempo atrás estavam na mesma posição, pouco antes daquelas três palavras deixarem sua boca. E ele tomou coragem para falar novamente, mas dessa vez sem qualquer medo e sem se importar com quais seriam as consequências.

— Eu te amo, Cae.