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Aragorn encontrava-se olhando o horizonte de seus domínios, como um duque tinha certas obrigações, mas elas eram nada mais do que burocráticas, ou melhor, eram,  após o rei tomar algumas atitudes em prol da união dos povos, as coisas estavam um pouco tensas em todo o vale, muitos imortais nunca haviam tido convivência com mortais, afinal como Aragorn, nem todos eram mortais ascendido e sim imortais de nascença. Portanto corroborando com todos esses fatos, era necessário que o grisalho viajasse mais frequentemente, era isso que faria naquele dia,  por esse motivo se encontrava pensativo, o que poderia acontecer a partir daquele momento? Os imortais precisariam de todas as forças possíveis, principalmente Mahoro, seu tutor e também quem detinha a total lealdade do Duque.

— Aksan, irei averiguar as vilas do ducado, então não conte com minha presença durante o dia. - comentou com  o seu guarda, o olhar sereno do duque demonstrava que não precisaria da companhia de ninguém junto a si — Meu cavalo já está pronto a esta altura, então cuide de tudo até que eu retorne. — proferiu em tom amigável, dirigindo-se para onde seu escudeiro já se encontrava com tudo pronto.

— Obrigado Asta. Tire o restante do dia de folga e aproveite-a bem. — Aragorn afrouxou um pouco as rédeas dando início a sua pequena viagem. Os minutos se passavam lentamente, acompanhados pela brisa suave dos campos, consigo carregava sempre a Justiceira, tesouro de sua família, e sua melhor amiga em todas as ocasiões de seus mais de 300 anos, os minutos se tornaram horas até que algo atípico ocorreu no exato instante que o duque aproximava-se  da primeira vila que seria visitada os arbustos uma atividade anormal nos mesmos rompeu o silêncio, revelando dois homens armados que tinham em suas faces certa arrogância e convencimento.

— Ora ora. Parece que temos um nobre entre nós, e uma linda espada também. — disse um dos criminosos, o tom de sua voz era irônico e um pouco irritante trazendo certo asco para o duque que sabia o fim que tudo aquilo iria levar — Sim, em que posso ajudá-los? —  comentou Aragorn, descendo do cavalo lentamente e de forma despretensiosa — Oh, ele é educado, viu irmão? Parece até mesmo aquelas donzelas indefesas que tentam parecer imponentes… — o outro comentou de maneira sarcástica, gargalhando por um momento, eles pareciam se divertir com a situação, trazendo pensamentos ao imortal, a vida inferior era tão tola, deveria ser por isso que nunca estavam em paz.

—Vamos fazer assim, entregue seu cavalo e seus pertences e… Quem sabe te deixamos sair ileso daqui. — o que parecia ser o líder dos dois respondeu autoritariamente, estendendo a mão como se esperasse que Lorveth o entregasse tudo — E se eu educadamente decidir recusar o belo convite que ambos me fizeram, o que vai acontecer? — a voz do grisalho se tornou fria e mais grave do que o normal, alguém que desejava se tornar parte da ordem de Seidel não poderia temer nada, os genes de guerreiros vindo de pai e mãe não negavam que sangue não era água.

—Bom, aí você morre. — sorriu diabolicamente, mostrando a sua verdadeira natureza, o duque por sua vez desembainhava a espada levemente com o dedão, deixando-a pronta para um saque rápido - Bom, é aqui que nós divergimos totalmente então? Querem atacar juntos para as chances aumentarem? - o tom debochado de Lorveth tirou ambos homens do sério, que avançaram juntamente para tentar acabar com a vida do imortal.

O primeiro efetuou um golpe circular com a espada tentando golpeá-lo na altura da garganta, mas fora bloqueado o segundo avançou sedento por sangue, dando tempo apenas para Aragorn desviar o corpo, mas não fora suficientemente preciso, deixando a lâmina correr ao lado das costelas, fazendo um pequeno corte. Trincou os dentes, deixando certa irritação transparecer e ao hora de revidar havia chegado, flexionou o joelho esquerdo  e acomodou o cabo da espada em seu punho girando o corpo todo em um golpe único, utilizando a própria rotação como uma força extra, derrubando o primeiro homem que tentou bloquear e, de maneira desastrosa foi jogado ao chão.

Os olhos correram por todo o local procurando novamente pelo segundo e o zunido do metal cortou o vento logo após chocando-se contra Justiceira, eles eram bons e o duque sabia que precisava encerrar aquela luta antes que suas energias fossem prejudicadas. Empurrou a espada do inimigo para cima em uma tentativa de ganhar espaço, empurrou todo o peso do corpo junto da espada e com isso conseguiu o suficiente para um golpe limpo. O gume prateado deslizou sobre a pele do homem, aprofundando-se até os ossos do peito em um corte sutil mas feroz, do ombro até o centro do peito, inutilizando um dos braços dele, finalizando aquele combate com um chute na altura do estômago, jogando-o para trás.


— Você vai pagar por isso, nobre desgraçado. — resmungou o que havia restado, avançando novamente contra o grisalho e iniciando uma troca franca de golpes as espadas se chocavam ferozmente, entre bloqueios, golpes assertivos, e pequenos arranhões Aragorn notou algo estranho, um espectador esgueirava-se em meio a mata, não era hostil, então o que será que queria? A luta continuou em um ritmo que o assaltante atacava desenfreadamente e o imortal apenas focava em defender todos os golpes possíveis esperando a brecha perfeita para que o contra-ataque fosse fatal.

Mais golpes desciam em sua direção, já tinha alguns ferimentos superficiais então era a hora da vendetta, o inimigo já mostrava sinais de cansaço não demoraria muito mais para sua técnica de espada superar a do assaltante, que se preparou para um golpe de cima para baixo, era o que Aragorn esperava. Assim que o movimento do homem começou a descer, ele deu um breve passo de ajuste para o lado direito, girando a espada em sentido contrário ao movimento dele, no entanto o alvo era outro, o golpe do duque acertou em cheio o pulso do mortal fazendo com que o sangue jorrasse quase que imediatamente.

O grito de dor do humano fora o suficiente para ser escutado longe do local, a sua derrota havia chegado e provavelmente seus últimos segundos em vida. Ele caiu de joelhos sobre o solo em desespero —Vou lhe dar a misericórdia e evitar que seja corrompido por quem não deve —  Aragorn ergueu a espada e desferiu um golpe de misericórdia, trazendo enfim o descanso para aquela pobre alma que caminhava a passos largos para a corrupção. O outro mortal havia tido o mesmo destino mas pelo sangramento causado pelo golpe, um estrago maior do que o espadachim esperava.

— E você, o que deseja? Vai ficar apenas observando? — vociferou olhando para a mata, esperando que o espectador misterioso iria se revelar ou continuariam naquele impasse, talvez fosse somente a impressão dele, mas tinha quase certeza que não estava sozinho naquele lugar.

Arma:

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