Últimos assuntos
Entrar
As Crônicas de Samaria :: Clã Aelrinel
Zyphenia Cailleach
Imagem grande :
Imagem grande :
[OPFB - LeXa Aelrinel] Family problems - Postado Qui Set 10, 2020 10:07 pm
As Crônicas de Samaria
Family problems.
- Garota mimada! - A fúria da anciã podia ser ouvida de longe. Kyh destruía tudo que via pela frente, e os servos também sofriam com a explosão da soberana. LeXa estava fora, cuidando de manter seu posto com seu povo seguro, e mantendo as vontades de divindade em dia. - Eu vou acabar com ela. - O corpo da mulher tremia, e tomada pela emoção, pela revolta... Kyh se apresentou diante da multidão. - Vejam! Vejam! A prometida nos deixa num momento critico, Calígena deveria falar com seu povo, nós somos seus filhos. - A revolta conseguiu atrair atenção de algumas pessoas que concordavam com as palavras da mulher, era mais pelo medo que poucos concordavam com aquela loucura. Não queriam suas cabeças expostas em estacas nos portões da cidade. A mãe da líder Aelrinel movia uma porcentagem da população descontente com os estranhos que povoariam suas terras. E a comida? E as instalações? Haveria espaço para receber todos?
-----------------------------------------------------
Quest de dificuldade Média para LeXa Aelrinel.
+ Desfecho: Uma líder sabe qual é o seu lugar, e sabe colocar os outros em seu devido lugar... Dê a Kyh o que ela merece.
+ Qualquer duvida MP ou Discord.
+ Todas as informações do personagem devem estar em spoiler no final do post.
+ Boa sorte!
LeXa Aelrinel
Imagem grande :
Imagem grande :
Re: [OPFB - LeXa Aelrinel] Family problems - Postado Ter Set 15, 2020 3:35 pm
FAMILY PROBLEMS
Tudo estava desabando para a anciã, agora mais do que nunca. Seu peito ardia em fúria, em sua mente estava marcada a cena que acontecera dias atrás. Kyh a recordava inúmeras vezes. Seu amado filho estava novamente do lado da irmã, LeXus havia se deixado influenciar por aquela que tirava tudo da Aelrinel mais velha. E como se não bastasse, até mesmo boa parte do povo passava a confiar em LeXa, que aos poucos conquistava tudo o que desejava.
Algo devia ser feito antes do retorno da líder. Se realmente ela chegasse trazendo um novo povo, mais e mais calígenos passariam a acreditar no seu destino. A megera deveria saber como usar o pouco de influência que lhe restava, por isso deu início ao seu plano após um surto que teve e que obrigou seu próprio filho a trancá-la no quarto. Kyh Aelrinel pouco a pouco se rendia à insanidade, mas piores eram aqueles que ainda escutavam sua loucura.
— Vejam! Vejam! A prometida nos deixa num momento crítico, Calígena deveria falar com seu povo, nós somos seus filhos. — Bradava ela no interior do Templo. Tinha ao seu redor boa parte dos membros do culto, os poucos que ainda ouviam a draconata e isso por diversos motivos, a maioria egoístas.
— Por séculos e mais séculos nossa família foi temente à Suprema Nébula e hoje ela busca em outros povos a veneração. Não somos bons o suficiente? Irmãos de fé, não devemos aceitar esses forasteiros em nossas terras, tampouco continuar tementes à uma garota que nos dá as costas. Caligen pertence aos calígenos, apenas a nós. — Ela mantinha seu tom forte, dominado pela raiva. Esse sentimento era percebido por todos e aqueles mais peçonhentos tratavam de alimentá-lo para no futuro tirar proveito.
— Por mais que ela tenha praticamente erguido um novo vilarejo para abrigar esses dragões, não podemos ignorar que tudo pode se tornar prejudicial. — Mokuba se pronunciou, tomando toda a atenção. Poderia alimentar o sentimento de ofensa que Kyh estava tentando plantar, mas sabia que LeXa o venceria facilmente, por isso precisava ser mais racional. Aquele draco não estava no topo da hierarquia do Templo, mas tinha ambição e fala mansa, algo que o tornava muito perigoso.
— Claro que não! Como ela pretende sustentar esse povo? Vai dar a eles trabalho? Vai tirar dos nossos? Podemos entrar em uma crise, pois sequer sabemos se haverá comida para todos. — Kyh despejava suas intrigas, ainda conseguia manter discernimento, conseguia plantar a dúvida nos seus se aproveitando das palavras de Mokuba. A maioria se pôs a refletir, não era fácil ignorar o momento próspero que vivenciavam, muitos ali ainda mantinham a fé, mas também se deixavam influenciar facilmente por aqueles com quem convivia.
— Não podemos ignorar a inexperiência da garota. Somos muito mais velhos que ela, temos que apertar suas rédeas antes que ela nos leve para o fundo do poço. — Mokuba destilava seu veneno mais uma vez, deixando a matriarca empolgada pelo apoio. Ao contrário dela, ele sabia ser paciente e também utilizar as fraquezas dos que o rodeava ao seu favor.
— Exatamente, Mokuba! Ela ignora os mais velhos e faz o que quer. — Kyh se mostrava em êxtase por perceber que tinha alguém ao seu lado. Cega pelo ódio ela mesma ignorava todas as tendências do draconato, aquele conhecido como o mais ardiloso entre os membros do culto. Mokuba desejava o topo, o topo de tudo.
— Devemos levar à população a ideia de um conselho. LeXa não pode governar com total liberdade. Eu sugiro que todos aqui se voluntarie aos cargos. — Ele disse, na sua mente inúmeros pensamentos. Se soubesse mover as peças poderia conquistar um cargo ainda mais importante, mas antes precisava mobilizar também a população. Foi isso que fez e na surdina, pois quando tudo desmoronasse a única a afundar seria Kyh e a partir dali ele poderia ir cada vez mais longe…
LeXa estava prestes a chegar à sua casa, trazendo consigo um povo reconhecido por demonstrar muita gratidão. A prometida até mesmo ignorava a certeza das ameaças, sentia como se tivesse oferecido a maior prova de adoração à Calígena. Ela havia salvado um povo, seu povo, não importava de onde viera. A Aelrinel sentia a confiança lhe preencher, toda a fé lhe dominar. Nunca havia sentido Calígena tão próxima e agradecida. A draconata olhava para aquele povo e enxergava a gratidão. Não seria difícil fazer com que a venerassem e era isso que ela passava a desejar. Queria ser adorada por todos. O povo de Centralia agora tinha uma grande dívida com ela.
Chegaram à entrada de Caligen e ironicamente toda a tranquilidade da viagem acabou por ali. Estavam sendo aguardados. O povo assustado de Centralia deparou-se com uma agressiva recepção de alguns calígenos. Não eram todos, eram bem menos que a metade, mas estavam ali e sendo liderados por Kyh.
Era fim de tarde quando houve a chegada. A entrada de Caligen estava tomada por dragões erguendo tochas e bradando palavras de revolta. Eles desejavam alguma coisa, algo que no começo não ficou bem claro, Kyh precisou gritar a todos os pulmões para atrair os ouvidos da filha e de todos que chegavam com ela.
— Se eles realmente existem, que trabalhem para nós e se a líder se opor, que seja deposta. Somos nós a voz dos deuses.
O povo de Centralia sentiu-se acuado, a maioria já estava assustada por ter que passar por Aokiwata, uma floresta que desde aquela época já tinha a fama de assombrada. Deparar-se com por volta de 500 calígenos erguendo tochas e berrando com rebeldia fez com que todos duvidassem de que seguir LeXa teria sido a melhor opção. E a draconata não permitiria isso.
LeXa desceu de sua carruagem e sozinha foi enfrentar sua mãe e aqueles que a seguiam. Confiante de que Calígena estava lhe protegendo, ela seguiu sem nenhum temor. A noite caía e quando a lua brilhou alto no céu, em meio às árvores, mãe e filha ficaram frente a frente.
— O que significa isso? — Tranquilamente a líder perguntou.
— Só liberaremos a passagem se nos for prometido que esses forasteiros nos servirão. Não vamos permitir que tomem tudo de nossas famílias. — Kyh respondeu e parecia tão convicta que fez LeXa refletir. Havia o sempre presente ódio nos olhos daquela megera, mas esse sentimento pareceu se espalhar para todos aqueles que a seguiam, tanto que a cada palavra da velha eles urravam em concordância. Diante a essa manifestação a prometida decidiu ponderar muito bem suas ações, não queria que ninguém saísse ferido de nenhum lado, se bem que esse seu desejo não se aplicava à sua própria mãe.
— Eu não livrei da morte esses filhos da névoa para que sejam acolhidos como escravos. — Foi firme ao disparar, não parando por ali.
— Eu não sei o que andou dizendo para todos, mas eu trouxe esse povo para nossa casa por um pedido de Calígena. — Nesse momento seus olhos se viraram para os calígenos, precisava apaziguar os ânimos e já sabia exatamente o que dizer.
— Séculos e mais séculos atrás a nossa deusa entre os dragões libertava esse mesmo povo, recebendo deles a gratidão que permanece até os dias de hoje. Ela apareceu para mim pedindo que eu os resgatasse mais uma vez. Vocês não conseguem ver? — Ela se voltou para os sobreviventes de Centralia, todos estavam profundamente apavorados, nem mesmo a escuridão conseguia ocultar seus rostos marcados pelo medo.
— Devemos acolher a todos, pois é isso que nossa Suprema deseja.
— Ela deseja que passemos fome? Que nossas terras fiquem pequenas para nós mesmos? — Kyh rebateu, cortando a filha que também não se intimidou:
— É isso que ela essa louca anda dizendo para vocês? Que passarão fome? Necessidades? Vocês dão ouvidos à uma lunática e esquecem da fé? Vocês pretendem mesmo ir contra as vontades de nossa mãe e ainda duvidar dela? — LeXa se dirigia ao povo com uma obstinação intimidadora, alguns até mesmo jurariam terem visto chamas explodirem em seus olhos furiosos. Nébula estava indignada.
— Você abandonou seu povo, "filha". Só estamos nos protegendo. E já que defende tanto…
— Guardas, prendam-na! — Já sem paciência, LeXa ordenou, interrompendo as palavras da mãe. Sentiu que aquele era o momento certo, a maioria dos rebeldes estava balançada por suas palavras, não faria nada naquele instante.
— Como? O que você está dizendo? Você não é mais nossa líder… — Kyh insistiu, tentando se livrar do toque dos guardas que passavam a segurar seus braços.
— Estamos todos vulneráveis nessa floresta escura. Não permitirei expor essa gente aos perigos por causa de uma louca que sequer o marido dava ouvidos. — LeXa mantinha sua postura, ainda que seu sangue fervesse pelo ódio. Ela mantinha sua atitude fria, centrada, encarando muitos daqueles calígenos que já passavam a baixar suas tochas. Aquela área da floresta podia ser bem assustadora à noite, principalmente se não se pudesse contar com a proteção dos deuses… E eles estavam desrespeitando Calígena.
— Você não fala por nós… O novo conselho vai… — E um saco de pano foi colocado sobre a cabeça da megera, que se debateu e gritou como nunca. Era assim que se calava os traidores dos dragões da névoa. Sorte de Kyh que sua filha ainda era calculista e sabia que apunhalar a mãe treze vezes no ventre poderia arranhar sua imagem.
— Minha mãe vem mostrando um comportamento alienado desde sempre, piorou após a morte de meu pai. Vocês vão mesmo continuar ouvindo-a? Ela perdeu a lucidez. — Com toda sua paciência LeXa se dirigiu mais uma vez ao povo e viu todos abaixarem a cabeça. O motim foi controlado, pelo menos naquele instante.
— Eu não posso acreditar que ela conseguiu reunir praticamente todos os membros influentes do culto e fez com que pensassem em formar um conselho. — LeXa conversava com seu marido no quarto quando o fim da noite chegava. Já tinha conhecimento da mobilização de alguns e aquilo a deixava preocupada.
— Nossa mãe está louca, completamente insana. Se você a visse como eu a vi noites atrás. Ela quebrou todo o quarto. LeXa, eu acho bom você ter cuidado. — O gêmeo alertou. Um calafrio lhe subiu à espinha, ele estava tendo muitos maus pressentimentos nos últimos dias. Para LeXus o grau de insanidade de Kyh se tornara perigoso demais. Ele, mais do que ninguém, conhecia a perversidade que se passava na mente da mãe. Lex muitas vezes havia cuidado da irmã quando esta fora vítima das provações cruéis daquela fanática religiosa. E Kyh agora se sentia completamente perdida, estava sem marido, o filho a destratava, boa parte do povo passava a aceitar LeXa. O gêmeo já conseguia imaginar que faltava muito pouco para a mãe extrapolar todos os limites.
O pior é que LeXa sentia a mesma coisa.
— Eu queria evitar isso a todo custo, irmão… Mas não vejo outra alternativa. Terei que tomar providências contra nossa mãe. — O semblante hipócrita de LeXa mostrava certo pesar, contudo, ela se sentia extremamente vitoriosa. Kyh provocava sua própria ruína, era apenas motivada pelo ódio e ignorava qualquer tipo de racionalidade. Sua mãe foi uma peça muito fácil a ser destruída.
A reunião com todos os serviçais acontecia no salão principal, Lexa tinha um grande anúncio a fazer:
— Por todas essas atitudes que a Senhora Aelrinel tem tomado, meu irmão e eu decidimos que esta é a melhor medida a ser tomada. — Ela dizia e segurou a mão de seu marido, pela primeira vez os dois demonstravam estar unidos e ironicamente era contra a mãe de ambos.
— Não me sentirei segura enquanto ela estiver andando livremente pelo Castelo, por isso aqui está a chave da Torre, Thea. — Ela entregou à chefe de seus serviçais a chave do local mais temido do Castelo de Mármore.
— A partir de hoje a Torre da Penumbra será o lar de minha mãe, ela não poderá sair de lá por motivo algum. Não quero ninguém entrando em contato com ela, apenas a alimentem.
Os empregados ouviam aquelas palavras em silêncio, sentindo um nó se formar em suas gargantas. Todos ali concordavam que Kyh havia perdido por completo a lucidez, mas o que estava sendo reservado a ela poderia ser algo pior que a morte... A Torre da Penumbra era um local que poucos desejavam visitar. Um lugar sombrio, esquecido, coberto por mofo e dominado por lendas. Diziam que dali era possível ouvir o lamento dos deuses dragões quando amargavam uma trágica derrota em batalha. Era o ponto mais alto do castelo, e o mais inacessível. Era o lugar que todos acreditavam trazer loucura aos sãos e sofrimento aos insanos.
Thea pegou a chave e permaneceu muda como todos os empregados que estavam no local. Foi a senhora que acompanhou os guardas carregarem Kyh desacordada até a torre e foi ela quem trancou a senhora na sua prisão. Aquela velha no futuro teria muitos pesadelos com os gritos pavorosos da sua Senhora louca.
Algo devia ser feito antes do retorno da líder. Se realmente ela chegasse trazendo um novo povo, mais e mais calígenos passariam a acreditar no seu destino. A megera deveria saber como usar o pouco de influência que lhe restava, por isso deu início ao seu plano após um surto que teve e que obrigou seu próprio filho a trancá-la no quarto. Kyh Aelrinel pouco a pouco se rendia à insanidade, mas piores eram aqueles que ainda escutavam sua loucura.
— Vejam! Vejam! A prometida nos deixa num momento crítico, Calígena deveria falar com seu povo, nós somos seus filhos. — Bradava ela no interior do Templo. Tinha ao seu redor boa parte dos membros do culto, os poucos que ainda ouviam a draconata e isso por diversos motivos, a maioria egoístas.
— Por séculos e mais séculos nossa família foi temente à Suprema Nébula e hoje ela busca em outros povos a veneração. Não somos bons o suficiente? Irmãos de fé, não devemos aceitar esses forasteiros em nossas terras, tampouco continuar tementes à uma garota que nos dá as costas. Caligen pertence aos calígenos, apenas a nós. — Ela mantinha seu tom forte, dominado pela raiva. Esse sentimento era percebido por todos e aqueles mais peçonhentos tratavam de alimentá-lo para no futuro tirar proveito.
— Por mais que ela tenha praticamente erguido um novo vilarejo para abrigar esses dragões, não podemos ignorar que tudo pode se tornar prejudicial. — Mokuba se pronunciou, tomando toda a atenção. Poderia alimentar o sentimento de ofensa que Kyh estava tentando plantar, mas sabia que LeXa o venceria facilmente, por isso precisava ser mais racional. Aquele draco não estava no topo da hierarquia do Templo, mas tinha ambição e fala mansa, algo que o tornava muito perigoso.
— Claro que não! Como ela pretende sustentar esse povo? Vai dar a eles trabalho? Vai tirar dos nossos? Podemos entrar em uma crise, pois sequer sabemos se haverá comida para todos. — Kyh despejava suas intrigas, ainda conseguia manter discernimento, conseguia plantar a dúvida nos seus se aproveitando das palavras de Mokuba. A maioria se pôs a refletir, não era fácil ignorar o momento próspero que vivenciavam, muitos ali ainda mantinham a fé, mas também se deixavam influenciar facilmente por aqueles com quem convivia.
— Não podemos ignorar a inexperiência da garota. Somos muito mais velhos que ela, temos que apertar suas rédeas antes que ela nos leve para o fundo do poço. — Mokuba destilava seu veneno mais uma vez, deixando a matriarca empolgada pelo apoio. Ao contrário dela, ele sabia ser paciente e também utilizar as fraquezas dos que o rodeava ao seu favor.
— Exatamente, Mokuba! Ela ignora os mais velhos e faz o que quer. — Kyh se mostrava em êxtase por perceber que tinha alguém ao seu lado. Cega pelo ódio ela mesma ignorava todas as tendências do draconato, aquele conhecido como o mais ardiloso entre os membros do culto. Mokuba desejava o topo, o topo de tudo.
— Devemos levar à população a ideia de um conselho. LeXa não pode governar com total liberdade. Eu sugiro que todos aqui se voluntarie aos cargos. — Ele disse, na sua mente inúmeros pensamentos. Se soubesse mover as peças poderia conquistar um cargo ainda mais importante, mas antes precisava mobilizar também a população. Foi isso que fez e na surdina, pois quando tudo desmoronasse a única a afundar seria Kyh e a partir dali ele poderia ir cada vez mais longe…
•°•
LeXa estava prestes a chegar à sua casa, trazendo consigo um povo reconhecido por demonstrar muita gratidão. A prometida até mesmo ignorava a certeza das ameaças, sentia como se tivesse oferecido a maior prova de adoração à Calígena. Ela havia salvado um povo, seu povo, não importava de onde viera. A Aelrinel sentia a confiança lhe preencher, toda a fé lhe dominar. Nunca havia sentido Calígena tão próxima e agradecida. A draconata olhava para aquele povo e enxergava a gratidão. Não seria difícil fazer com que a venerassem e era isso que ela passava a desejar. Queria ser adorada por todos. O povo de Centralia agora tinha uma grande dívida com ela.
Chegaram à entrada de Caligen e ironicamente toda a tranquilidade da viagem acabou por ali. Estavam sendo aguardados. O povo assustado de Centralia deparou-se com uma agressiva recepção de alguns calígenos. Não eram todos, eram bem menos que a metade, mas estavam ali e sendo liderados por Kyh.
Era fim de tarde quando houve a chegada. A entrada de Caligen estava tomada por dragões erguendo tochas e bradando palavras de revolta. Eles desejavam alguma coisa, algo que no começo não ficou bem claro, Kyh precisou gritar a todos os pulmões para atrair os ouvidos da filha e de todos que chegavam com ela.
— Se eles realmente existem, que trabalhem para nós e se a líder se opor, que seja deposta. Somos nós a voz dos deuses.
O povo de Centralia sentiu-se acuado, a maioria já estava assustada por ter que passar por Aokiwata, uma floresta que desde aquela época já tinha a fama de assombrada. Deparar-se com por volta de 500 calígenos erguendo tochas e berrando com rebeldia fez com que todos duvidassem de que seguir LeXa teria sido a melhor opção. E a draconata não permitiria isso.
LeXa desceu de sua carruagem e sozinha foi enfrentar sua mãe e aqueles que a seguiam. Confiante de que Calígena estava lhe protegendo, ela seguiu sem nenhum temor. A noite caía e quando a lua brilhou alto no céu, em meio às árvores, mãe e filha ficaram frente a frente.
— O que significa isso? — Tranquilamente a líder perguntou.
— Só liberaremos a passagem se nos for prometido que esses forasteiros nos servirão. Não vamos permitir que tomem tudo de nossas famílias. — Kyh respondeu e parecia tão convicta que fez LeXa refletir. Havia o sempre presente ódio nos olhos daquela megera, mas esse sentimento pareceu se espalhar para todos aqueles que a seguiam, tanto que a cada palavra da velha eles urravam em concordância. Diante a essa manifestação a prometida decidiu ponderar muito bem suas ações, não queria que ninguém saísse ferido de nenhum lado, se bem que esse seu desejo não se aplicava à sua própria mãe.
— Eu não livrei da morte esses filhos da névoa para que sejam acolhidos como escravos. — Foi firme ao disparar, não parando por ali.
— Eu não sei o que andou dizendo para todos, mas eu trouxe esse povo para nossa casa por um pedido de Calígena. — Nesse momento seus olhos se viraram para os calígenos, precisava apaziguar os ânimos e já sabia exatamente o que dizer.
— Séculos e mais séculos atrás a nossa deusa entre os dragões libertava esse mesmo povo, recebendo deles a gratidão que permanece até os dias de hoje. Ela apareceu para mim pedindo que eu os resgatasse mais uma vez. Vocês não conseguem ver? — Ela se voltou para os sobreviventes de Centralia, todos estavam profundamente apavorados, nem mesmo a escuridão conseguia ocultar seus rostos marcados pelo medo.
— Devemos acolher a todos, pois é isso que nossa Suprema deseja.
— Ela deseja que passemos fome? Que nossas terras fiquem pequenas para nós mesmos? — Kyh rebateu, cortando a filha que também não se intimidou:
— É isso que ela essa louca anda dizendo para vocês? Que passarão fome? Necessidades? Vocês dão ouvidos à uma lunática e esquecem da fé? Vocês pretendem mesmo ir contra as vontades de nossa mãe e ainda duvidar dela? — LeXa se dirigia ao povo com uma obstinação intimidadora, alguns até mesmo jurariam terem visto chamas explodirem em seus olhos furiosos. Nébula estava indignada.
— Você abandonou seu povo, "filha". Só estamos nos protegendo. E já que defende tanto…
— Guardas, prendam-na! — Já sem paciência, LeXa ordenou, interrompendo as palavras da mãe. Sentiu que aquele era o momento certo, a maioria dos rebeldes estava balançada por suas palavras, não faria nada naquele instante.
— Como? O que você está dizendo? Você não é mais nossa líder… — Kyh insistiu, tentando se livrar do toque dos guardas que passavam a segurar seus braços.
— Estamos todos vulneráveis nessa floresta escura. Não permitirei expor essa gente aos perigos por causa de uma louca que sequer o marido dava ouvidos. — LeXa mantinha sua postura, ainda que seu sangue fervesse pelo ódio. Ela mantinha sua atitude fria, centrada, encarando muitos daqueles calígenos que já passavam a baixar suas tochas. Aquela área da floresta podia ser bem assustadora à noite, principalmente se não se pudesse contar com a proteção dos deuses… E eles estavam desrespeitando Calígena.
— Você não fala por nós… O novo conselho vai… — E um saco de pano foi colocado sobre a cabeça da megera, que se debateu e gritou como nunca. Era assim que se calava os traidores dos dragões da névoa. Sorte de Kyh que sua filha ainda era calculista e sabia que apunhalar a mãe treze vezes no ventre poderia arranhar sua imagem.
— Minha mãe vem mostrando um comportamento alienado desde sempre, piorou após a morte de meu pai. Vocês vão mesmo continuar ouvindo-a? Ela perdeu a lucidez. — Com toda sua paciência LeXa se dirigiu mais uma vez ao povo e viu todos abaixarem a cabeça. O motim foi controlado, pelo menos naquele instante.
•°•
— Eu não posso acreditar que ela conseguiu reunir praticamente todos os membros influentes do culto e fez com que pensassem em formar um conselho. — LeXa conversava com seu marido no quarto quando o fim da noite chegava. Já tinha conhecimento da mobilização de alguns e aquilo a deixava preocupada.
— Nossa mãe está louca, completamente insana. Se você a visse como eu a vi noites atrás. Ela quebrou todo o quarto. LeXa, eu acho bom você ter cuidado. — O gêmeo alertou. Um calafrio lhe subiu à espinha, ele estava tendo muitos maus pressentimentos nos últimos dias. Para LeXus o grau de insanidade de Kyh se tornara perigoso demais. Ele, mais do que ninguém, conhecia a perversidade que se passava na mente da mãe. Lex muitas vezes havia cuidado da irmã quando esta fora vítima das provações cruéis daquela fanática religiosa. E Kyh agora se sentia completamente perdida, estava sem marido, o filho a destratava, boa parte do povo passava a aceitar LeXa. O gêmeo já conseguia imaginar que faltava muito pouco para a mãe extrapolar todos os limites.
O pior é que LeXa sentia a mesma coisa.
— Eu queria evitar isso a todo custo, irmão… Mas não vejo outra alternativa. Terei que tomar providências contra nossa mãe. — O semblante hipócrita de LeXa mostrava certo pesar, contudo, ela se sentia extremamente vitoriosa. Kyh provocava sua própria ruína, era apenas motivada pelo ódio e ignorava qualquer tipo de racionalidade. Sua mãe foi uma peça muito fácil a ser destruída.
NO DIA SEGUINTE
A reunião com todos os serviçais acontecia no salão principal, Lexa tinha um grande anúncio a fazer:
— Por todas essas atitudes que a Senhora Aelrinel tem tomado, meu irmão e eu decidimos que esta é a melhor medida a ser tomada. — Ela dizia e segurou a mão de seu marido, pela primeira vez os dois demonstravam estar unidos e ironicamente era contra a mãe de ambos.
— Não me sentirei segura enquanto ela estiver andando livremente pelo Castelo, por isso aqui está a chave da Torre, Thea. — Ela entregou à chefe de seus serviçais a chave do local mais temido do Castelo de Mármore.
— A partir de hoje a Torre da Penumbra será o lar de minha mãe, ela não poderá sair de lá por motivo algum. Não quero ninguém entrando em contato com ela, apenas a alimentem.
Os empregados ouviam aquelas palavras em silêncio, sentindo um nó se formar em suas gargantas. Todos ali concordavam que Kyh havia perdido por completo a lucidez, mas o que estava sendo reservado a ela poderia ser algo pior que a morte... A Torre da Penumbra era um local que poucos desejavam visitar. Um lugar sombrio, esquecido, coberto por mofo e dominado por lendas. Diziam que dali era possível ouvir o lamento dos deuses dragões quando amargavam uma trágica derrota em batalha. Era o ponto mais alto do castelo, e o mais inacessível. Era o lugar que todos acreditavam trazer loucura aos sãos e sofrimento aos insanos.
Thea pegou a chave e permaneceu muda como todos os empregados que estavam no local. Foi a senhora que acompanhou os guardas carregarem Kyh desacordada até a torre e foi ela quem trancou a senhora na sua prisão. Aquela velha no futuro teria muitos pesadelos com os gritos pavorosos da sua Senhora louca.
:: ATRIBUTOS ::
AGI: 01 | FOR: 02 | DES: 08 | INT: 10 | CAR: 04 | RES: 01 | HP: 30 | MP: 300:: EQUIPAMENTOS ::
- ★:
Veneno: Baba de Toruga - Um licor adocicado e agradável, como uma bebida quente de se tomar. Quando diluído, não é mortal, e se misturado a ervas medicinais se torna poderosa pasta para tratamento de ferimentos. Porém, o licor de Toruga recém inserido a alguma bebida e em altas quantidades, pode ser mortífero ao longo dos dias. Começando com febres, dores estomacais e fraqueza, concluindo em uma morte dolorida e fétida.
Bônus: -15 HP por semana off
Chakran de Aço I – Um chakran extremamente afiado feito de aço. Feita para ser lançada, mas pode ser usada em combate direto.
Categoria: Leve
Bônus: +3 dano:: PERÍCIAS ::
- :
— Economia e matemática - envolve um estudo aprofundado em economia e matemática.
+ Matemático (nível 5) — Seus conhecimentos aprimorados tornam suas capacidades mais ousadas, tornando muito simples para o usuário falsificar números fiscais ou detectar fraudes e dívidas em documentos.
— Engenharia - sabe construir, modificar ou destruir estruturas como casas, castelos, ou fortalezas
+ Reparador (nível 5) — Pode ampliar seus conhecimentos para criar e reparar estruturas mais complexas, trabalhando com a utilização de rochas e couro, além ser capaz de elaborar agora, máquinas e estruturas de cerco, com operação efetiva.
— Fé e Milagres - capacidade de orar aos deuses e imortais e ter suas preces ouvidas.
+ Clérigo (nível 10) – Se sua oração for bem sucedida, tem uma grande possibilidade do imortal a qual sua prece foi destinada dar-lhe uma benção ou até mesmo, mandar ajuda. Depende do que for pedido, e da boa vontade do deus/imortal.
— Política – Capacidade de governar, seja um reino, um forte ou uma pequena vila. Alguém com essa habilidade tem facilidade em conceber alianças e lidar com os problemas enfrentados pelo povo que governa com facilidade. A diplomacia está fortemente incluída nesta habilidade.
+ Sem técnica — Possui algum talento em governar, conseguindo lidar sem muitas dificuldades com problemas simples que possa enfrentar. Além disso, tem facilidade em conversar com outros governantes, conseguindo estabelecer alianças sem muitas dificuldades.:: AÇÕES ::
★ ...::OBSERVAÇÕES::
★ Um novo inimigo surge (?)
★ Música: Do or Die
★ Com @
★ Qualquer dúvida, MP!
★ Abraços!
Zyphenia Cailleach
Imagem grande :
Imagem grande :
Re: [OPFB - LeXa Aelrinel] Family problems - Postado Sex Set 18, 2020 3:06 pm
Avaliação
Prender sua mãe infelizmente gerou uma resposta negativa entre o povo que está dividido entre você e as ideias de Kyh. Mas ainda sim fora uma jogada inteligente.
Recompensas:
+200 em intimidação
+100xp em Politica (bonus)
+ 03 Sanários de Ouro
- 5 de popularidade.
Conteúdo patrocinado