Completar meu sonho não seria nem um pouco fácil. Não podia esperar que o destino ou a sorte fossem fatores decisivos em minha vitória, como muito já ouvi precisava trabalhar muito para ter o privilegio de chamar de “sorte”.

Um ponto chave para o sucesso seria um poder bélico mas do que adianta poder se não houver uma pessoa capacitada para utiliza-lo? Com esse problema em minha mente, recordava-me de alguém que talvez pudesse encaixar como uma luva nessa questão.

O problema era, nossa relação não havia começado bem e sequer sabia se podia chamar de relação o que tivemos, foi mais... um momento incomum de uma noite quente.

Com a mão sobre o queixo ia viajando entre as ideias e como exatamente conseguiria resolver tudo isso — Se ao menos eu fosse onipotente... Tudo seria tão mais fácil... — Resmungando chegava a porta do meu destino.

Um bar da parte mais nobre onde haviam me informado ser possível achar meu alvo, com o começo daquela noite com brisas mais refrescantes eu sentia que coisas boas estavam por vir.

Talvez o melhor mês para mexer nesse ninho de vespas que havia incomodado — Com licença... O estabelecimento ainda se encontra aberto? — Com as portas fechadas assim como as janelas, talvez havia chegado tarde demais — “Duque Amon! A que devo o privilégio de tê-lo em nosso estabelecimento?! “ — Fala seguida de uma reverencia, coisa vinda de um dos guardas do local.

— Venho em busca de uma conhecida... Zahra seu nome é — Dizia com certa pressa, estar aqui sem a presença da moça seria uma grande perda de tempo — “A melhor cliente que temos! Sim ela está lá dentro, apesar da aparência de fechado, pelo horário da noite poucas pessoas ficam no recinto” — Sorria sabendo que poderia ter uma conversa mais particular — Pois bem, feche a taberna por hoje, eu pagarei pela noite, gostaria de uma conversa mais em particular com minha conhecida — Ele ficava um pouco em duvida se aceitava mas no fim acenava com o rosto — “Certo, vou pedir que os demais clientes se retirem e deixarei com você a chave” — Acenando em agradecimento finalmente entrava.

Em passos curtos o guarda me ultrapassava já fazendo o combinado, aos poucos um cliente após o outro ia saindo e sendo poucos era fácil avistar Zahra apoiada na ponta do balcão.

Indo até ela e ficando em seu lado, prestava uma leve reverencia, então delicadamente pegando sua mão e dando um macio beijo sobre a palma — Que prazer poder te encontrar Madame Zahra... — Sorria tentando ser simpático.

— Poderia eu me sentar ao seu lado? Creio que temos alguns assuntos a tratar... — Daria uma leve risada com seu comentaria e então sentaria no banco ao lado dela — Um campari para mim e para senhorita Zahra... — Olhava o conteúdo de seu copo e sentia o cheiro de cerveja — Mais uma rodada da sua melhor breja — O taverneiro acenava pegando o solicitado e então lentamente se retirava também do local.

— Hoje teremos uma noite mais a sós... Então deixe-me em cargo de abastece-la com mais bebida! — Estendia o copo em minha mão buscando brindar com ela.

Levantando ia para o outro lado do balcão, fazer um serviço que poucas vezes imaginei fazer.

— Qual motivo te traz aqui no dia de hoje?  — Perguntava conforme inclinava-me para a frente apoiando os cotovelos sobre a bancada.

— Falas em negrito.

"Pensamentos e citações em itálico."

Era intrigante sua resposta e as portas que se abriam para os diferentes tipos de interpretação que poderia se ter com tão poucas informações a respeito do passado de Zahra.

— Um refúgio... Talvez eu entenda um pouco o que você sente senhorita — Lentamente voltava para meu acento ao seu lado, inclinando-me para a frente e ficando mais perto de Zahra queria faze-la se sentir confortável falando comigo.

— Eu vejo em você um futuro brilhante, um potencial incalculável... uma chama de fogo eterno — Tomava um gole do campari — Mas para podermos mostrar todo esse potencial... temos que resolver algumas pendencias.

— Sinto que nosso começo pode não ter sido muito bom... De antemão te peço perdão por como a tratei naquele dia... Estava nervoso e ansioso, era minha primeira impressão para muitos outros nobres e você sabe bem como isso importa — Abaixava a cabeça olhando para meus pés — Ainda assim creio que tal motivo não justifica minha grosseria, por isso, novamente peço pelo seu perdão — Acabava por me lembrar o que tínhamos feito algumas horas depois — Ao menos o fim da noite foi prazeroso para todos — Dava leves risadinhas voltando meus olhos para a moça.

Com tal descontração sequer notava que meu copo já estava quase vazio — E olha que não sou de beber muito — Dava o ultimo gole em minha bebida, enchendo meu copo novamente com Campari — Eu venho aqui não só em busca de seu perdão... mas de uma relação amigável — Estendo a mão esquerda segurando a mão da senhorita — O que te assombra Zahra? O que aconteceu contigo em seu passado que lhe faz buscar o mundo das ilusões?


— Falas em negrito.

"Pensamentos e citações em itálico."

Sentia-me aliviado ao receber o perdão de Zahra, suspirando e relaxando os ombros olhava a frente com um sorriso agradecido — Aprender a beb- — Com a fala pausada para escuta-la até o fim talvez estivesse deixando um importante fator de fora da conversa.

Minha resistência a álcool sempre foi um ponto forte, um fator que gostava de usar em negociações, sentia pena por Zahra não saber disso e por ventura acabar sugerindo esse tipo de jogo.

Demonstrando minha confiança estendia o braço em busca de cumprimenta-la — Uma magnifica ideia está sua! Mas não me subestime Zahra... — Dizia me ajeitando em meu acento, ficando em diagonal para ela e sentado lateralmente eu apoiava o braço direito sobre o balcão.


Levava meu copo até perto da garrafa que ela segurava, assim que cheio sorriria — Pois bem, então eu começarei! Hmmmm... — Por onde começar, talvez de forma descontraída, afinal o que buscava precisaria de mais algumas taças cheias — Eu acho que você ficou com saudades da minha pessoa — Com uma risada ao fim eu aguardava sua resposta.

Engolia em seco esperando sua resposta e baseado em sua feição esperava algo diferente — Tsc... — Com um sorriso surgindo logo em seguida eu tomava um gole — Tudo bem, a próxima vez que se encontrarmos eu vou perguntar novamente isso e a resposta será diferente Gyahahah — Pegando a garrafa completava a taça — Sua vez... — Uma noite de surpresas, a suposição feita pela madame fazia com que eu arregalasse os olhos.

Mas com a ponta dos dedos indicador e médio eu empurrava a taça até próximo de sua coxa — Talvez para sua surpresa não... Deuses são aqueles que deixam seu nome nesse mundo e mesmo após a morte são lembrados por gerações... — Coçava o queixo — Perto deles eu sou apenas um personagem de fundo de história... enquanto estes “Deuses” são os protagonistas — Sorria e esperava ela beber, mesmo não sendo minha vez dava um gole e completava — Quem sabe um dia... — Enchendo a taça era minha vez.

Levantava e dava um passo a frente, virando-me e ficando de frente para Zahra apoiava minhas mãos sobre suas coxas, abrindo-as me aproximava mais, colando meu quadril na bancada e olhando fixamente nós olhos da nobre.

— Você gosta do poder... Mesmo não sendo alguém inserida na política, o poder militar que já teve era como a bebida para você nos dias de hoje... — Inclinava-me apoiando meu rosto contra o dela, cochichando em seu ouvido — Esmagar, trucidar e matar inimigos... Era algo que você gostava certo? — Me afastava ficando a um passo de distancia de Zahra com minhas mãos apoiadas na bancada.


— Falas em negrito.

"Pensamentos e citações em itálico."

Sua resposta chega a ser difícil de pensar muito para responder, pegando o copo sobre a mesa e o levantando a frente de mim, eu que mantinha um sorriso amargo pelo acerto — Talvez você saiba ler os outros melhor do que eu imaginei... ainda mais considerando o tanto de bebida que já tomou — Tomo o conteúdo e solto o copo ao chão, sendo feito de cristal ele espatifa e em uma rápida aproximação eu envolvo meus braços na cintura de Zahra.

Meu rosto inclinava vai de encontro com seu pescoço, lugar que começo a dar delicados beijos — Mas veja bem Zahra... Não são com todos que uso mascaras — Saio da fala entregando mais beijos que vão descendo até sua clavícula — Por exemplo, hoje quando cheguei me posturei de forma confiante não porque queria te manipular..., mas porque confio no meu vigor! — Afasto-me lentamente, agora acariciando seu cabelo.

— Aprendi a beber justamente para se preciso, conseguir o que quisesse quando meus convidados já estivessem bêbados... — Levo a mão até sua nuca e entrelaço meus dedos em seu cabelo — Hoje não trago comigo uma máscara, mas cabe a mim tê-las se preciso.

— E não deixando o embalo morrer, eu acredito que a senhorita até tem vontade de voltar para sua vida antiga, mas... tem apreensão — Enchia o copo sem ter certeza de qual seria sua resposta, Zahra era uma moça difícil de se entender e isso me cativa.



— Falas em negrito.

"Pensamentos e citações em itálico."